u SÃO PAULO – SP – “O compromisso anunciado de reforçar a rede consular na América do Sul e no Brasil com novos recursos constitui uma importante novidade depois de anos e anos de redução de verbas e de restrições estruturais” disse o sociólogo Fabio Porta, coordenador geral da
Segundo Porta, “Danieli nos surpreendeu favoravelmente pela sua clareza”, mas também pelo “conhecimento da realidade dos italianos no exterior”. O que preocupa Porta, porém, são as anunciadas “mudanças estruturais” para a solução dos problemas decorrentes das “filas da cidadania”. “Se isto quer dizer que devemos esperar a nova lei sobre a cidadania para resolver o problema da fila, tenho medo que corremos o risco de voltar ao ponto de partida, o que equivale dizer ‘não solução do problema’,disse ele.
Nessa longa entrevista ao Portal Insieme, Porta responde a três perguntas, relacionadas a eventuais mudanças na legislação italiana sobre cidadania, que foram feitas também aos presidentes dos
n Analisando os resultados da visita do vice-ministro, Porta disse:
“O ministro Danieli nos surpreendeu favoravelmente pela sua clareza ao expor os problemas, pela objetividade das soluções propostas e pelo profundo conhecimento da realidade dos italianos no exterior. Estávamos cansados de ouvir políticos italianos que vinham freqüentemente para cá para fazer grandes pronunciamentos retóricos, até com “lágrimas fáceis” nos olhos, e depois iam embora e não sustentavam nenhuma das promessas feitas.
Deste ponto de vista, repito, Danieli nos convenceu: o seguro sanitário para os italianos indigentes na América do Sul, a carta-desconto para viagens à Itália a preços reduzidos, a Universidade Ítalo-Latino-Americana, a nova Raí International com três canais diferenciados para garantir uma informação completa e atualizada… Tratam-se de compromissos concretos que, estou seguro, serão honrados pelo atual governo.
Direi ainda, principalmente, o compromisso anunciado de reforçar a rede consular na América do Sul e no Brasil com novos recursos (falou-se também de novas sedes consulares…) constitui uma importante novidade, depois de anos de redução de recursos e de restrições estruturais.
O que me preocupa, entretanto, e que talvez não entendi direito, é esta “ligação direta” entre estes compromissos (particularmente os novos recursos para os consulados) e as “mudanças estruturais” para resolver o problema da “fila da cidadania”, ou seja, se isto quer dizer que temos que esperar a nova lei sobre a cidadania para resolver o problema da fila, então tenho medo que corremos o risco de voltar ao ponto inicial, ou seja, “não solução do problema”.
n Que sabe a respeito da proposta de limitar o reconhecimento da cidadania italiana ius sanguinis na terceira geração (netos de imigrantes)? É justo?
Não acredito que seja justo: nossa Constituição e todo o aparato jurídico italiano sobre a cidadania estão baseados sobre o direito de sangue que, a meu ver, representa um valor e um recurso que precisam ser defendidos. Já expliquei, inclusive em minha última longa entrevista à revista INSIEME, que acho uma grande oportunidade de caráter cultural e também de alcance econômico e comercial o patrimônio constituído pela grande comunidade italiana no exterior, que encontra na “dupla cidadania” um formidável elemento de impulso que nos distingue de outros Países, que às vezes não possuem grandes comunidades espalhadas pelo mundo.
Tenho presente, porém (não vivo na lua!) que uma série de fatores não permitirão mais à Itália a perpetuação de tal legislação: em primeiro lugar, por fazer parte da União Européia, com os deveres que disso decorrem relativamente à homogeneização das leis nacionais; mas também por questões de segurança internacional ligadas à circulação das pessoas; e finalmente a compreensível exigência de garantir serviços eficientes e adequados e respostas corretas a uma comunidade italiana no exterior sempre maior e – depois do voto – forte e exigente.
Não quero sequer dar pouca importância a tantos casos de pedidos de reconhecimento de cidadania ligados a fatores não sempre “nobres”, como viajar aos Estados Unidos, ou buscar a garantia de um futuro europeu, e isto além de da existência de um real vínculo histórico e afetivo com o nosso País; como também o assim chamado “mercado da cidadania” alimentado por profissionais e aventureiros que freqüentemente têm especulado sobre este direito.
Eu seria mais favorável à introdução de barreiras de outra natureza, como acontece por exemplo com os extra-comunitários na Itália ou com a cidadania dos trentinos: a necessidade de aprender a nossa língua, um real envolvimento na vida e na nossa comunidade e talvez algumas limitações à entrega e ao uso não apropriado do documento de viagem (passaporte).
n A seu ver, qual ou quais seriam os motivos para essa restrição? O que isso tem a ver com a distribuição de cadeiras na circunscrição eleitoral do exterior?
As duas coisas estão ligadas e, acredito, com acerto. No momento em que nós, italianos, residentes no exterior, obtivemos o direito do voto, temos aumentado consideravelmente o nosso “peso específico”, a partir daquele político e institucional que nos permite – através dos 18 parlamentares – participar das decisões que nos dizem respeito, mas também (atenção!) sobre aquelas que dizem respeito a toda a vida pública italiana. Ao mesmo tempo, porém, aumentaram nossos direitos e portanto os milhões de italianos no exterior tornaram-se sujeitos ativos e passivos desse exercício de cidadania. Não há sentido, por exemplo, numa platéia sempre maior de eleitores no exterior se estes últimos não exercitam de forma igualmente ampla este importante direito, ou por problemas de ordem técnica e estrutural (as famosas listas de cidadãos e eleitores dos Ministério do Exterior e do Interior) ou por uma objetiva desinformação ou incapacidade de interessar-se e, portanto, participar das decisões políticas da Nação.
Portanto, respondendo à pergunta, é também compreensível que a redução do direito de reconhecimento da cidadania italiana a algumas gerações seja conjugada com a sua capacidade de exercitar plenamente o direito de voto.
É evidente porém que existe uma segunda ordem de problemas, ou seja, a distribuição dos cidadãos italianos residentes no exterior; pela atual lei sobre a cidadania, de fato, é claro que a grande fonte, destinada a crescer, de eleitores, é constituída pela América do Sul (particularmente o Brasil), onde se concentra a maior quantidade de ítalo-descendentes do mundo. Neste sentido, nós não queremos ser privilegiados, mas não queremos igualmente ser penalizados pelas mudanças atualmente em discussão.
n O que fazer (no plano político, administrativo e social) para evitar que se perpetue mais uma injustiça contra a comunidade itálica da América do Sul, em particular a do Brasil, historicamente relegada a segundo plano?
Fui entre os primeiros, no Brasil, a soar o alarme neste sentido. Parece-me importante e vale a pena apoiar a iniciativa, para cujo nascimento e divulgação contribui, de coleta de assinaturas para solicitar uma solução rápida e concreta por parte do governo e do Parlamento. Parece-me que todos os presidentes de
u Il Ministro Danieli ci ha sorpreso favorevolmente per la sua chiarezza nell’esporre i problemi, per la concretezza delle soluzioni proposte e per la profonda conoscenza della realtá degli italiani all’
Eravamo stanchi di ascoltare politici italiani che venivano spesso da queste parti per fare grandi pronunciamenti retorici, magari con la «lacrima facile» agli occhi e poi, una volta partiti, mai in grado di mantenere nessuna delle promesse fatte.
Da questo punto di vista, ripeto, Danieli ci ha convinto: l’assicurazione sanitaria per gli italiani indigenti in Sudamerica, la tessera-sconti per viaggiare in Italia a prezzi ridotti, l’Universitá italo-latinoamericana, la nuova RAI International con tre canali differenziati per garantire una informazione completa e aggiornata. Si tratta di impegni concreti che sono certo saranno onorati dall’attuale governo.
Anche, direi soprattutto, l’impegno annunciato di rafforzare la rete conslare in Sudamerica e in Brasile con nuove risorse (si é anche parlato di nuove sedi consolari…), costituisce una importante novitá, dopo anni di riduzione di risorse e di restrizioni strutturali.
Quello che peró mi preoccupa, e che forse ho capito meno, é questo ‘collegamento diretto’ tra questi impegni (in particolare le nuove risorse ai Consolati) e le «modifiche strutturali» per risolvere il problema della «fila della cittadinanza»; ossia, se questo vuole dire aspettiamo la nuova legge sulla cittadinanza per risolvere il problema della fila, ho paura che rischiamo di tornare al punto di partenza, vale a dire alla «non soluzione del problema»…
n Que sabe a respeito da proposta de limitar o reconhecimento da cidadania italiana ius sanguinis na terceira geração (netos de imigrantes)? É justo?
Non credo che sia giusto; la nostra Costituzione e tutto l’impianto giuridico italiano della cittadinanza sono basati sul ius sanguinis che a mio parere rappresenta un valore e una risorsa da difendere.
Ho giá spiegato, anche nella mia ultima lunga intervista a INSIEME, che ritengo una grande opportunitá di carattere culturale e anche di penetrazione economica e commerciale il patrimonio costituito dalla grande comunitá italiana all’
Mi rendo peró conto (non vivo sulla luna !) che una serie di fattori non consentono piú all’Italia la perpetuazione di tale legislazione: in primo luogo l’appartenenza all’Unione Europea, con i doveri che ne derivano di omogeneizzazione delle legislazioni nazionali; ma anche questioni di sicurezza internazionale legate alla circolazione delle persone; e infine la comprensibile esigenza di garantire servizi efficienti e adeguati e risposte certe a una comunitá’ italiana all’
Non voglio nemmeno sottovalutare poi i tanti casi di richieste di cittadinanza legate a fattori non sempre ‘nobili’, come il viaggiare negli Stati Uniti o il garantirsi un futuro europeo, e questo al di lá dell’esistenza di un reale vincolo storico e affettivo con il nostro Paese; come anche il cosiddetto «mercato della cittadinanza» alimentato da professionisti e faccendieri che spesso hanno speculato su questo diritto.
Io sarei piú favorevole ad introdurre delle barriere di altra natura, come accade per esempio con gli extracomunitari in Italia o con la cittadinanza dei trentini: la necessitá di apprendere la nostra lingua, un reale coinvolgimento nella vita della nostra comunitá, e magari alcune limitazioni alla consegna e all’uso non appropriato del documento di viaggio (il passaporto).
n A seu ver, qual ou quais seriam os motivos para essa restrição? O que isso tem a ver com a distribuição de cadeiras na circunscrição eleitoral do exterior?
Le due cose sono collegate, e credo giustamente. Nel momento in cui, noi italiani residenti all’
n O que fazer (no plano político, administrativo e social) para evitar que se perpetue mais uma injustiça contra a comunidade itálica da América do Sul, em particular a do Brasil, historicamente relegada a segundo plano?
Sono stato uno tra i primi, in Brasile, a suonare un «campanello di allarme» in questa direzione. Mi sembra importante e da sostenere l’iniziativa, che ho contribuito a fare nascere e a divulgare, di raccolta di firme per sollecitare una soluzione rapida e concreta data parte del Governo e del Parlamento in questa Direzione. Mi sembra che tutti i Presidenti dei