Vídeo exclusivo narra a proclamação dos eleitos.

Rita Giuseppina Blasioli Costa (62 votos), Cesare Villone (56 votos) e Silvia Alciati (46 votos) são os três representantes do Brasil no Consiglio Generale degli Italiani all’Estero. Eles foram eleitos durante a assembléia eleitoral realizada na sede da Embaixada da Itália, em Brasília, no sábado (26), com a participação de 151 eleitores convocados especialmente para o escrutínio. Os três são italianos natos e representarão uma comunidade calculada em cerca de 30 milhões de pessoas, maior parte formada por descendentes de imigrantes chegados ao Brasil no final do século XIIX e início do Século XX.

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A proclamação dos eleitos foi feita pelo embaixador Raffaele Trombetta, depois que a mesa eleitoral, composta pelo presidente Francesco Perrotta, o vice-presidente Claudio Zippilli, e os secretários Gianluca Cantoni e Daniel Taddone Neves concluíram seus trabalhos de escrutínio. Os demais candidatos foram, pela ordem de votos recebidos: Andrea Lanzi (35 votos), Claudia Antonini e Walter Petruzziello (34 votos cada) e Antonio Laspro (21 votos). Nenhum voto foi anulado.

Os eleitores, compostos pelos conselheiros dos Comites – Comitati degli Italiani all’Estero e pelos representantes de 51 associações escolhidas pela Embaixada e pelos Consulados, foram chamados ao voto depois de breve pronunciamento de cada um dos candidatos, expondo suas propostas e linhas de ação.

Prevaleceu, em linhas gerais, o acordo anunciado anteriormente à eleição, celebrado entre Comites de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. A surpresa foi a consagração de Silvia Alciati, de Belo Horizonte, que, discordando, lançou sua candidatura na semana anterior ao pleito, eliminando não apenas Andrea Lanzi mas também o já conselheiro do CGIE Walter Petruzziello de suas pretenções de conseguir um terceiro mandato junto ao Conselho. O Sul do Brasil – considerada a parte mais italiana do país junto com São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, “ficou, pela primeira vez, sem representação” no CGIE, lamentavam-se após o pleito os conselheiros do Sul.

O CGIE é o órgão máximo de representação das comunidades italianas que vivem fora da Itália mas suas funções ficaram esvaziadas depois da criação da Circunscrição Eleitoral do Exterior, através da qual essas comunidades puderam eleger deputados e senadores para o Parlamento Italiano. O órgão praticamente “faliu”, perdendo até mesmo o domínio www.cgie.it (para o qual ainda aponta o link do Ministério das Relações Exteriores) e as reivindicadas mudanças em sua legislação nunca aconteceram ao longo do último mandato dos conselheiros que, de cinco anos, passaram a mais de dez. Com a eleição dos novos representantes (o número de conselheiros foi drasticamente diminuído, razão pela qual o Brasil perdeu um representante – antes tínhamos 4), aguarda-se agora uma redefinição de seus rumos – tarefa que seria uma das primeiros a serem desenvolvidas. Os Conselheiros reúnem-se em Roma (pelas normas vigentes, pelo menos duas vezes) e embora a representação não seja remunerada, durante essas assembléias eles recebem, além das passagens aéreas, diárias que, segundo informa um ex-conselheiro, são fixadas em 1.400 euros/dia. Não há, até aqui, informação sobre data da primeira assembléia do novo CGIE.

Vídeo com a análise e a  mensagem do embaixador Trombetta.

Vídeo com trechos dos pronunciamentos de todos os candidatos concorrentes.

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 Rita Blasioli, Cesare Villoni e Silvia Alciati, os três novos representantes do Brasil no “Consiglio Generale degli Italiani nel Mondo” (© Foto Desiderio Peron / Revista Insieme)