Aspecto da Vila do Colono, destruída pelo vendaval. (Foto Cedida)

OSassociados da “Vila do Colono”, no interior de Piraquara, Grande Curitiba, estão aos pouco se refazendo do susto (e dos prejuízos) que passaram na madrugada do último primeiro de julho, quando o furor do ‘ciclone bomba’ destruiu praticamente todas as unidades de produção que compõem o complexo agroindustrial, com prejuízos ainda não calculados. Eles iniciaram campanha para a reconstrução dos estragos.

A vila fica próximo à Colônia Imperial de Santa Maria do Novo Tirol da Boca da Serra, local de chegada das primeiras famílias imigrantes de origem trentina ao Paraná, área das nascentes do Rio Iguaçu que, cerca de 700 quilômetros adiante, contribuem para a formação das Cataratas do mesmo nome, já na divisa com a Argentina.

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O complexo instalado após longas negociações com a Sanepar – Companhia de Saneamento do Paraná, teve a ajuda financeira e técnica do governo do Trento, na Itália, através do Círculo Trentino de Curitiba, e era destinado à manutenção em seu ‘habitat’ das poucas famílias que ainda restam no histórico local. Suas atividades seguem a rígidas normas de controle da poluição ambiental, pois todo o entorno integra a área de captação de água para abastecimento, principalmente, de Curitiba.

A inauguração do complexo que produz queijo, salame, hortaliças e frutas, além de vinho (estão à venda, por exemplo, vinhos com os nomes dos três italianos mortos no fatídico vôo AF 447 da Air France, em junho de 2009: Rino Zandonai, Luigi Zortea e Giovanni Battista Lorenzi), aconteceu em março de 2010. Em setembro de 2011 Piraquara selava o tratado de irmandade (‘gemellaggio’) com os municípios do Vele del Primiero, depois de uma delegação brasileira já ter estado nas montanhas trentinas, para onde levaram, para restauro, a imagem da santa trazida pelos primeiros imigrantes. A imagem foi devolvida também em 2011.

Com o vendaval, quase todas as oito construções da unidade (ela é administrada pela Cooperativa de Processamento de Alimentos e Agricultura Solidária de Piraquara, com a anuência da  Associação Agroecológica e Turística de Piraquara – “Trento Transforma”) foram atiradas ao chão, quase nada sobrando, principalmente dos telhados. Todas as unidades sofreram algum tipo de avaria, tendo que paralisar a produção que era elogiada por clientes como Maria Simon Favaro, que manteve contato com Insieme para informar sobre o ocorrido.

Segundo Fernanda Cemin, presidente atual do Círculo Trentino de Curitiba, hoje a associação dos produtores, maioria de origem trentina, “que estava começando a engrenar as produções de vários produtos”, não mantém mais vínculo com o Círculo.