Definindo como a ação que pode ser considerada o “grande ícone” de seu mandato, a ex-deputada Renata Bueno afirmou ontem à noite, num restaurante em Santa Felicidade – Curitiba-PR, que a Lei Rouanet foi “a primeira lei brasileira a ser exportada”. Para sua “internacionalização”, foi preciso o trabalho de “um ano na transcrição dessa lei” em “parceria com meu pai”, entre outros, e os resultados, segundo a novamente candidata ao Parlamento italiano,  podem ser sentidos na reforma de bens culturais de uma Itália em crise, “como o Coliseu, que está concluindo sua reforma agora”.

Segundo Renata Bueno, este é um exemplo do que se pode fazer, “não apenas pensando nos ítalo-descendentes mas também na pátria-Itália”. Ela aproveitou o lançamento de sua chapa vinculada à coalisão italiana de centro-esquerda “Civica Popolare”, durante cujo evento reafirmou a formação de seu “Movimento Passione Italia”, para realizar uma espécie de prestação de contas, enumerando  iniciativas durante os cinco anos de seu mandato como “a primeira nascida no Brasil eleita para a Câmara dos Deputados na Itália”.

PATROCINANDO SUA LEITURA

Entre suas iniciativas, a ex-parlamentar citou a iniciativa legislativa para mais recursos aos consulados e seu empenho no efetivo comprometimento do Brasil com a Convenção de Haia no caso das Apostilas  que “facilita em 50% a burocracia na questão do reconhecimento da cidadania italiana”. Agora, qualquer documento emitido pelo Brasil tem validade não só para a Itália, mas para 111 países que assinam este acordo.  “Este foi – enfatizou ela – realmente um trabalho meu, de meu pai Rubens Bueno,  da Cida Borghetti e de autoridades que realmente se dedicaram a isso”.

Ela arrancou aplausos quando disse que “ouvia falar há dez anos” alguém dizer que estava verificando, que dependia de acordo bilateral… “Nada. É mentira. Quem tem vontade de trabalhar coloca a mão na massa vai e faz acontecer. É isso que nós estamos fazendo durante esses cinco anos”, completou Renata Bueno. “Tem muita gente que participa da comunidade italiana a vida inteira, cansa de contar história, mas de efetivo nunca fez nada para essa comunidade. Nada. Nada.”

A candidata disse também que hoje ela se sente “muito limitada, porque trabalho tem muito”. Criticou que tem “gente que ficou pendurada a vida inteira nessas instituições (Comites, associações, CGIE) e nunca conseguiram trazer algum resultado e “é por isso que precisamos ampliar o nosso trabalho. E ampliar o meu trabalho significa lançar um time que é a esquadra “Passione Italia”. Mas observou que “hoje vamos concorrer às eleições de 2018, junto com o ‘Civica Popolare’”.

Ao lado da vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti e de outras quatro candidatas de sua chapa – todas mulheres – Renata Bueno iniciou seu discurso agradecendo a ajuda de todos em sua eleição em 2013 e dizendo que “nessa nova missão” de candidatura à reeleição, “dessa vez eu não venho sozinha. Dessa vez o desafio é muito maior, porque decidimos lançar o ‘Movimento Passione Italia‘,  o primeiro movimento partidário italiano que nasce no Brasil.

Ao apresentar as candidatas do Brasil em sua chapa, Renata disse que é a única que concorre com paridade de sexo e recebeu os cumprimentos da vice-governadora Cida Borghetti (o outro candidato brasileiro ao Senado, Fernando Mauro Trezza, chegou atrasado, já durante o jantar). A candidata observou há muito trabalho por fazer e, por isso, “ser Renata Bueno, ser deputada do Parlamento era uma missão muito limitada. É um ambiente imenso, onde nós temos inúmeros projetos, inúmeras funções e trabalhos que a gente precisa não só continuar desenvolvendo, mas fortalecer”. Por isso, disse, “lançamos uma chapa própria”.

Renata Bueno, Cida Borghetti, Helena Montanarini, Silvia Alciati, Elaine Starling de Araujo e Simone Sehnem. (Foto Desiderio Peron / Revista Insieme)

O evento, organizado pela coordenação de campanha da candidata, foi realizado nas dependências do restaurante Dom Antônio e dele participaram cerca de 300 convidados. Além da vice-governadora Cida Borghetti, que também discursou na oportunidade, estavam presentes os pais da candidata, deputado federal Rubens Bueno e sua esposa Rosemaria Etelwein Bueno, diretores e o presidente da Italocam – Câmara Ítalo Brasileira de Indústria e Comércio do Paraná, Francesco Pallaro e mais quatro dos doze candidatos que atendem ao comando de Renata Bueno: Silvia Alciati, de Minas Gerais; Elaine Starling de Araujo, de Brasília; e Simone Sehnem, de Santa Catarina; e a candidata ao Senado Helena Montanari, de São Paulo. A chapa completa de Renata tem a seguinte formação:

COLIGAÇÃO ‘CIVICA POPOLARE’
Senado
Rodolfo Carlos Barra – Argentina
Helena Montanarini – Brasil – SP
Fernando Mauro di Marzo Trezza – Brasil – SP
José Vicente Taiano Alvarez – Equador
Camara
Renata Bueno – Brasil
Nicolas Debernardi – Argentina
Silvia Alciati – Brasil – MG
Eduardo Rafael Martinez – Venezuela
Simone Sehnem – Brasil – SC
Nestor Marcelo Conde – Argentina
Elaine Starling de Araujo – Brasil
Silvana Inés Dulin – Argentina