u O gni italiano è differente nell’essere e nel fare. Gli uni partono dall’essere, gli altri dal fare, a seconda delle circostanze di spazio e di tempo oggettive o soggettive. La frase fraintesa da molti: Mi son talian gràssia a Dio, detta da un’italiana di Pinto Bandeira-RS e che ha dato lo spunto all’opera onomina di Darcy Loss Luzzatto, si riferisce all’essere e al fare.
L’italiana parlava di due momenti del suo spazio e tempo. Era povera, ma lavorava sodo (realtà oggettiva) e confidava in Dio (realtà soggettiva). Grazie a Dio sono italiana, perché Dio mi ama come italiana. Anca se son taliana e póvera, Dio el me vol ben. No’l se ga mia desmentegà de mi. Questa sarebbe l’affermazione di molti, anche di mio padre, Milchare Francisco Costa, durante l’ultima guerra, che non poteva neanche pregare ad alta voce con la famiglia, per non essere arrestato per parlare solo il Talian. Ma Dio non l’ha mai arrestato, anche se era italiano.
Dei 16 milioni d’italiani che hanno cominciato la fila degli italiani nel mondo, dal 1875, quasi tutti possono dire: Gràssia a Dio son talian, perché Dio mi ha dato la forza di percorrere il mondo in cerca del mio spazio.
Tra quelli che la fede e la sorte hanno lanciato nel mondo, ecco come l’italiano Antonio Alberti scrive il 3 febbraio 2002, lo stesso giorno in cui, 50 anni fa, São Brás ha benedetto la sua gola per proclamare al mondo: “Sarò sempre italiano, ma un italiano cittadino del mondo, parte dell’Italia nel mondo: Dopo 50 anni di separazione dalla Madre Patria, prima temporaneamente ed infine definitivamente, è naturale che le nostre relazioni siano cambiate.
Nel primo caso, avevo tutti i miei interessi in Italia, dove ritornavo con frequenza. Ero italiano politicamente, socialmente, culturalmente ed affettivamente. Nel secondo, risiedendo già da 30 anni in Brasile, in terra Gaúcha, dove ho tutti i miei interessi e senza progetto di ritorno, mi sento italiano culturalmente e affettivamente.
Questi due sentimenti sono più forti, di maggior intensità per la nostalgia che sento per le cose italiane e toscane. Sento ancor più forte le mie radici italiane e toscane.
Seguo con attenzione le vicende politiche, economiche, sportive della mia terra d’origine. Socialmente però mi sento Brasiliano/gaúcho. Politicamente sono amorfo. Non essendo naturalizzato, non partecipo ad elezioni brasiliane.
Per più 50 anni ho atteso la legge complementare alla costituzione del 1948 che regolasse il voto di noi all’estero. Per questo motivo non ho mai potuto dare un appoggio concreto agli uomini del mio partito, della mia regione. E tutto questo ritardo si deve ad interessi particolari di questo o quel partito. Ci attendevamo una legge uguale a quella di tanti altri paesi, il voto ai residenti in Patria e a quelli colà residenti, ma temporaneamente all’estero.
Le sorti politiche di un Paese dovrebbero dipendere soltanto da loro. Io, pertanto, non avrei più il diritto al voto. Per questo motivo non mi sento più politicamente italiano. La legge ibrida, complessa, impraticabile in molti paesi e che permette il voto attivo e passivo a tutti, in tutte le terre straniere, mi sembra un’altra incongruenza e particolarità veramente peninsulare.
Per quanto concerne l’individualismo degli  italiani, compreso il sottoscritto, non lo prenderei come un difetto. Da quest’accentuata individualità nascono, quasi sempre, efficienti azioni collettive. Prendo un esempio nel mio campo, quello imprenditoriale dove, dall’unione di piccole ma funzionali ditte familiari, nascono poderosi consorzi settoriali.
Individualismo, particolarismo li ritroviamo anche nella culinaria. Si parte da un’estesissima trama d’esperienze gastronomiche, di territori limitatissimi, come si suol dire, una ricetta per ogni campanile, per arrivare ad un’importante identità di cultura gastronomica italiana.
Un’altra peculiarità nostra è quella di non amare la fila, come si fa da tutte le parti, Brasile incluso. Da noi si fa la coda, non quella del bue, un osso dietro l’altro, ma quella del pavone, bella, a ventaglio. Si spinge da tutte le parti per arrivare al punto finale. Si sa che la fila è più rapida e razionale, ma non è per loro. Io, dopo tanti anni di Brasile, faccio la fila, non faccio più la coda.
Sono un italiano che vive l’Italia nel mondo, amando le culture del paese di origine e quella del paese di accoglimento, rispettando l’uso della loro lingua, di quella italiana e delle lingue familiari, che qui si parlano sempre più.
Lettore amico, la fila è arrivata al tuo posto e tocca a te scrivere sull’Italiano che è in te.

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u Cada italiano é diferente no ser e no fazer. Uns partem do ser, outros do fazer, conforme circusntâncias de espaço e tempo objetivos ou subjetivos.
A frase mal entendida por muitos: Mi son talian gràssia a Dio, dita por uma italiana de Pinto Bandeira-RS, que originou a obra omônima de Darcy Loss Luzzatto, se refere ao ser e ao fazer.
A italiana se referia a dois momentos de seu espaço e tempo. Era pobre mas trabalhadora (realidade objetiva) e confiava em Deus (realidade subjetiva), graças a Deus sou italiana, porque Deus me ama como italiana. Mesmo seja italiana e pobre, Deus gosta de mim. Ele não esqueceu de mim. Esta seria a afirmativa de muitos, inclusive de meu pai, Milchare Francisco Costa, na última guerra, que não podia nem rezar em voz alta com a família, para não ser preso, por só falar Talian. Mas Deus nunca o prendeu, mesmo sendo italiano.
Dos 16 milhões de italianos que começaram a fila dos cidadãos do mundo, a partir de 1875, a maioria poderia dizer: Graças a Deus sou italiano, porque Deus me deu força de sair mundo afora à procura do meu espaço.
Entre os que a fé e o destino lançaram no mundo, eis como o italiano Antônio Alberti escreve em 3 de fevereiro de 2002, dia em que, há 50 anos, São Brás abençoou sua garganta para proclamar ao mundo: “Eu sempre serei italiano, mas italiano cidadão do mundo, perfazendo a Italia nel Mondo:
Depois de 50 anos de separação da Mãe Pátria, primeiro temporariamente e, mais tarde, definitivamente, é natural que as nossas relações tenham se modificado.
No primeiro caso, tinha todos os meus interesses na Itália, para onde voltava com freqüência. Eu era italiano politicamente, social, cultural e afetivamente. No segundo, morando há 30 anos no Brasil, em terra Gaúcha onde tenho todos os meus interesses e sem projeto de retorno, sinto-me italiano culturalmente e afetivamente.
Esses dois sentimentos são mais fortes, de intensidade maior pela saudade que sinto das coisas italianas e toscanas. Sinto as minhas raízes italianas e toscanas ainda mais fortes.
Acompanho com atenção os fatos políticos, econômicos, esportivos da minha terra de origem. Socialmente, porém, sinto-me brasileiro/gaúcho. Politicamente sou amorfo. Não sendo naturalizado não participo das eleições brasileiras.
Por mais de 50 anos esperei a lei complementar à constituição de 1948, que regulamentaria o voto para nós que estamos no exterior. Por isso nunca pude dar um apoio concreto aos homens do meu partido, da minha região. E toda essa demora se deve a interesses particulares deste ou daquele partido. Esperávamos uma lei igual àquela de tantos outros países, o voto aos residentes na Pátria e àqueles nela residentes, mas temporariamente no exterior.
O destino político de um País deveria depender somente deles. Eu, portanto, não mais teria o direito ao voto. Por esse motivo não me sinto mais politicamente italiano. A lei híbrida, complexa, impraticável em muitos países e que possibilita o voto ativo e passivo a todos, em todas as terras estrangeiras, me parece uma outra incongruência e característica verdadeiramente peninsular.
Com respeito ao individualismo dos italianos, inclusive este missivista, não o tomaria como defeito. Dessa acentuada individualidade nascem, quase sempre, ações coletivas eficientes. Tomando um exemplo do meu campo, o empresarial, onde da união de empresas familiares pequenas mas funcionais nascem consórcios setoriais poderosos.
Individualismo, particularismo, são encontrados também na culinária. Parte-se de uma trama muito extensa de experiências gastronômicas, de territórios limitadíssimos, como se costuma dizer, uma receita para cada campanário, para chegar a uma importante identidade de cultura gastronômica italiana.
Outra peculiaridade nossa é a de não gostar de filas, como são feitas em todos os lugares, inclusive no Brasil. Nós não fazemos fila, como o rabo do boi, um osso depois do outro, mas sim como uma cauda de pavão, tão linda, como um leque. Todos se empurram para chegar ao ponto final. Sabe-se que a fila é mais rápida e racional, mas não é para os italianos. Eu, depois de tantos anos de Brasil, faço fila.
Sou um italiano que vive a “Itália no mundo”, amando as culturas do país de origem e do país que me acolheu, respeitando o uso da língua, a italiana e as línguas familiares, que aqui são faladas cada vez mais.
Amigo leitor, chegou sua vez na fila para escrever sobre O Italiano que está em você.

N.T.: O missivista faz um trocadilho com as palavras fila e coda (cauda, rabo) usadas como sinônimos em italiano, que – infelizmente – se perde na tradução.