u SÃO PAULO-SP – Como tradicionalmente faz todos os anos, a Abiplast é uma das entidades que apóia a promoção da maior e mais importante feira do setor plástico da América Latina, a Brasilplast – Feira Internacional da Indústria do Plástico. A edição deste ano do evento, que é organizado pela Alcantara Machado, será realizada de 7 a 11 de maio no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Em sua 11ª edição, a Brasilplast é, no entender da Abiplast, a mais importante feira para a consolidação e o crescimento do setor plástico no Brasil.

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Para a direção da Abiplast, uma feira do porte da Brasilplast é uma oportunidade única para o industrial do setor tomar contato com o que há de mais avançado em termos de máquinas, equipamentos, processos produtivos e insumos em todo o mundo. Além disso, como paralelamente será promovida uma série de palestras e seminários, o visitante também poderá se atualizar ouvindo os mais importantes especialistas no setor.

O trabalho de apoio da Abiplast à Brasilplast começou, na verdade, há cerca de 20 anos, com uma série de visitas que o presidente da entidade, Merheg Cachum fez ao exterior para promover e divulgar o evento. Entre as visitas feitas pelo presidente da Abiplast destacaram-se: a Argenplás, na Argentina; a Plastimagen, no México; NPE – Nacional Plastic Exibition e a Pack Expo, nos Estados Unidos; a Emballage, na França; entre outras.

O esforço da Abiplast para a maior divulgação da feira brasileira tem por objetivo reverter a atual situação de déficit na balança comercial do setor, pois as importações ficam constantemente acima das exportações. No balanço de 2006, enquanto as vendas externas de produtos transformados de plásticos alcançavam US$ 1,10 bilhão, as importações atingiram US$ 1,44 bilhão, resultando num déficit de US$ 344 milhões.

Nesse sentido, a rodada de visitações do presidente da Abiplast ao exterior contribui para  promover as empresas, os produtos e as feiras brasileiras para incrementar as vendas externas, criando uma alternativa sólida à demanda doméstica. O esforço de visitação vem se juntar ao Programa Export Plastic. O programa, que também merecerá destaque durante a Brasilplast 2007, é promovido pela entidade, pelo (INP) Instituto Nacional do Plástico juntamente com a ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química e o Siresp – Sindicato da Indústria de Resinas do Estado de São Paulo.

 

Faturamento da indústria do plástico em 2006 teve queda em reais na relação com 2005

A comparação da receita em dólar, que foi de US$ 17,24 bilhões, revela crescimento de 8,14%. A diferença se deve ao câmbio depreciado

A indústria brasileira do plástico fechou 2006 com um faturamento bruto total de R$ 37,5 bilhões, o que representa um encolhimento de 3,17% em relação aos R$ 38,7 bilhões faturados em 2005. De acordo com levantamento da área econômica da Abiplast – Associação Brasileira da Indústria do Plástico, o cálculo em dólar revela uma receita bruta de US$ 17,24 bilhões, o que configura um aumento de 8,14% na comparação com os US$ 15,9 bilhões apurados no ano anterior. Segundo a entidade, a principal razão para essa diferença é a valorização da moeda nacional em relação à norte-americana.

A Abiplast divulgou também, em seu balanço de 2006, que foram produzidas 4,68 milhões de toneladas de resinas termoplásticas, o que significa um aumento de 12,63% na produção em comparação com 2005. O consumo aparente nacional de resinas ficou em 4,09 milhões de toneladas, registrando, assim, um aumento de 10,25% em relação ao consumo do ano anterior.

Quanto à balança comercial do setor, embora tenha havido crescimento tanto na importação, quando na exportação, o saldo continuou negativo e apresentou um crescimento em relação ao de 2005. Em 2006, as exportações de transformados plásticos totalizaram US$ 1,10 bilhão, registrando um crescimento de 13,39% em relação a 2005. Já as importações totalizaram US$ 1,44 bilhão, apontando um aumento de 17,7% na comparação com o ano anterior. Com isso, o saldo negativo na balança do setor, a diferença entre importações e exportações, subiu de US$ 258 milhões, em 2005, para US$ 344 milhões no ano passado.

Os números divulgados pela Abiplast mostram ainda que, em volume, a produção total de transformados de plástico em 2006 foi de 4,17 milhões de toneladas, o que significa um crescimento de 10,89% em relação a 2005. Nesse cálculo não está incluída a transformação de PET. Com base nesse dado, chega-se a um consumo per capita de plástico no Brasil de 21,78 kg, volume que tem se mantido nessa faixa desde o ano 2000.

De acordo com o presidente da Abiplast, Merheg Cachum, esses números simbolizam bem o estado de estagnação em que permanece o setor nos últimos anos, notadamente no último triênio. No seu entender, os motivos dessa situação, além do já mencionado câmbio depreciado, são a maior carga tributária do mundo e a permanência de uma das maiores taxas de juros reais do planeta, mesmo com a recente tendência de queda. “Não é possível manter competitividade suficiente para concorrer com produtos de outros países arcando com esses custos existentes no Brasil”, afirma Cachum. “Lamentavelmente, nós empresários brasileiros notamos que o país continua na contramão da história”, comenta.

Para o presidente da Abiplast, ou a sociedade – especialmente as autoridades econômicas –, cria as condições necessárias para reverter essa situação, ou caminharemos para um processo de “desinvestimento” e “desindustrialização” que, fatalmente comprometerá a competitividade das empresas brasileiras e também o crescimento econômico do País. A seu ver, já são visíveis os sinais de invasão de alguns produtos derivados de plásticos importados, sobretudo da China.

Além dessas evidências empíricas, há estudos que comprovam a perda de competitividade da indústria brasileira. Um recente levantamento feito pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) revela que a média do Índice de Competitividade (IC) do Brasil entre 1997 e 2004, foi de 19,1 pontos, em uma escala de 0 a 100. Esse nível fica muito aquém da média de todos os 43 países pesquisados, que é de 53,4 pontos. Ela é inferior, inclusive, à média obtida pelos 11 países com o nível mais baixo de competitividade apurado no mesmo intervalo de tempo, que ficou em 22,9 pontos.