“Os números estão diminuindo e são muito positivos”, mas “a guarda não será baixada” mesmo com os primeiros movimentos para a volta à normalidade de pelo menos alguns setores da economia. “A italianada está muito cansada com tudo isso, então não tem muita alegria na realidade, mesmo porque pelas informações sobre como será o fim desse ‘lookdown’ a gente está entendendo que a volta à normalidade será muito complicada”.

É Claudio Piacentini, diretamente da Ligúria, na Itália, a fazer um novo relato sobre a situação que reina na Península em tempos de pandemia do coronavírus. “Não terá volta à normalidade dentro dos próximos 12 ou 15 meses, seguramente”, diz ele na décima vídeo-entrevista sobre o assunto concedida à Revista Insieme da qual é tradutor, no início da tarde de hoje.

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Piacentini fala sobre esse momento em que os números estão baixando, mas também sobre as incertezas e dúvidas que estão no horizonte das próximas semanas e meses. Embora os serviços de abastecimento estejam funcionando bem, a grande preocupação – diz ele – é com a situação econômica da Itália.

A grande expectativa do momento é com relação à primeira reunião dos países que compõem a União Europeia, nesta quinta-feira. A Itália está mais alinhada aos países do chamado bloco Sul da Europa, com Portugal e Espanha, que reivindicam – e “aos poucos estão conseguindo – mudanças na linha ditada pelos países do Norte, com a Alemanha na liderança. O bloco do Norte é – segundo Piacentini – mais refratária a intervenções mais radicais na economia, como as reivindicadas pela Itália.

“Graças a Deus, hoje descemos ao nível que os técnicos chamam de R1” mas a grande preocupação é mesmo “como será a nossa vida após o dia 3 de maio, com máscaras e distanciamento social até que não venha uma vacina ou sejam descobertos remédios eficazes para a cura do vírus”, diz Piacentini. “Nossa vida vai mudar radicalmente”, acrescenta ele, mesmo porque as autoridade sanitárias e o governo continuam a organizar a estrutura hospitalar e de socorro sanitário à espera de uma provável “segunda onda da pandemia.”. Confirma as informações de Cláudio Piacentini no vídeo que acompanha esta matéria.