u Quando aveva meno di dieci anni Marilene, nata a Foz do Iguaçu-PR, venne portata da una sorella, da poco sposata con un italiano, a Roma. Ovviamente dovette imparare l’italiano per frequentare la scuola. Si laureò in contabilità, un corso che, in Brasile, a causa delle differenti regole e leggi, le serve a poco. Di ritorno alla sua terra dopo avere abitato a Roma venti anni, Marilene si è sposata con Pedro Marcon Eloi Alves e, sei anni dopo, ha determinato il suo futuro: è professoressa del marito, della suocera, di tre cognati, un fratello e di Anderson, suo figlio. Insegna quello che sa e quello che le piace: l’italiano.

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Ma non ci sono solo parenti, nell’esordiente scuola organizzata in tre classi nello stretto spazio di venti giorni. Oggi lei da lezione di lingua e cultura italiana anche a circa altri 350 alunni – alcuni, futuri professori della regione Sud-Ovest del Paraná, dove decine di comuni sono coinvolti in un Accordo di Cooperazione sancito nel 2003 tra l’Associazione dei Municipi del Sud-Ovest – Amsop, il Consolato Generale d’Italia a Curitiba e il Centro di Cultura Italiana PR/SC. Marilene è orgogliosa di essere stata una specie di precorritrice nella regione, costituita prevalentemente da italo-brasiliani provenienti dal Rio Grande do Sul e che, al massimo, parlano correttamente il dialetto (il Talian).

– Sono stata di casa in casa, cercando di convincere le persone che avevano bisogno di studiare italiano – dice. Con le classi formate, ho ricevuto l’appoggio del CCI.

Il successo di Marilene va, oggi, oltre il municipio in cui vive – Santo Antônio do Sudoeste. Va a Pranchita, Ampére, Capanema, Realeza, Santa Izabel do Oeste, Planalto, Bela Vista da Caioba, Pérola do Oeste, Bom Jesus do Sul e Barracão, quasi al confine con l’Argentina. Oltre a dare lezioni tutto il giorno, la professoressa è riuscita ad aprire uno spazio nei media locali e tiene una rubrica settimanale nel giornale “A Fonte”, di Santo Antônio do Sudoeste, intitolata “Viva l’Italia”.

-Scrivo di tutto un po’. Sempre in italiano. Ho persino già pubblicato ricette culinarie – racconta.

Il tipo dei suoi alunni? Tutti. Ci sono persone di sei anni e persone di ottanta. Da medici a impiegati domestici. Della campagna e della città, persone che vogliono un giorno andare in Italia, che vogliono un certificato o che semplicemente si interessano della cultura italiana in omaggio alle loro stesse radici etniche e culturali.

A quelli che vogliono andare in Italia, in particolare quelli che sognano di trovare lavoro là, Marilene diventa seria e da un consiglio:

– Pensateci bene, preparatevi e informatevi molto tempo prima. Per molte persone, in particolare sudamericani, l’esperienza nella Penisola non è andata bene. Si aspettavano una cosa e ne hanno trovata un’altra.

Lei stessa racconta che, quando abitava a Roma, molte volte le risultava migliore dire che era tedesca che brasiliana. Per sfuggire a un certo preconcetto che c’è in alcune aree dell’Europa ed anche dell’Italia.

-Purtroppo non siamo sempre visti bene. Dobbiamo tenere presente questo per evitare dispiaceri più grandi – suggerisce.

Quando le prime classi si diplomeranno, tra i loro alunni ci saranno 38 o 40 nuovi professori che dovranno moltiplicare i loro insegnamenti nelle scuole pubbliche. In tutto il Sud-Ovest la previsione è di 105 professori.


Com a corda toda

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 Onze municípios do Sudoeste do Paraná  começam a falar italiano graças a Marilene Kall Alves

uando tinha menos de dez anos, Marilene, natural de Foz do Iguaçu-PR, foi levada por uma irmã recém-casada com um italiano para Roma. Naturalmente, lá teve que aprender a falar italiano para freqüentar a escola. Formou-se em contabilidade, um curso que, no Brasil, devido à diferentes normas e leis, de pouco hoje lhe serve. De volta à sua terra depois de ter morado em Roma vinte anos, Marilene casou-se com Pedro Marcon Eloi Alves e, seis anos depois, construiu sua própria estrada: é professora do marido, da sogra, de três cunhados, um irmão e de Anderson, seu filho. Ensina o que sabe e do que aprendeu a gostar: o italiano.

Mas não só parentes foram para a escola incicial montada em três turmas no exíguo prazo de vinte dias. Hoje ela dá aula de língua e cultura italiana também para outros cerca de 350 alunos – alguns, futuros professores da região Sudoeste do Paraná, onde dezenas de municípios estão envolvidos num Acordo de Cooperação celebrado em 2003 entre a Associação dos Municípios do Sudoeste – Amsop, o Consulado Geral da Itália em Curitiba e o Centro de Cultura Italiana PR/SC. Marilene se orgulha de ter sido uma espécie de precursora na região, formada preponderantemente por ítalo-brasileiros provenientes do Rio Grande do Sul e que, no máximo, dominam o dialeto (o Talian).

– Eu fui de casa em casa, tentando convencer as pessoas que elas precisavam estudar o italiano – conta ela. Com as turmas formadas, consegui o apoio do CCI.

O sucesso de Marilene hoje foi além do município em que está vivendo – Santo Antônio do Sudoeste. Vai a Pranchita, Ampére, Capanema, Realeza, Santa Izabel do Oeste, Planalto, Bela Vista da Caioba, Pérola do Oeste, Bom Jesus do Sul e Barracão, já na divisa com a Argentina. Além de dar aulas o dia inteiro, a professora conseguiu abrir espaço na midia local e escreve semanalmente uma coluna no jornal “A Fonte”, de Santo Antônio do Sudoeste, intitulada “Viva l’Italia”.

– Escrevo de tudo um pouco. E sempre em italiano. Até receitas culinárias já publiquei – conta ela.

O perfil de seus alunos? De tudo um pouco. Tem gente de seis anos e tem gente de oitenta anos. De médicos a empregados domésticos. Da roça e da cidade, gente que pretende um dia ir à Itália, que quer um certificado ou simplesmente se interessa pela cultura italiana em homenagem a suas próprias raízes étnicas e culturais.

Aos que pretendem ir à Itália, especialmente os que sonham em arranjar trabalho lá, Marilene fica séria e dá um conselho:

– Pensem bem, se preparem e se informem bem antes. Muita gente, principalmente da América do Sul, deu-se mal na Península. Esperavam uma coisa e encontraram outra.

Ela mesma conta que, quando morava em Roma, muitas vezes achava mais fácil dizer que era alemã em vez de brasileira. Para fugir de um certo preconceito que existe em algumas áreas da Europa e também da Itália.

– Infelizmente nem sempre somos bem vistos. Temos que ter consciência disso para evitar dissabores maiores – aconselha ela.

Quando formar as primeiras turmas, dentre seus alunos estarão 38 ou 40 novos professores que haverão de multiplicar seus ensinamentos pela rede municipal e estadual de ensino. Em todo o Sudoeste, a previsão é de 105 professores.