“Apesar da pandemia, pude alcançar alguns de meus objetivos”, disse o cônsul geral da Itália em Curitiba, Salvatore di Venezia, durante entrevista gravada na manhã de hoje, em que ele dirige mensagem de agradecimento à comunidade italiana da circunscrição que envolve os Estados do Paraná e Santa Catarina. Di Venezia está voltando para Roma no final do mês para, logo a seguir, no início de julho, se aposentar.

Dentre seus objetivos, o maior de todos foi a sede consular própria adquirida recentemente mas já almejada em sua primeira temporada como cônsul na mesma circunscrição. O novo espaço (Avenida Vicente Machado 2100) tem demonstrado “um aumento na produtividade do pessoal”, explica o diplomata que, ao longo de sua trajetória, é a terceira vez que se despede do Brasil.

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Na entrevista concedida ao editor da revista Insieme, Di Venezia fez considerações sobre seu trabalho durante o período que vai de outubro dee 2020 até o presente, respondeu a perguntas sobre filas da cidadania e do passaporte, teceu considerações sobre a cidadania italiana “jure sanguinis”, avaliou a italianidade de comunidades onde as pessoas sequer têm o reconhecimento formal da cidadania e, acima de tudo, agradeceu “a ajuda, a cooperação e a colaboração” que encontrou ao longo de seu trabalho.

“Minha saudação para toda a comunidade é de grande carinho, de agradecimento a italianos e ítalo-descendentes que me deram a possibilidade de realizar alguns de meus objetivos ao longo de meu mandato”, disse o cônsul Di Venezia, acrescentando que foi isso que lhe deu uma grande força “que mantenho comigo no meu coração”.

Di Venezia não sabe ainda o que fará depois de aposentado, e não descarta a possibilidade de vir morar no Brasil. “Motivos tenho de sobra. Assim como o Embaixador [Francesco Azzarello, entrevistado recentemente] terei saudades do Brasil”, admitiu, aduzindo: “Quem sabe vou voltar depois de aposentado, como turista ou como um cidadão permanente aqui, o que seria uma grande satisfação para mim”.

Iacobis, Di Venezia e Salamandra, os três únicos funcionários de carreira atualmdente no Consulado Geral da Itália em Curitiba. (Foto Desiderio Peron / Insieme)

Di Venezia será substituído, inicialmente pela Regente Maria Salamandra que, ao lado de Rossella Iacobis, são os únicos servidores de carreira a restarem no Consulado Geral da Itália em Curitiba e, mais adiante, pelo novo cônsul que, segundo ele revela sem dizer o nome, “será uma mulher”. “No Dia Internacional da Mulher posso dizer que meu sucessor será uma mulher – a primeira em toda a história do Consulado Geral da Itália em Curitiba”. A relação histórica de cônsules da Itália em Curitiba pode ser vista aqui.

A falta de pessoal concursado da Farnesina (Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional) para ocupar os postos disponíveis na rede consular da Itália em Curitiba e no Brasil foi outro assunto que a autoridade consular abordou durante a entrevista.

Dentre alguns objetivos não alcançados plenamente, mas “bem encaminhados”, segundo o cônsul Di Venezia está o “sportello” consular para socorro do Consulado Honorário de Florianópolis – segundo ele o primeiro passo para uma Agência Consular de fato. “Vou continuar acompanhando isso em Roma”, afirmou, discorrendo também sobre o reforço da rede de agentes e correspondentes consulares tanto no interior do Paraná como em Santa Catarina. Confira a entrevista clicando aqui.