Visão gráfica dos resultados do Referendum na Circunscrição Eleitoral do Exterior (Reprodução 'La Repubblica'

Apenas superado pela República do Malawi, que faz vizinhança com o Moçambique, na África Oriental, o Brasil foi a área da Circunscrição Eleitoral do Exterior em que o ‘Sim’ atingiu o maior índice (84,23%) em todo o mundo, segundo os dados até aqui conhecidos na apuração do resultado do Referendum Constitucional que impôs inesperada derrota a Matteo Renzi, o demissionário presidente do Conselho de Ministros do governo italiano.

Em Malawi, onde estavam cadastrados apenas 108 eleitores, o ‘Sim’ chegou a 85,5%. O terceiro país em que o ‘Sim’ desponta vitorioso, mas imediatamente atrás do Brasil, é o Haiti, com 83,7% da preferência de seus 123 eleitores.

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Os resultados desse referendum devem fornecer elementos para muito pensar: Enquanto em território italiano a maioria rejeitou as reformas propostas pelo governo Renzi, no exterior o índice geral pela aprovação foi de 64,7%. Nem mesmo a Argentina, onde o onipresente Maie – Movimento Associativo Italiani all’Estero de Ricardo Merlo engajou-se pelo ‘Sim’, a diferença foi tão grande quanto a verificada no Brasil: dos 673.238 eleitores argentinos, compareceram às urnas 25,33%, garantindo 65,11% para o ‘Sim’ e 34,89% para o ‘Não’ (tendência pela qual bateu-se o presidente da Usei – Unione Sudamericana Emigrati Italiani, que tem em Renata Bueno, que trabalhou pelo ‘Sim’, seu único parlamentar).

Outro dado importante: dos 4.052.341 de eleitores inscritos na Circunscrição do Exterior, apenas 1.251.728 (30,70%) compareceram às urnas para votar, índice levemente superior ao verificado no Brasil, onde de 325.55 eleitores inscritos, apenas 28,58% votaram. Quase dez mil foram os fotos brancos e mais de 21 mil cédulas foram consideradas nulas, com pouco mais de 500 cédulas contestadas.

Como área isolada a América do Sul também desponta como campeã do ‘Sim’ (71,9%) em toda a Circunscrição Exterior. O segundo lugar nas preferências pelo ‘Sim’ coube ao Uruguai (77,13%), enquanto o Chile vem em terceiro lugar, com 76,4% das preferências externadas pelo ‘Sim’, seguido do Equador com 77,07% .

O ‘Não’ venceu em poucos países, e entre eles estão Rússia, Índia, Japão, Paquistão, Cazaquistão, Polônia, Hungria, República Checa, Lituânia, Noruega, Irlanda,Eslováquia, Finlândia e Tailândia. Nos Estados Unidos, o ‘Sim’ atingiu 58,87% das preferências, enquanto no Canadá, 67,10%. No mapa preparado pelo jornal italiano “La Repubblica” podem ser conferidos todos os detalhes.