Proposta conjunta de Victoria Noorthoorn e Camilo Yáñez foi escolhida após processo internacional de seleção que teve 67 projetos inscritos. Curadores propõem maior participação dos artistas na concepção da Bienal

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u A 7ª Bienal do Mercosul, prevista para acontecer entre setembro e novembro de 2009, em Porto Alegre/Brasil, terá curadoria-geral da argentina Victoria Noorthoorn e do chileno Camilo Yáñez. A proposta coletiva foi escolhida após um processo aberto de seleção em âmbito internacional que recebeu 67 propostas para avaliação.

 

Victoria Noorthoorn é formada em Artes pela Universidade de Buenos Aires e obteve o grau Master of Arts in Curatorial Studies de Bard Collage, em Nova Iorque. Foi Coordenadora de Projetos do International Program/Museum of Modern Art – MoMA e Curadora de Exposições Contemporâneas no Drawing Center, ambos em Nova Iorque. Na Argentina, foi Curadora do Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires – Malba / Colección Costantini. Desde março de 2004 é curadora independente e organizou a Coleção Permanente do Museu Nacional de Belas Artes, em Neuquén/Argentina (2004); foi curadora-geral da 29ª Bienal de Arte de Pontevedra, na Espanha (2006); co-curadora de Ricardo Garabito: uma retrospectiva no Museo Nacional de Bellas Artes, Buenos Aires (2007); colaboradora na exposição do artista argentino León Ferrari para 52ª Bienal Internacional de Veneza (2007) e curadora da exposição Beginning With a Bang! From Confrontation to Intimacy. An Exhibition of Argentine Contemporary Artists 1960 / 2007 na Americas Society, em Nova Iorque (2007-2008), entre muitos outros projetos. Em 2007, foi diretora do Prêmio arteBA-Petrobras 07, em Buenos Aires/Argentina. Atualmente, integra o Comitê Curatorial do próximo 41º Salão Nacional de Artistas, que será inaugurado em novembro deste ano, em Cali, na Colômbia.

Camilo Yáñez é artista visual e curador. Graduado em artes pela Universidade do Chile, tem mestardo em artes pela mesma universidade. É professor da Universidade Diego Portales, da Universidade de Desenvolvimento e da UNIACC. Expôs individualmente e coletivamente no Chile e no exterior. Entre suas mostras mais importantes estão Daniel López Show, na White Box, em Nova Iorque (2006); Contragolpe, no Instituto Divorcados, Karl Marx alle 87, em Berlin (2006); Multiplication, no Museu de Arte Contemporânea, em Santiago do Chile (2006) e Utopías de Bolsillo, Bienal de Arte, no Museu Nacional de Belas Artes, em Santiago de Chile (2006); Yáñez participou também da 5ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2005), entre outras. Obteve a Bolsa FONDART em três ocasiões. Como Coordenador da área de Artes Visuais do Centro Cultural Matucana 100, em Santiago do Chile, foi curador das mostras Sur Scene, Château de Tours, em Tours (2007); Feedback, na Galeria Concreta do Centro Cultural Matucana 100 (2007); CityScapes – Santiago de Chile, na ARCO, em Madrid (2006); Parrilla / Video Arte, no Centro Cultural Matucana 100 (2005) e Rúbrica, no Centro Cultural Matucana 100 (2003). Foi co-editor de Poblado, publicação sobre arte contemporânea chileno e membro do Comitê Editorial do livro Copiando el Edén: Arte Reciente en Chile (Puro Chile Ediciones, 2006). Atualmente é diretor de criação da CasaZegers, importante agência de publicidade em Santiago do Chile.

A proposta escolhida atendeu às metas da Fundação Bienal do Mercosul para a próxima edição do evento, informadas na convocatória de inscrição para o processo seletivo, a saber: o investimento prioritário na educação e na comunicação; o foco na contribuição social; a busca por reais benefícios a todos os públicos, apoiadores e colaboradores; a familiaridade do projeto com a criação artística contemporânea e seu discurso critico; a transparência nos processos de gestão e a consolidação da Bienal do Mercosul como uma referência nas áreas de arte, educação e pesquisa.

Em linhas gerais, Noorthoorn e Yáñez propuseram um conceito de bienal que determina uma participação efetiva dos artistas que a compõem, valendo-se de sua energia criativa para refletir sobre o papel que representam. Por isso, o projeto prevê uma equipe curatorial formada por artistas. A intenção é “oxigenar” os conteúdos da Bienal, propondo uma discussão sobre o momento crítico que o modelo atravessa em todo o mundo e a responsabilidade do artista como ator social e constante produtor de sentido crítico. Os curadores pretendem focar nas poéticas que sinalizam, documentam e exibem a essência do real e seu funcionamento, mostrando a habilidade da arte em “dissecar” as camadas da realidade para propor novas opções às estruturas de pensamento existentes. Dessa forma, os curadores sugerem que a Bienal do Mercosul seja uma forma de comunicar os aspectos da arte e do mundo, e que sua curadoria sirva de ferramenta de mediação entre o artista e o público. Esta mediação deve efetivar-se em duas linhas de ação: uma proposta conceitual de postulação de poéticas visuais, ou seja, as exposições em si, e uma estratégia operacional de amplo alcance. As exposições estão sendo planejadas e devem ser divulgadas em breve, juntamente com os nomes dos curadores adjuntos e dos integrantes do Projeto Pedagógico e da área editorial.

 

Sobre o processo seletivo

O processo para seleção do curador-geral da 7ª Bienal do Mercosul foi iniciado em março deste ano, com a divulgação em âmbito internacional de um convite aberto a todos os interessados para apresentação de propostas. O método adotado marca uma nova etapa evolutiva da Bienal do Mercosul, tornando mais dinâmica e transparente a escolha do curador. 

Nos 20 dias em que as inscrições estiveram abertas a Fundação Bienal do Mercosul  recebeu e considerou aptas ao processo 67 cartas-propostas individuais e coletivas, encaminhadas por 74 candidatos, todas acompanhadas dos anexos solicitados. Participaram do processo candidatos residentes e/ou originários de 24 países – Alemanha, Angola, Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Colômbia, Dinamarca, Espanha, EUA, França, Holanda, Inglaterra, Itália, México, Paraguai, Porto Rico, Portugal, Suíça, Suécia, Uruguai, Venezuela, Guatemala e Polônia. Os nomes dos candidatos, assim como os termos de suas propostas, estão arquivados em caráter sigiloso pela Fundação e não serão disponibilizados ao público.

As propostas foram analisadas e pré-selecionadas por um Comitê internacional de especialistas que classificou as três mais adequadas e solicitou seu desenvolvimento aos candidatos, conforme os termos publicados no convite de inscrição. Após o detalhamento dos projetos, o Comitê de Seleção encaminhou as propostas curatoriais desenvolvidas ao presidente da 7ª Bienal do Mercosul, Dr. Mauro Knijnik, a quem coube a decisão de escolher o projeto que será concretizado.

O Comitê de Seleção foi composto por Gabriel Pérez-Barreiro – curador-geral da 6ª Bienal do Mercosul e diretor da Coleção Patrícia Phelps Cisneros / Nova Iorque/EUA; Henry Meyric Hughes – curador independente, consultor e teórico de arte, presidente da AICA/Associação Internacional de Críticos de Arte e ex-presidente da Fundação Internacional Manifesta, que organiza a Bienal Européia de Arte Contemporânea; Rodrigo Naves – professor, historiador e crítico de arte. A coordenação do Comitê ficou a cargo de Justo Werlang – presidente da 6ª Bienal do Mercosul.

 

Para referência

Criada em 1996, a Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul, com sede em Porto Alegre/RS, Brasil, é uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos, dedicada à preparação e à realização das mostras e eventos que constituem as Bienais do Mercosul.

Em doze anos de existência, a Fundação Bienal do Mercosul realizou seis edições da mostra de artes visuais, somando 399 dias de exposições abertas ao público, 50 diferentes exposições, 3.616.556 visitas, acesso totalmente franqueado, 919.723 agendamentos escolares, 165.229 m² de espaços expositivos preparados, áreas urbanas e edifícios redescobertos e revitalizados, 3.131 obras expostas, intervenções urbanas de caráter efêmero e 16 obras monumentais deixadas para a cidade, 128 patrocinadores e apoiadores ao longo da história, participação de 923 artistas, mais de mil empregos diretos e indiretos gerados por edição, além de seminários, palestras, oficinas, curso para professores, formação e trabalho como mediadores para 1.048 jovens. A Diretoria e os Conselhos de Administração e Fiscal da Fundação Bienal do Mercosul atuam de forma voluntária.

A Bienal do Mercosul oportuniza o acesso à cultura e à arte a milhares de pessoas. Consolida-se como um dos mais importantes eventos de arte contemporânea na América Latina e é reconhecida como o maior conjunto de eventos dedicados à arte latino-americana no mundo.

A sua mais recente edição aconteceu de setembro a novembro de 2007 e optou por um modelo curatorial que intensificou a internacionalização da mostra. Assim, a 6ª Bienal do Mercosul reuniu 350 obras de 67 artistas oriundos de 23 países e aplicou um cuidadoso programa pedagógico ao longo de toda a sua realização. Estabeleceu-se, então, uma inovadora reconfiguração do programa educativo da Bienal do Mercosul, que tem sido visto como uma contribuição para a discussão sobre a arte educação no país e deve tornar-se referência mundial em eventos com o mesmo formato.

 

* Assessoria de imprensa
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