Preparação realizada por 5 anos possibilita grupo da Fundação Torino desenvolver programa de aprendizado de artes, história, línguas e vivência em centros de cultura na Europa

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u BELO HORIZONTE – MG – Qual a idade correta para a primeira viagem de estudos no exterior? Dez anos é a resposta da Escola Internacional Fundação Torino, mas desde que haja uma preparação consistente além de apoio qualificado aos estudantes. No próximo dia 26 de abril, um grupo de 34 jovens da 5ª Elementar e 8ª Média parte para viagem acadêmica de 17 dias na Itália para estudos de artes, história, filosofia e religião. “É a conclusão de um trabalho de cinco anos com os estudantes”, explica a coordenadora da Escola Elementar, Silvia D’Arpino.

Silvia D’Arpino explica que, aos dez anos, as crianças estão em sua melhor fase para novos aprendizados. “A criança está aberta a novos conhecimentos todos os dias. Na cabeça de um menino, é um encanto aprender sobre a Grécia aos nove anos”, observa. Para isso, desde o início da escola elementar, os estudantes da Fundação Torino são apresentados à história da humanidade, aprendendo conteúdos sobre civilização antiga, Idade Média, Renascimento até a descoberta das Américas e as civilizações pré-colombianas que habitavam o continente, sob a perspectiva histórica e artística desses períodos. No último ano, eles são capazes de comparar, por exemplo, elementos da arte européia e americana a partir de elementos de sua vivência. “Meninos de dez anos usam a técnica e a linguagem que se adequam à idade deles”, comenta.

Essa preparação intensa permite às crianças apreender e aproveitar ao máximo o roteiro desenvolvido. Nesta viagem, que é realizada há dez anos pela instituição, eles percorrerão um roteiro na Itália que contempla desde os primórdios da história ocidental, com os vestígios da civilização etrusca em Roma, passando por  monumentos do Império Romano como Coliseu, Fórum Romano e Pantheon, bem como pela origem do cristianismo nas catacumbas além de avaliar os elementos do feudalismo europeu ocidental em San Marino. Saindo de Roma, em direção ao sul do País, os alunos visitarão as ruínas de Pompéia. Os jovens conhecerão de perto as obras do Renascimento, na Florença de Leonardo da Vinci, e a influência das civilizações orientais nos tradicionais centros comerciais de Veneza – como a Basílica de San Marco, em estilo Bizantino, e Milão, até chegar a um dos símbolos da arte contemporânea, o design – na fábrica da Ferrari em Maranello.

Urbino, patrimônio histórico protegido pela Unesco, oferecerá às crianças uma estada rica de experiências e hábitos culturais. No decorrer dos sete dias de hospedagem em Urbino, a escola Corte della Miniera será o local de referência dos alunos da Fundação Torino. Nela, professores italianos darão cursos da evolução da arte e das técnicas usadas por Raffaello Sanzio, expoente do Renascimento italiano e arquiteto da Basílica de São Pedro. Nesse período, eles também convivem com alunos de diversas partes do mundo que participam do programa de estudos na escola.

Isso traz um segundo ganho para as crianças. Silvia D’Arpino avalia que a convivência e aceitação do outro são estimuladas permanentemente. “Nosso objetivo é ensinar a viver com crianças de culturas diferentes. Eles vão encontrar não só italianos nesses estudos, mas ingleses e alemães, que têm orientações de aprendizado muito mais rígidas”.

Assim, logo cedo, eles se tornam capazes de lidar com o embate contemporâneo entre a identidade local e a internacional. “Nesta idade, vivem intensamente a identidade que recebem da família. O ambiente deles é prioritariamente a família. Nessa viagem, as crianças convivem com novas identidades, formadas para uma cultura globalizada com a qual irão lidar pelo resto de suas vidas”, atesta a coordenadora.

Por fim, as crianças têm o ganho lingüístico ao praticarem a língua italiana, que aprendem desde a Escola Materna na Fundação Torino. “É um avanço que decorre do esforço que devem fazer para usar o idioma 24 horas por dia para conviver com seus novos colegas. A gente percebe nessa hora o quanto eles aprenderam conosco”, diz Silvia D’Arpino. “No Brasil, podendo voltar a utilizar a língua materna fora da sala de aula, eles acabam não demonstrando nem 40% do que são capazes”.

Para apoiar as crianças num período tão intenso de aprendizagem, a Fundação Torino selecionou cinco profissionais altamente qualificados para acompanhar o grupo durante toda a viagem. São professores das áreas de história, artes, ciências e religião, com experiência internacional, capacitados para cooperar no processo de aprendizado e oferecer todo apoio necessário às crianças.

Ao retornarem ao Brasil, as crianças são estimuladas a colocarem em prática o que aprenderam, tanto na vida quando no aspecto acadêmico. O exame de acesso para a Escola Média, feito no final do semestre, contempla vários temas desenvolvidos na Itália, bem como a redação inclui assuntos como a comparação entre as realidades do Brasil e Europa. “Essa viagem é educativa no sentido de integração entre as duas culturas, mas principalmente formativa pelo ganho cultural e pessoal que todos obtêm com a experiência”, afirma Silvia D’Arpino.

 

Fundação Torino

A Fundação Torino é uma parceira pública privada mantida pelo Grupo Fiat e pelo governo italiano. Todos os estudantes recebem formação bilíngüe (português e italiano) desde os cinco anos e contam com currículo reconhecido pelos ministérios da educação do Brasil e da Itália, que permite acesso a universidades da União Européia ao final do ensino médio. Os jovens têm acesso ao longo da vida acadêmica ao aprendizado da informática, artes, música, filosofia, economia, direito e a novos idiomas (inglês e espanhol).