À cavalo, um grupo com cerca de 50 mulheres irá homenagear Anita Garibaldi neste sábado, 22. É a Cavalgada do Bicentenário, evento organizado pelo Instituto Cultural Anita Garibaldi (CulturAnita), que integra as programações mundiais dos 200 anos e relembra o momento em que a guerreira lagunense deixou sua terra natal para seguir rumo ao Rio Grande do Sul.
A cavalgada atraiu o interesse de grupos de cavalaria do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e contará com a participação da vice-governadora Daniela Reinehr, que manifestou o interesse de fazer o percurso durante a live de religação da Ponte Anita Garibaldi.
“Ficamos muito felizes de poder celebrar Anita Garibaldi de uma forma que muito a representa: cavalgando. Todos sabemos que Anita foi uma exímia amazona e as guardiãs e suas convidadas farão jus a essa história”, comenta a diretora do Departamento de Guardiãs, Ivete Scopel. Diferente das outras cavalgadas promovidas pelo CulturAnita, esta será predominantemente feminina.
A cavalgada começa a partir das 9h30, mas antes, às 8h, será feito o lançamento da pedra fundamental do monumento “A retirada de Anita”, estátua representativa do momento em que Anita e Garibaldi deixaram a cidade de Laguna, durante os conflitos que marcaram o fim da efêmera República Catarinense (1839). O monumento ficará localizado às margens da Barra do Camacho e tem previsão de ser inaugurado em novembro. A obra é de autoria do escultor Sérgio Coirolo.
As amazonas e seus apoios partem do local onde será erguido o monumento em direção à Laguna pelas praias e parte da rodovia SC-100, com parada na localidade do Canto da Lagoa, para almoço. A previsão é que o grupo chegue ao Centro Histórico por volta das 18h, onde participarão de uma rápida homenagem à heroína, em frente ao museu que leva seu nome, marcando o encerramento do ato.
Bicentenário de Anita une quatro países
Simbolizado através do híbrido de uma rosa criada na Itália, o projeto visa unir quatro países para comemorar e homenagear a memória e os feitos da catarinense Ana Maria de Jesus Ribeiro (Anita Garibaldi).
Nascida em agosto de 1821, ela foi uma jovem à frente de seu tempo que bravamente lutou pelos ideais republicanos ao lado de seu marido, Giuseppe Garibaldi, destacando sua coragem nas diversas batalhas em que participou em defesa dos ideais republicanos, no Brasil, Uruguai e Itália. Esses feitos a tornaram a heroína dos dois mundos.
“Entre seus objetivos, além de preservar e difundir a memória e a história, o projeto também pretende promover o turismo internacional, de caráter histórico, cívico e cultural em todas as cidades dos quatro países que aderirem ao projeto, compondo um roteiro internacional para realização de diversos atos que deverão acontecer, sempre em comemoração ao bicentenário”, explica o presidente do CulturAnita, Leo Felipe Nunes.
O Bicentenário de Anita Garibaldi tem coordenação do Museu e Biblioteca Renzi, na Europa, e do Instituto CulturAnita, para a América do Sul. O projeto conta com apoio de cidades catarinenses, gaúchas, italianas, uruguaias e são-marinenses.
Sobre a Rosa de Anita
O híbrido-símbolo das comemorações foi criado pelo botânico italiano Giulio Pantoli (morto em 2018), que se inspirou na figura de Anita Garibaldi para desenvolver a rosa.
Na Itália, os direitos de reprodução da rosa estão com o Museu Renzi, que franqueou autorização para que o CulturAnita pudesse clonar e distribuir o híbrido no Brasil e na América do Sul.
Os brotos foram trazidos no final de 2018 para o Brasil e adaptados à realidade climática do país pelo botânico Leonardo Borges, de Laguna. Em agosto de 2019, foram iniciados os plantios das primeiras rosas geradas em Imbituba, Laguna e Tubarão e em 2020, nas cidades de Florianópolis, Garopaba, Curitibanos, Anita Garibaldi e Lages.