u MANAUS-AM – Um planejamento nacional do Ministério de Minas e Energia pode garantir, em 2011, a interligação de Manaus ao sistema brasileiro de energia. Diante desta possibilidade, a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) subsidiada ao Amazonas seria reduzida em 20%, passando de R$ 4,6 bilhões ao ano para R$ 3,6 bilhões.

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A informação foi dada nesta quarta-feira pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento do ministério, Márcio Zimmermann, durante o seminário Energia e Desenvolvimento na Amazônia: Projetos e Tecnologias de Futuro, que faz parte da III Feira Internacional da Amazônia. Somente nos últimos seis anos, a CCC passou de R$ 0,48 para R$ 4,6 bilhões, segundo dados da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE).

 
O objetivo do seminário, cuja programação é apresentar e discutir projetos de produção de energia elétrica para a Amazônia, além de atrair investimentos e empresas para atuar na área tecnológica de energia renovável no Amazonas. 


De acordo com Zimmermann, o planejamento nacional – sinalizado no Plano 2006 a 2015 – prevê o fim do sistema isolado no qual a capital amazonense está incluída. “Visto que Manaus terá gás natural até 2012, a interligação ao sistema nacional chegará em boa hora. Além disso, já foi constatado a viabilidade técnica e econômica desse processo”, completou.


Para o secretário, a Amazônia tem um grande potencial energético, com características interessantes como, por exemplo, interligações nacionais e internacionais, inclusive com a Venezuela.


Do total de US$ 56 bilhões a serem investidos no cenário nacional energético, para os próximos dez anos, Zimmermann informou que entre US$ 12 bilhões e 14 bilhões serão destinados à região Norte. “Uma média de US$ 10 bilhões será investida na construção de duas usinas no Amazonas, uma no Rio Madeira e outra em Belo Monte. Ainda haverá mais recursos para a interligação Acre/Rondônia e Tucuruí/Manaus/Macapá”, disse. 


Apesar das possibilidades de tornar o Estado independente do restante do País, em relação à energia, o diretor do Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico da Universidade Federal do Amazonas (CDEAM/Ufam), Rubem César Rodrigues, declarou que se não houver investimento em energia alternativa ou hídrica, o Estado ainda vai depender do subsídio. “A chegada do gás vai reduzir o custo Brasil, mas não o custo Manaus. Precisamos do subsídio para evitar as inviáveis tarifas de energia. Com as termoelétricas, o consumidor não terá condições de arcar com as despesas da conta de energia”, afirmou. 

 

Modelos de Energia Sustentável

Enquanto o planejamento nacional do Ministério de Minas e Energia não sai do papel, um projeto agroindustrial busca energia alternativa para o interior do Amazonas. Em Manacapuru, uma cooperativa está apostando na geração de energia por meio do caroço de açaí. O projeto, orçado em R$ 1,2 milhão, é financiado pelo Fundo Setorial para Energia Elétrica – CT-ENERG por um prazo de três anos. Ao longo de 25 km de rede, um total de 136 famílias deve ser atendida pelo projeto. A meta da Cooperativa Energética Agroextrativista Rainha do Açaí (Ceara), formada por produtores de Manacapuru, é vender energia para a Companhia Energética do Amazonas (Ceam).
A usina está em construção, sendo que o primeiro sistema de 15KW deverá está operando em um ano e, em fevereiro do ano que vem deverá chegar a 80KW. “Além da energia alternativa, também deverão gerados empregos e renda em Manacupuru”, concluiu Rodrigues.