A prisão de Cesare Battisti é a principal notícia da edição de hoje do jornal italiano "La Repubblica" (Reprodução)

“A prisão do terrorista Cesare Battisti reforça a necessidade de sua extradição para a Itália, onde foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos”, escreveu hoje (04) a deputada ítalo brasileira Renata Bueno no portal do PPS – Partido Popular Socialista. “Esperamos que agora o governo brasileiro anule o ato de Lula e mande esse criminoso para a Itália, que é onde ele deve cumprir sua pena”, defendeu a parlamentar.

O italiano vive no Brasil graças a um refúgio político concedido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva num de seus últimos atos como Presidente do Brasil e foi detido nesta quarta-feira em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, segundo se anunciou, quando tentava atravessar a fronteira com a Bolívia. Sua prisão ocupa a principal manchete dos jornais irtalianos “La Repubblica” e “Corriere della Sera”.

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“Foi uma clara tentativa de fuga para escapar de uma extradição iminente já que o governo da Itália havia pedido recentemente que o Brasil anulasse o refúgio concedido pelo ex-presidente Lula em 2010”, escreveu ainda Renata Bueno. Ela lembra que a extradição de Battisti foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal em 2009 e só não aconteceu “devido à ação política do PT – Partido dos Trabalhadores”.

Uma das fotos publicadas pelos jornais italianos sobre a prisão de Battisti.

O jornal “Corriere della Sera” publica fotos em que Cesare Battisti casou com uma brasileira – Joice Lima – no litoral paulista. Um dos padrinhos do casamento foi o então secretário de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Eduardo Suplicy. O jornal informa que, em 3 de março último, um juiz federal brasileiro ordenou a expulsão do ex-militante do PAC

Para Renata Bueno, Battisti é “um criminoso comum e não deve se beneficiar de refúgio político”, e o refúgio que lhe foi concedido “desrespeita flagrantemente o tratado de extradição firmado entre Brasil e Itália e o espírito democrático da Constituição brasileira de 1988”. Enquanto isso, segundo enfatiza a parlamentar, “a Itália vive em democracia plena desde o fim da 2ª Guerra Mundial” e “não existem motivos para que o criminoso Cesare Battisti não seja extraditado para pagar por seus crimes”.

Na nota postada no site do PPS, a deputada lembra ainda que a Itália autorizou a extradição para o Brasil de outro preso comum, o ex-presidente do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que havia fugido do país para escapar do cumprimento da pena que lhe foi aplicada no processo do mensalão. “A Itália fez a sua parte e devolveu ao Brasil um corrupto que buscou abrigo em território italiano. Agora chegou a vez do Brasil mandar para a Itália um terrorista que fez tantas famílias sofrerem e cujos crimes até hoje provocam comoção na sociedade”, disse a Renata Bueno.

A integrante do Parlamento italiano anuncia que “vem trabalhando junto às autoridades brasileiras para viabilizar a extradição de Battisti”.