Sobrenomes


Nesta seção está o significado de sobrenomes italianos publicados pela revista INSIEME ao longo de suas edições, desde 1994. (Obs: estamos completando a relação).


A ANGELISALESSANDRINOANDREATTAALBERTONALESSANDRI

B BERNIERIBOSCHIEROBORGHESAN BIANCOBERTONBOSELLOBORTBIASINIBENATOBELTRAMEBERTOLDIBELTRAMIBARONIBALDISSERABAILONE

C CAMPESE  CAPPELLARICANEVERCOLETTICEMINCARUSOCAVALLOCARNASCIALICARLICEMINCOLOMBICONTECASSANELLICANALE

D DE BIASIBETTINBERTOLDIDI ANGELODALAGNOLDE ANGELISDAMIANI

F FACCINFABRIS FIORFORTIFELTRINFORNARI

GATTOGRECCOGUERRA GIACOMAZZIGIGLIOLIGRANDEGUZZONIGALLINAGASPARATO

H

I

J

LEONILONGATOLORENZILONARDONILO PRETE

M MARCHIORIMAZZOLAMAESTRELLIMANERAMENEGHINMAFESSOLLIMENEGHINIMORELLIMIOTTOMICHELON

N NARDI

O ORSI • 

P PANSOLINPRADOPOLETTOPEGORAROPIANO PAU PAVANELLOPICCOLIPACEPIAZZA

Q

R ROMANIRAITANOSGRÒ RIGOTTI • 

S SCHIAVONSAVELLASAVELLISANGUINETTISTORTISEVERINOSIMONETTISPAGNOLSANTINSCARPELLINISOLDATISAVELLI

T TAVERNATORMENATONDELLOTOFFOLTESSER

U

V VISINTAINERVIGGIANO

W

X

Y

Z ZANCARLIZUCCHINELLIZAGONELZANFORLIN


Origem dos sobrenomes italianos

Nos acompanha desde o nosso nascimento, e estamos tão acostumado a ele que o pronunciamos sem ter, contudo, a curiosidade de conhecer o seu significado.
O sobrenome (em italiano = cognome) surgiu quando o homem, tendo abandonado o sistema tribal e do clã, começou a viver numa sociedade organizada. O sobrenome, ou o segundo nome , servia justamente para diferenciar-se dos outros membros dos diferentes grupos familiares que formavam o aglomerado onde vivia.
De forma resumida, podemos dizer que um primeiro passo em direção a um sistema moderno de onomástica foi dado pelos Etruscos, dos quais os Romanos copiaram os três elementos tradicionais: Praenomen, Nomen e Cognomen.

Mas como funcionavam, ou melhor, qual era a função desses três elementos?

Por exemplo: em Caio Julio César, o famoso e conhecido general e político da história romana, Caio é o praenomen, equivalente ao nosso nome de batismo; Julio é o nomen, da “gens” Julia (por gens se entendia um complexo de famílias unidas por vínculos de sangue comuns) e César é o cognomen, que pelo mais é um apelido. Apesar da afinidade do termo, era o nomen o que mais se aproximava ao sobrenome moderno. Esse sistema, porém, era adotado apenas pelas classes patrícias e eqüestres. O povo, ou seja a plebe romana, usava pelo mais o sistema patronímico e matronímico, ou seja “fulano(a) filho(a) de sicrano(a)”, que nada mais é que aquele dos povos semitas (árabe e judeu), que ainda usam os termos ibn e ben, que nas duas línguas significam justamente filho.

Em seguida, com a queda do Império Romano, em plena Idade Média, houve uma completa reviravolta social, devido principalmente à invasões de outros povos com diferentes usos, costumes e tradições. Caiu também o tradicional sistema onomástico romano, continuando, porém, o povo a adotar o sistema patronímico e matronímico. Foi justamente nesse período que começaram a surgir os primeiros sobrenomes italianos modernos.

Com o avançar dos séculos, já em plena época feudal, e com a consolidação dos grande burgos e cidades, sempre obrigados pela necessidade de diferenciar-se, já que existia uma convivência com elementos diferentes, os homens começaram a adotar como segundo nome (daqui a explicação do termo italiano cognome, que propriamente significa com nome), formas obtidos de nomes pessoais, apelidos que se referiam a características físicas, morais, atividade, determinativos étnicos (do lugar de origem) e assim por diante.

No entanto, o primeiro grande passo em direção a um sistema de sobrenomes de massa, se deu por uma disposição do Concílio de Trento (1564), que tornava imutável, obrigatório e transmissível o sobrenome. Isso para facilitar a cobrança de impostos, mas principalmente para evitar casamentos e uniões entre consanguíneos. Atualmente, na Itália, segundo recentes pesquisas, temos um panorama de aproximadamente 257.000 sobrenomes documentados.

Concluído: o sobrenome italiano, assim como o conhecemos hoje, remonta a uma dezena de séculos. Podemos, pois, afirmar com toda a certeza que já existia documentado, bem antes de ter sido plantadas as árvores com cuja madeira seria construída a “famosa caravela” de Martim Afonso de Souza, que traria de Portugal para o Brasil, há pouco descoberto, aqueles que se denominariam de “quatrocentões”. (Edoardo Coen – in memoriam).