“Provavelmente hoje à noite, nas casas italianas, haverá um pouquinho de esperanças a mais que os dias anteriores”, em função do segundo dia consecutivo em que o número de vítimas fatais da pandemia causada pelo coronavírus Covid-19 vem, paulatinamente, baixando. A afirmação é de Claudio Piacentini, tradutor da revista Insieme que analisa, em nova tele-entrevista a partir de Varazze, na Ligúria, a situação na Itália.

Ele explica que embora a maior concentração de casos esteja ainda na área da Lombardia, começa a preocupar também a situação da Emilia Romagna, enquanto os jornais italianos falam em atenções especiais ao Sul da Itália. “Graças às medidas tomadas pelas nossas autoridades nos últimos dias, estamos tendo pequenos passos na direção de uma futura saída” da crise, diz Piacentini.

PATROCINANDO SUA LEITURA

Segundo o boletim diário fornecido pela Defesa Civil italiana, continua em leve queda o número registrado de contágios e de mortos. Nas últimas 24 horas, as mortes foram 601, enquanto os novos contagiados pelo vírus ficou na casa de 3.780. Os atuais ‘positivos’ registrados na Itália supera a casa dos 50 mil (50.418), enquanto o número total de mortos já soma 6.077 pessoas. Os doentes em isolamento domiciliar são 26.522, enquanto os submetidos à terapia intensiva são 3.204.

Piacentini comenta também o alto percentual de médicos e paramédicos infectados (os jornais italianos falam em torno de 9%). “Esse pessoal que se encontra na primeira linha de combate contra a pandemia, provavelmente foi pego um pouco de surpresa”. Agora, segundo Piacentini, estão recomendando aos cidadãos que evitem, quando possível, de ir aos hospitais.

Enquanto isso, segundo explica Piacentini na tele-entrevista, o governo endureceu ainda mais as medidas que têm por objetivo estancar o contágio. Sair de um município para outro agora é proibido, excetuando-se poucos casos. Mesmo os que comprovadamente residam em outro município, se se encontravam fora de casa, não podem voltar. Da mesma forma, saíram listas de empresas que podem e que não podem operar.

Através da autoridade policial, aumenta o número de pessoas e empresas denunciadas por descumprimento das proibições impostas pelo governo que alterou, também, os termos do módulo em que os cidadãos auto-declaram os motivos (saúde, necessidade, urgência) para sair de casa. A polícia, que está usando inclusive drones para a vigilância sobre a circulação de pessoas, descobriu um grande número de casos de declarações falsas. Estes, segundo Piacentini, ficam com a ficha suja e podem ter problemas futuros com base no Código Penal.

No vídeo, Piacentini também analisa como a sociedade italiana está acompanhando o desenvolvimento da pandemia no resto do mundo.