Descendente de imigrantes alemães e italianos em busca da história de sua família para o reconhecimento da cidadania por direito de sangue, 17 anos, o sonho de cursar design na Europa, mas atualmente focado na conclusão do curso que faz na escola internacional da Fundação Torino, onde estuda latim, inglês, espanhol, português e italiano, este é Joshua Azze Distel, o autor da logomarca do Sesquicentenário da Imigração Italiana no Brasil, conforme publicamos aqui.

Na entrevista exclusiva que concedeu à revista Insieme no início da tarde de hoje, ele contou como se inspirou para a criação solicitada pela Embaixada da Itália no Brasil em conjunto com os consulados de São Paulo e Belo Horizonte, envolvendo, além da Escola Internacional de Nova Lima, na área metropolitana de BH,  que integra a Fundação Torino, também as  escolas Eugenio Montale e Dante Alighieri, de São Paulo.

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Foi, segundo a assessoria de imprensa da Fundação, a primeira entrevista que Joshua (o nome, em hebraico, quer dizer Jesus) concedeu em sua vida. Ainda em férias escolares, ele se disse feliz por ter vencido o certame que, também segundo conta, teve bom número de concorrentes. Ao final, cada uma das três instituições de ensino escolheu três trabalhos produzidos por seus alunos que foram enviados à Embaixada para a escolha final. Dentre os nove finalistas, venceu o trabalho de Joshua.

Ele já esteve na Itália com a família, anteriormente à pandemia, mas pretende voltar assim que concluir o ensino médio agora também para pesquisar as origens da família que, segundo diz, seriam da região do Lago Di Garda, sem saber se na parte da Lombardia, do Trentino ou do Vêneto. Sua parte italiana vem do trisavô pelo lado paterno.

Embora o navio – um elemento comum e primordial entre todos os imigrantes daquela época – seja a imagem central da logomarca criada por ele, Joshua não sabe ainda qual foi o navio (ou os navios) que transportou os seus da Europa até o Brasil. Joshua manifestou preocupação a respeito de sua imagem: não quer que ela imagem fique acima do que representa a sua obra.

Logomarca oficial dos 150 anos da imigração italiana no Brasil, divulgada pela Embaixada da Itália no Brasil em 12/01/2024. O desenho é de Joshua Azze Distel.

Ontem à tarde, a Fundação Torino distribuiu um texto em que explica mais detalhes sobre a criação da logomarca dos 150 anos da imigração italiana no Brasil. O texto é o seguinte:

Aluno de Nova Lima vence concurso de logo dos 150 anos da Imigração Italiana no Brasil

Joshua Azze Distel, de 17 anos, cursa o Ensino Médio na Fundação Torino e teve seu trabalho escolhido como o vencedor

A celebração dos 150 anos da Imigração Italiana no Brasil foi marcada por um concurso criativo e educativo. Promovido pela Embaixada da Itália em Brasília, em colaboração com o Consulado Geral da Itália em São Paulo e o Consulado da Itália em Belo Horizonte, o concurso desafiou jovens estudantes a criar um logotipo comemorativo que encapsulasse esse marco histórico. O concurso contou com a participação das escolas paritárias Eugenio Montale e Dante Alighieri, de São Paulo, e a Fundação Torino, Escola Internacional de Nova Lima, MG. A iniciativa representou uma colaboração enriquecedora entre as instituições educacionais e as representações diplomáticas italianas no Brasil, enfatizando a importância da educação e da cultura na preservação da história ítalo-brasileira.

Os alunos participantes adotaram uma abordagem que refletisse uma compreensão profunda da imigração italiana. Eles realizaram pesquisas teóricas detalhadas sobre a imigração, explorando as condições na Itália e no Brasil na época, bem como o impacto significativo dos imigrantes italianos na sociedade brasileira. “Essa pesquisa informou a criação de logos que não apenas celebravam um evento histórico, mas também contavam uma história rica e multifacetada”, explica Umberto Casarotti, diretor pedagógico italiano da Fundação Torino.

Joshua Azze Distel, aluno de 17 anos do 4º ano da Fundação Torino, foi o vencedor do concurso. Seu logotipo, representando um navio que simboliza a jornada dos imigrantes italianos ao Brasil, integra de maneira inovadora o número “150”. O design utiliza linhas minimalistas, onde o “zero” forma um semicírculo, evocando um horizonte e unindo as cores das bandeiras da Itália e do Brasil, simbolizando a conexão histórica e cultural entre os dois países.

“Participar e vencer o concurso foi uma experiência incrível para mim”, reflete Joshua. “O processo começou com uma análise detalhada do documento do Ministério e das imagens de referência, seguido de uma pesquisa aprofundada sobre a imigração italiana, abrangendo desde vestimentas até a vida cotidiana nos navios. Este estudo me inspirou a criar um design que incorporasse o ‘150’, simbolizando a união das culturas italiana e brasileira. Ganhar o concurso foi especialmente significativo para mim, pois tenho raízes familiares na Itália. Então, saber que as pessoas viram e se identificaram, entenderam o significado e gostaram da estética é muito bacana”.

“Este concurso demonstra a força da colaboração cultural e educacional na celebração de eventos históricos significativos. Através de iniciativas como essa, reforçamos os laços entre Itália e Brasil, promovendo o entendimento mútuo e a apreciação de nossas ricas heranças culturais”, comenta Umberto Casarotti.

 Sobre a Fundação Torino

Há mais de 45 anos reconhecida pela consolidada tradição científica e humanística, a Fundação Torino, regulamentada pelos governos brasileiro e italiano, atua como Escola Internacional, da Educação Infantil ao Ensino Médio, e oferece duplo diploma aos seus alunos, que podem ingressar nas mais conceituadas universidades do Brasil, da União Europeia e da América.  As ações educacionais da Fundação Torino ultrapassam seus muros, trazendo várias conexões entre temas como literatura, música, arte, esportes, tecnologia, entre outros.

Atuando também como Centro de Línguas em dois pontos da Cidade – Belvedere e Praça da Liberdade (nas dependências da Casa Fiat de Cultura), a Escola oferece cursos de idioma também na modalidade on-line, sendo referência no ensino de italiano, idioma do berço da cultura ocidental.

Em 2016, a Fundação Torino inaugurou seu Centro Cultural, que abriga a biblioteca Dante Alighieri, com títulos em vários idiomas; um auditório com programação variada de palestras e uma moderna galeria dedicada a exposições fotográficas. Toda a programação do Centro Cultural da Fundação Torino é gratuita”.