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CURITIBA – PR – Representantes de entidades trentinas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, aproveitaram a presença do deputado Fabio Porta em Curitiba, no último fim de semana, para uma reunião em que foram aprofundados os problemas relativos ao encaminhamento dos processos de reconhecimento da cidadania por direito de sangue. “A situação está complicada, tem gente aguardando o pronunciamento das autoridades italianas há mais de dez anos e nós esperamos respostas”, disse o presidente do Círculo Trentino de Curitiba, Ivanor Minatti, em cuja sede foi realizado o encontro após a reunião do Comites – Comitato degli Italiani all’Estero, em que o assunto também foi tratado.

Segundo Ivanor, apenas cerca de três mil, de um total de cerca de trinta mil solicitações retornaram de Roma, onde, sobre cada pedido, deve prounciar-se uma Comissão Especial Interministerial. Agilizar o trâmite desses processos, é um dos objetivos, mas também precisa ser encontrada uma solução para desentravar o trâmite desses pedidos junto aos consulados, uma vez que mesmo os que já voltaram de Roma dependem do pronunciamento consular.

Há também o problema dos que não conseguiram realizar o pedido dentro dos prazos estabelecidos por uma lei que já não vige mais. Uma nova proposta de lei reabrindo os prazos é o que reinvindicam os representantes das comunidades trentinas do Brasil, mas sem “o absurdo de fixação de data-limite”.

O deputado Fabio Porta, que já interferiu na questão por diversas vezes junto às autoridades italianas, assumiu o compromisso de levar adiante a luta em defesa dos interesses dos descendentes dos imigrantes trentinos (habitantes de territórios italianos antigamente pertencentes ao Império Áustro-Húngaro). Entre os presentes ao encontro estavam José Renato Margon, do Espírito Santo, de José Romano Conzatti Giordani, de Porto Alegre – este último um especialista na matéria, que apresentou diversas sugestões, além de João Andreata de Souza e João Danil Anesi, de Santa Catarina. O advogado Elton Stolf também participou do encontro, acompanhado ainda pelo conselheiro do CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero, Walter Petruzziello.

O fracasso das ações da “task force” no Brasil, segundo Minatti, frustrou a expectativa de milhares de interessados no reconhecimento da cidadania italiana. Um dos motivos desse fracasso, ainda segundo Minatti, foi o uso dos recursos a ela destinados para a contratação de pessoal que deveria prestar serviços exclusivamente na área da análise de processos de cidadania, mas que foram desviados de função. “Há gente exercendo a função de secretária consular”, por exemplo, e essa questão deverá ser esclarecida e resolvida, pedem as lideranças comunitárias. Todos os problemas levantados no encontro serão objetos de uma interpelação aos setores competentes que o deputado Fabio Porta deverá apresentar nas próximas semanas. Porta comprometeu-se, também, a apresentar com outros colegas seus uma nova proposta de lei reabrindo os prazos para os requerimentos de reconhecimento da cidadania italiana por parte dos trentinos.”Vou trabalhar de forma intensiva” disse Porta, advogando também a necessidade de uma padronização dos serviços de atendimento dos consulados italianos que operam no Brasil.