Na segunda série de vídeos com a entrevista do candidato ao Parlamento italiano Walter Fanganiello Maierovitch, o desembargador aposentado aborda a “indignidade” das filas da cidadania perante os consulados italianos que operam no Brasil e da taxa de 300 euros que vem sendo cobrada pelo governo italiano desde o dia 8 de julho de 2014 para o reconhecimento da cidadania por direito de sangue.

Fanganiello explica também que terá independência para votar matérias de interesse dos italianos no exterior, mesmo que o partido a que é filiado feche questão contra, como aconteceu diversas vezes na legislatura que está findando com representantes do Brasil no Parlamento, inclusive no estabelecimento da taxa da cidadania. “Não haverá voto de cabresto… jamais vou trair a minha consciência em hipótese alguma”, garante o jurista.

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Ele explica suas atividades em obras sociais e afirma que, mesmo sendo eleito, não deixará esse trabalho, que é desenvolvido em favor de pessoas menos favorecidos da periferia. “Será uma honra se eu chegar ao Parlamento italiano, mas não vou deixar de dar aulas, porque ali está o combustível da minha vida”.

“Não estou a fim de ser parlamentar italiano para esquentar cadeira, para desfrutar”, diz Fanganiello, ao criticar duramente algumas estruturas italianas hoje em funcionamento que chama de “feudos”. Segundo ele, pessoas mal informadas, mas que dependem de serviços nessas estruturas, levam a cédula a terceiros que escolhem por elas em quem votar. “Isso é a anti cidadania”, diz ele.

Em outro vídeo, o candidato confronta realidades de outros países europeus, onde, para ter a cidadania reconhecida, os pretendentes precisam demonstrar conhecimento da língua e da cultura.

Ele analisa a “indignidade das filas” diante dos consulados italianos e, do outro lado da medalha, “um monte de gente ganhando no atraso”, isto é, com as dificuldades criadas. Entre elas, segundo ele, está inclusive a busca do reconhecimento da cidadania em território italiano, com o aluguel de um endereço. “Aí já caímos no campo da fraude”, diz, ressalvando, entretanto, “alguém em estado de necessidade, em legitima defesa” na busca do ‘ius sanguinis’. “É preciso mexer nisso aí, mas pra mexer nisso, precisa de alguém briguento como eu”.