À ESPERA DE UM MILAGRE
Sinceramente, nosso pior inimigo somos nós mesmos. O Brasil tem 30 milhões de descendentes, 300 mil dos quais já com cidadania italiana. Temos 600 mil descendentes nas filas aguardando a cidadania. E o que a gente faz? Somos incapazes de criar uma forte associação de descendentes para questionar de modo efetivo os nossos problemas. O que eu vejo é muita desconfiança, indiferença, desinformação, egoísmo, vaidade, briga, entre os poucos que participam de alguma forma.
 
Sim, eu queria que algo acontecesse, que a fila da cidadania andasse, que os serviços consulares melhorassem, que os descendentes e italianos do Brasil fossem mais respeitados e reconhecidos pelo governo e povo da Itália. E só vejo duas maneiras de como isso possa acontecer. Uma seria a mobilização de muitos em torno de propostas concretas de ação, tipo abaixo assinado on line com 20, 30 mil assinaturas, notas para a mídia, parlamentares, governo, acompanhadas de manifestações que nos tirem dessa invisibilidade. Nós precisamos ser visíveis, não nós um grupelho de dez, nós muita gente querendo a mesma coisa. A outra maneira seria um milagre de Deus que fizesse com que o governo perceba o quanto a Itália perde com essas políticas. Mas me parece que Deus para fazer milagres precisa do desejo e da ação de pessoas. Não foi sempre assim? Se não há o sincero desejo pela causa justa, o milagre não acontece. Meu pai, bom siciliano, sempre me dizia: “Meu filho, Deus diz assim, se ajude que Eu lhe ajudo.”
 
Salvador Scalia


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