O suplente de Senador Walter Antonio Petruzziello (Forto Desiderio Peron / Arquivo Insieme)

O advogado Walter Petruzziello, ex-conselheiro do CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero e presidente atual do Comites – Comitato degli Italiani all’Estero para os Estados do Paraná e Santa Catarina, deverá assumir, nas próximas semanas, a vaga de Senador da República Italiana a ser aberta com a nomeação do atual senador argentino Claudio Zin para a Embaixada da Argentina na Suíça.

A informação, que circulava à boca pequena há diversos dias, foi tornada pública pelo coordenador do Maie – Movimento Associativo Italiani all’Estero no Brasil, Luis Molossi, também conselheiro do Comites PR/SC, no final da assembléia da entidade, na manhã deste sábado, nas dependências da Sociedade Giuseppe Garibaldi, em Curitiba-PR.

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“Não posso confirmar, mas também não devo desmentir”, disse Petruzziello ao ser consultado sobre as negociações que se desenvolvem entre o presidente do Maie, deputado Ricardo Merlo, e o governo da Argentina,  sob o comando de Mauricio Macri. A confirmação – segundo Petruzziello, que é o primeiro suplente de acordo com os resultados eleitorais de 2013 em que foi candidato, obtendo 27.498 votos – vai depender do desenrolar dos fatos: primeiro a renúncia de Zin, sua nomeação como embaixador e a convocação formal do suplente. Para acertar os detalhes, nas últimas semanas Petruzziello esteve em Buenos Aires pelo menos duas vezes e, após o Carnaval, para lá também foi o advogado Luis Molossi – ele também primeiro suplente a deputado -, na condição de coordenador do Maie no Brasil.

Assim que Petruzziello tomar posse no Parlamento Italiano, a representação parlamentar brasileira será de quatro nomes: dois deputados (Fabio Porta e Renata Bueno) e dois senadores (Fausto Longo e Walter Petruzziello). A reação dos conselheiros do Comites PR/SC foi positiva: “O Maie deixará, assim, de ser uma força exclusiva de argentinos”, observou um deles, declarando-se disposto a integrar suas fileiras. Dentre os conselheiros que aplaudiram novidade estava o deputado catarinense Vicente Caropreso.

QUEM É – Walter Antônio Petruzziello é natural de Pratola Serra (Avvelino), Itália, onde nasceu em 02 de janeiro de 1952, tendo imigrado para o Brasil com seus pais dois anos mais tarde, em 1954. É formado em Economia Política e Direito, com especialização em Direito Comercial pela Universidade de Turin. Em seus dados biográficos consta que “foi responsável direto pela instalação de dezenas de empresas italianas no Brasil” e que desenvolveu a função de assessor jurídico do Consulado Geral da Itália em Curitiba há mais de 25 anos”. Exerceu o cargo de presidente do Comites PR/SC de 1997 a 2004, quando foi o único representante do Brasil reeleito para o CGIE – função que desenvolveu até setembro do ano passado. Em 1994 recebeu a comenda com o Grau de “Cavaliere della Repubblica Italiana” e em 2002,  a “Ordine della Stella della Solidarietà Italiana” no grau de “Grande Ufficiale”. É cidadão honorário de Curitiba. Desde  2011 é presidente da Associação Giuseppe Garibaldi, de Curitiba. Em sua juventude, Petruzziello foi também professor de Economia Política na Pontifícia Universidade Católica do Paraná e, como advogado, desenvolveu o cargo de Procurador do Município de Curitiba.

Quer como presidente do Comites ou como Conselheiro do CGIE, Petruzziello teve, nas últimas duas décadas, participação ativa em todas as frentes em que estiveram em debate interesses da comunidade ítalo-brasileira. Sua experiência poderá agora ser-lhe útil no Parlamento Italiano, pelo menos enquanto o Senado como está concebido atualmente existir (no bojo da reforma política italiana deverá desaparecer o sistema chamado de ‘bicameralismo perfeito’). Nos últimos dias, Petruzziello tem se manifestado sobre assuntos polêmicos como a taxa dos 300 euros que, desde julho do ano passado, vem sendo cobrada para cada requerente da cidadania por direito de sangue: “A gente poderia fechar um olho se essa taxa garantisse o reconhecimento da cidadania a quem, há anos, sonha em obtê-la, mas, ao contrário, é necessário manter todos os olhos abertos quando se vê a situação de certos consulados, como, por exemplo, o de Curitiba, onde há cerca de um ano não se convoca ninguém para entregar os documentos”, disse ele em nota que foi reproduzida pela edição 205 da Revista Insieme. “E não se coloque a culpa sobre os cônsules ou sobre os funcionários, porque eles são vítimas do desmantelamento da rede consular”, prossegue Petruzziello, defendendo a extinção da taxa  que, segundo ele “está rendendo cerca de 11 milhões de euros por ano mas não se tem notícia de nenhum investimento em pessoal nos consulados, muito menos no Brasil, onde a situação é caótica”. Para eliminar a taxa, Petruzziello sabe que é preciso, primeiro, mudar a lei. Mas a posição endossada pelo “capitão” do Maie, Ricardo Merlo, tem também outro objetivo: bater no PD – Partido Democrático, autor e defensor da taxa, desde que – segundo o colega Fabio Porta – direcionada à melhoria das condições consulares.
Nos dois vídeos que listamos abaixo, está um perfil de Petruzzielo em sua própria voz. Foi realizado durante a campanha política de 2013 para o Parlamento Italiano. No Canal da Revista Insieme no Youtube, outros vídeos podem informar o leitor sobre as atividades de Petruzzielo e suas posições.