u CURITIBA – PR – “Não iremos à Itália para fazer número à vontade dos partidos. Mas iremos à Itália, de forma independente, para defender os princípios, propostas, idéias e necessidades de nossas associações, de nossas comunidades italianas da América do Sul”, disse o candidato a deputado Ricardo Merlo, durante reunião de cerca de 200 pessoas na noite de 04.04.2008 em Curitiba. Merlo, que encabeça a chapa “Movimento Associativo Italiani all’Estero” nestas eleições parlamentares italianas, estava acompanhado dos também candidatos Luis Molossi (deputado), de Curitiba, e Itamar Benedet (Senador), de Criciúma-SC. Aos apoiadores de sua campanha e eleitores que compareceram ao encontro, os candidatos expuseram rapidamente suas idéias antes da janta servida no salão Gênova  do Restaurante Madalosso, em Santa Felicidade.

PATROCINANDO SUA LEITURA

Numa série de encontros que teve início em Santa Catarina, Merlo seguiu para São Paulo onde também encerrou sua campanha juntamente com o candidato Gianni Boscolo (deputado). “Estamos construindo um movimento cujo objetivo principal não são as eleições, mas um projeto que deverá ser perseguido ao longo dos próximos vinte anos”, repetiu Merlo, para unir e dar voz às diversas comunidades italianas espalhadas pelo Continente Sul-Americano.

O candidato respondeu a críticas de que foi alvo recentemente, segundo as quais teve um alto índice de ausência no Parlamento italiano, onde ocupou uma cadeira durante cerca de dois anos, eleito que foi na chapa AISA – Associazioni Italiane in Sud America”: “Não fiz nada errado” – disse  ele – justificando que permanecer em Roma só para esquentar cadeira não é uma função que lhe agrada. Dessa vez, disse que lá permanecerá ainda menos, pois como representante dos italianos na América do Sul seu lugar é também estar junto às comunidades que representa. Segundo Merlo, a maioria dos parlamentares permanece em plenário sob imposição partidária, para alimentar as disputas entre os diversos grupos, entre a esquerda e a direita que divide a Itália. “Trabalhar pela difusão da língua e da cultura italiana, pelos jovens que buscam espaço e oportunidades nas universidades italianas, por exemplo, não é uma questão de esquerda ou direita”, disse o candidato.

Pouco antes de chegar a Curitiba, na tarde de sexta-feira, a assessoria de Merlo havia distribuído um comunicado à imprensa onde enumerava as cidades de Santa Catarina por onde passo em contato com a comunidade: Içara. Criciúma, Nova Veneza, Siderópolis, Cocal do Sul, Urussanga, Orleans, Pedras Grandes, Treze de Maio, Sangão e Morro da Fumaça. “Estou muito satisfeito pelo trabalho dos candidatos brasileiros que organizaram numerosas iniciativas para envolver as comunidades italianas dispersas por um território assim extenso”

Segundo Merlo, “a resposta dos eleitores é forte e positiva: sinto que a comunicação com a nossa gente está funcionando, isso se entende a partir da grande participação em nossos encontros”.

A comunidade italiana residente no Exterior vive os últimos dias de eleição: os envelopes contendo os votos precisam chegar aos consulados até as 16 horas do próximo dia 10. Devido à greve dos carteiros, a recomendação é que os eleitores que puderem levem, pessoalmente, seus votos para serem depositadas nas urnas coletoras montadas nos consulados.