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Para uma visita de seis dias, chega amanhã (14/07) ao Brasil o presidente da República Italiana, Sergio Mattarella. Cumprirá intenso programa que terá início na segunda-feira, em Brasília, e terminará na sexta (19) em Salvador, depois de Passar pelo Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. O encontro com representantes da comunidade italiana será na quarta-feira (17), nas dependências do Circolo Italiano.
A visita de Mattarella, segundo anunciaram os dois governos, insere-se no âmbito das comemorações do sesquicentenário da grande imigração italiana no Brasil – hoje o país que reúne a maior comunidade itálica do mundo, calculada entre 30 e 35 milhões. Dentre os atos previstos está a renovação do acordo sobre o reconhecimento recíproco em matéria de conversão de Carteiras de Habilitação. Está prevista também a assinatura de memorandos de entendimento entre a Embrapa e a Universidade de Turim e entre a Universidade de São Paulo e a mesma universidade italiana.
A última vez em que um Presidente da Itália visitou o Brasil foi há 24 anos, quando aqui esteve, no ano 2000, o então presidente Carlo Azeglio Ciampi.
Segundo divulgaram fontes dos dois governos, o programa oficial da visita do chefe do Estado itqliano começa às 10h30min em Brasília, na segunda-feira, com uma “reunião de trabalho” no Palácio do Planalto, entre Mattarella e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, cerimônia de assinatura de atos e declaração à imprensa. As autoridades almoçarão, a seguir, no Palácio Itamaraty.
Na terça-feira (16), Mattarella irá ao Rio Grande do Sul, levando “uma mensagem de solidariedade da Itália às populações duramente atingidas pelas trágicas enchentes dos últimos meses, para as quais o Governo italiano enviou prontamente mais de 25 toneladas de equipamentos e itens de ajuda humanitária”, segundo divulgou a Embaixada.
O serviço de comunicação do governo do RS divulgou que o governador Eduardo Leite irá recepcionar Mattarella “durante visita ao Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, em Canoas”, num encontro que “ocorrerá às 13h”. Também acompanharão Mattarella o embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, o cônsul-geral da Itália no Rio Grande do Sul, Valerio Caruso, e o Presidente do Brasil.
Não há confirmação oficial, mas ainda no Rio Grande do Sul estava previsto que Mattarella poderia visitar cidade de Santa Tereza, uma das cidades gaúchas mais devastadas pelas enchentes.
Na quarta-feira (17), em São Paulo, o presidente visitará o Museu da Imigração e o Arsenal da Esperança, administrado pelo Sermig (Serviço Missionário Jovem) de Turim, que oferece assistência aos sem-teto. As duas instituições ocupam a estrutura da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás.
Às 16h ma mesma quarta-feira, no Circolo Italiano San Paolo, Mattarella terá encontro com representantes da comunidade italiana. Cerca de 200 pessoas teriam sido convidadas para o evento que duraria, no máximo, uma hora e meia.
Na quinta-feira, o Presidente italiano vai ao Rio de Janeiro, onde está previsto um pronunciamento seu no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) sobre “Um diálogo inclusivo para um cenário internacional em evolução. Parcerias e perspectivas em nível bilateral, regional e global”, conforme divulgou a agência noticiosa italiana Ansa.
No último dia da visita, sexta (19), em Salvador, Mattarella fará uma visita à comunidade franciscana de Betânia.
A Embaixada da Itália no Brasil divulgou que “a Visita de Estado representa uma oportunidade para reiterar a extraordinária proximidade da Itália com o Brasil e o povo brasileiro e para fortalecer ainda mais os históricos laços e a já excelente cooperação entre os dois países. Em nota à imprensa, o Palácio do Planalto observa que “a Itália é uma das principais origens de investimento direto da União Europeia no Brasil. Atuam no país mais de mil empresas italianas, geradoras de cerca de 150 mil empregos.”
A agência Ansa considerou que “a visita de Mattarella ao Brasil também faz parte da política de atenção à América Latina, que nos últimos anos levou o chefe de Estado ao Chile, Paraguai, Argentina, Uruguai e México.” Lembrou ainda que, “economicamente, o Brasil também é um parceiro importante para a Itália: o comércio bilateral é estimado em US$ 10 bilhões e possui potencial de crescimento.”
A mesma agência observa que “a visita de Mattarella será uma oportunidade para reavivar um diálogo tradicionalmente intenso entre os dois países, mas que se enfraqueceu um pouco nos últimos tempos em função de diversos fatores. Entre eles estão o olhar italiano e europeu voltado mais para o leste e o Mediterrâneo; casos como o do ex-terrorista Cesare Battisti, com a resistência brasileira à extradição; e eventos políticos e de governo dos dois países, incluindo a presidência de Jair Bolsonaro. Isso também reflete posições nem sempre alinhadas em questões de política internacional, como as crises na Ucrânia e no Oriente Médio.”
A vinda de Mattarella ao Brasil ocorre num período de reiteradas denúncias sobre irregularidades em processos de reconhecimento da cidadania italiana jure sanguinis, que já beneficiaram, ao longo da história, mais de 800 mil pessoas em todo o Brasil, segundo dados da Embaixada.