Acelerar processos de cidadania italiana é um dever moral, diz Occhipinti

Eu sinto um dever moral, um dever de minha cabeça e de meu coração, de tentar agilizar e acelerar o quanto mais possível todos os processos de cidadania italiana”, disse o cônsul geral da Itália em Porto Alegre, Nicola Occhipinti, ao discursar para cerca de quinhentas pessoas durante o tradicional evento “Natale Insieme”, domingo último, no Restaurante Panorâmico da Pucs, na capital do Rio Grande do Sul.

Occhipinti saudou e agradeceu os participantes do encontro natalino tendo ao lado o prefeito de Porto Alegre, José Alberto Reus Fortunati e o deputado Fabio Porta, presidente da Comissão Permanente para os Italianos no Mundo e Promoção do “Sistema Paese” do Parlamento italiano, além de lideranças da comunidade ítalo-gaúcha, às quais lamentou a falta de estrutura de pessoal (apenas 16 funcionários para mais de 70 mil inscritos) para o bom atendimento consular.

PATROCINANDO SUA LEITURA

Para o cônsul Occhipinti, reconhecer a cidadania italiana dos ítalo-descendentes é um dever previsto por uma lei do Estado italiano, um dever que é “retardado por uma grave falta de recursos humanos nos consulados da Itália em todo o Brasil”. “É por isso – disse ele – que eu sinto esse dever moral dentro de mim”.

Occhipinti enfatizou que  “todos os brasileiros de origem italiana constituem um inestimável patrimônio humano e cultural”, que precisa ser valorizado com parcerias com entidades como Prefeituras, Estados, Câmaras de Comércio e outros. Reconheceu entretanto que “este não é um trabalho fácil” devido à falta de recursos humanos e aos custos que isso representa.

O “Natale Insieme” é uma iniciativa anual que tem como agentes promotores a Sociedade Italiana do Rio Grande do Sul, a Massolin de Fiori Società Taliana, a Editora Est e a Fibra – Federação das Associações Ítalio-brasileiras do Rio Grande do Sul. Foi idealizada por Frei Rovílio Costa  e Franco Cornero (ambos falecidos) e Carlos Alberto Bicchieri, Paulo Massolini e Antonio Alberti, presentes ao encontro. Este ano serviu também como marco de encerramento dos festejos comemorativos ao 140º aniversário da chegada dos primeiros imigrantes italianos no Estado.

O deputado Fabio Porta, ouvido na oportunidade, fez referência à grande participação na festa deste ano e aproveito para, como disse, “mandar um recado” para nossos governantes (italianos), com vinculação à falta de atendimento às chamadas filas da cidadania: “A Itália fora da Itállia não está pedindo esmola nem ajuda. Está somente manifestando a sua força para que alguém acorde um dia, vendo que aqui existe um mundo que amanhã pode resolver não somente nossos problemas, mas também ampliar nossos horizontes”.

Ao final do almoço, a comissão organizadora do IV Concurso Rovílio Costa – Histórias das Famílias Italia as no Brasil – anunciou os escritores e escritoras selecionados para integrar o  próximo lançamento, que ocorrerá durante a Feira do Livro do próximo ano. Os classificados, pela ordem, foram: Adauto Lúcio de Barros Zoccarato (Belo Horizonte – MG), Angelina Tancredi (Porto Alegre – RS), Beatriz Martin Bianco (Carlos Barbosa – RS ), Beatriz Teresinha Balzan Barbisan (Porto Alegre – RS), Egiselda Brum Charão (Porto Alegre – RS), Dalva Inez Daniel Da Cas (Porto Alegre – RS), Elia Calafati Weschenfelder (Porto Alegre – RS), Eunice Margareth Valli Anderle (Vila Velha – ES), Fernanda Castello Moço Ripamonte (Ribeirão Preto – SP), Fernanda Zatti (Nova Roma do Sul – RS), Ivo Expedito Martini (Pato Branco – PR), José Lazzari (Porto Alegre – RS), Lisandra Figueiredo Tumelero (Porto Alegre – RS), Loecirio dos Santos Oliveira (Curitiba – PR), Lorien Marta Zanini – Curitiba – PR), Luciana de Souza Mazur (Porto Alegre – RS), Manuela Ciconetto Bernardi (Antonio Prado – RS), Maria Aparecida Corrêa Custódio (Imperatriz – MA), Maria Teresa Bottini Scarpetta (Itajaí – SC), Marisa Colpo Noal (Santa Maria – RS), Nestor Luiz Morgan (Francisco Beltrão – PR), Rosa Angela Gobatto Giovanella (Carlos Barbosa – RS), e Sergio Angelo Grando (Porto Alegre – RS)