u CURITIBA – PR – Integrante da chapa que traz o símbolo do partido de Berlusconi (PDL), Andrea Ruggeri é candidato ao Parlamento Italiano pela Circunscrição Eleitoral do Exterior nestas eleições que revelarão um novo governo para a República Italiana. Residente em São Paulo, ele aspira uma cadeira na Câmara dos Deputados e nesta entrevista ao jornalista Desiderio Peron, editor da revista Insieme, Ruggeri explica os motivos de sua candidatura, assim como suas propostas de trabalho. “Basta de enrolação”, sentencia ele, ao pregar medidas para acabar com a chamada “fila da cidadania” diante dos consulados italianos que operam no Brasil. “Devemos reduzir a burocracia dos consulados e equipar os funcionários com meios adequados para conduzir sua atividade” diz o candidato. Ruggeri defende o reconhecimento da cidadania italiana por direito de sangue condicionado ao aprendizado da língua italiana. Confira.

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n Quem é Andrea Ruggeri?

 

ANDREA RUGGERI – Nasce na região italiana da Emilia Romagna, na cidade de Lugo di Romagna (RA), no dia 15 de junho 1961. É filho de Giuseppe Ruggeri e de Valentina Billi, e pai de Alex e Isabella Ruggeri. Irmão da primeira policial de bairro, filho de Marechal dos Carabinieri (o corpo de guarda policial italiano), também ele milita nas Armadas dos Carabinieri e principalmente no Corpo dos Carabinieri Pára-quedistas do Toscania, participando na Missão de Paz do Líbano no ano de 1982.  

 

n Que motivos o levaram a candidatar-se à Câmara dos Deputados?

 

ANDREA RUGGERIO meu programa e o respeito obtido em mais de 20 anos de trabalho na comunidade italiana da América do Sul e também: a profissão de professor, e atualmente comemora 17 anos de atividade como professor de Italiano e História da Arte Italiana, lecionando em escolas, entidades e universidades e participando da modernização do estudo de italiano no Brasil, com projetos que lhe valeram reconhecimento e prêmios internacionais.

Correspondente Consular durante 15 anos, fundador de várias entidades italianas como a Fecibesp (Federazione Entitá Culturali Italo-Brasiliane delloStato di San Paolo), onde assumiu o cargo de secretário da primeira gestão; o CEI (Centro de Emigração Italiana), exercendo o cargo de Presidente; a FIB (Federação Italia Brasil); o Centro de Genealogia Itália-Brasil; a “GiovaneItalia”; os Italianos Sem-Fronteiras; idealizador e Presidente do CEI e do projeto esportivo Azzurra; Vice-presidente do Patronato Assistencial Italiano de Santos, em 2001; coordenador do Patronato SIAS e do MCL Movimento Cristão Trabalhador no Brasil, por mais de 8 anos, e Conselheiro Nacional MCL, por dois mandatos consecutivos. Hoje é empreendedor e diretor/proprietário da ‘Accademia Italiana’. Com uma vasta experiência e grande conhecimento dos problemas da comunidade italiana na América Latina, desde sempre se propõe a encontrar soluções adequadas. Andrea Ruggeri participou ativamente de muitos eventos e projetos nacionais e internacionais como idealizador e responsável por sua realização, entre eles, “La Cittá dei Giovani” (A Cidade dos Jovens) e “SOS São Paulo”.

]Em 1997 funda a Jovem Itália e participa das eleições do Comitês – Comitato degli Italiani all’Estero (“Comitê dos Italianos no Exterior”), conseguindo levar quatro Conselheiros para São Paulo.

Em 2000,estrutura no Brasil a “Forza Italia” e funda os “Azzurri nel Mondo”, para os quais assume o cargo de Presidente no Brasil até 5 de fevereiro de 2008, quando dirige também a Federação Azzurra da América Meridional.  Agora, AndreaRuggeri participa das eleições como o primeiro candidato da lista do partido “Popolo Della Libertá” – PDL, pela circunscrição do exterior, na seção América Meridional.

 

n Como está estruturada a chapa PDL na América do Sul e que prognósticos faz do resultado eleitoral?

 

ANDREA RUGGERIMuito bem, com 4 candidatos a Senador muito fortes. E seis a deputado também de ótima ‘caratura’, estamos na frente na única pesquisa encomendada e, se não tiver outra vez roubo de votos, colocaremos um senador e um deputado com certeza.

 

n  Quais são suas metas como parlamentar, se eleito?

 

ANDREA RUGGERIConsulados: Respeito aos funcionários dos consulados por parte do Estado, e respeito tanto aos cidadãos italianos quanto aos não italianos, por parte dos funcionários.

Devemos reduzir a burocracia e equipar os funcionários com meios adequados para conduzir sua atividade, atualizar os serviços e a preparação dos funcionários para administrar situações de atendimento exaustivo ao público. Maiores controles na qualidade do serviço, especialmente naquilo que diz respeito à forma e à boa educação. Informar melhor e antecipadamente o cidadão sobre os procedimentos adequados, a fim de evitar estresse e longas horas em filas. Reavaliar e requalificar as importantes funções dos Vice cônsules Honorários, dos Agentes Consulares e dos Correspondentes. Reduzir drasticamente a documentação e introduzir o ensino de Italiano (com a inclusão da matéria Educação Cívica) a cargo de uma associação italiana entre os requisitos necessários para a obtenção ou o reconhecimento da cidadania italiana.

Solução urgente, principalmente no Brasil e na Argentina, para o destravamento dos processos de reconhecimento da cidadania que jazem há demasiado tempo nos nossos Consulados. Basta de enrolação!… Soluções!

O auxílio-saúde: Bolsas de estudo em mestrado ou especialização para médicos de origem italiana, com a obrigação de, ao retornarem a suas funções, dedicarem 25 dias de serviço gratuito por ano à comunidade mais carente.

Aumentar consideravelmente os recursos para os medicamentos, também fazendo acordo com as companhias italianas de remédios (que estão entre as melhores e maiores do mundo).

Jovens: Ouvir as reivindicações dos jovens (eles compreendem melhor que ninguém suas próprias necessidades). Organizar projetos conjuntos e não impositivos e incentivar o intercâmbio e os cursos preparatórios nas Universidades locais, priorizando intervenções diretas nessas universidades.

Se os jovens fossem mais ouvidos, e a eles fossem designadas funções realmente representativas e ágeis, seguramente participariam mais nas nossas associações e não deixariam aquele vazio que freqüentemente encontramos nos círculos e agremiações, mesmo nas que possuem grandes estruturas.

Trabalho e formação: Incentivar a intermediação e a possibilidade – a quem o solicitar e possuir os requisitos – de acesso com maior facilidade ao mercado de trabalho na Itália nas funções estratégicas como: área da saúde (enfermeiras e fisioterapêutas), área técnica (em suturas), peritos em informática (criadores e programadores de computador), área têxtil (alfaiates), etc., etc. E verificar a possibilidade de receber gratuitamente cursos de língua e cultura italiana, cursos profissionalizantes complementares e ter franqueadas as despesas de tradução, registro, equivalência e viagem até a Itália. A Itália precisa desses trabalhadores, e os jovens no exterior (principalmente na América do Sul) precisam de trabalho, sem ter que pagar para obtê-lo.

Criar uma comissão para coordenar, organizar e equiparar as escolas de italiano no exterior. Nossas escolas no exterior devem seguir os programas italianos, mas devem estar preparadas, organizadas e receberem ajuda tecnologicamente para fazer frente às exigências regionais, vejam-se os exemplos das escolas alemãs, francesas e inglesas. Tudo isto para poder competir no mercado da escola do país anfitrião, ou inevitavelmente eles não conseguirão sobreviver.

 

n Como analisa a experiência de dois anos com deputados eleitos pela Circunscrição Exterior? Entende que esta fórmula, muito criticada dentro da Itália, deve persistir?

 

ANDREA RUGGERIFoi a primeira vez e não considero a experiência deles de forma positiva, precisa de mais atuação e principalmente força dentro do partido que eles representam, como será no meu caso depois de ser eleito.

Para aqueles que se apresentam com uma chapa local…. bem, o resultado vocês viram  e não precisa ser comentado. Mesmo assim, com certeza, o fato de ter nossos representantes na Câmara e no Senado da Itália fortalece nossas comunidades e nossa importância. Precisamos só eleger o certo, aquele que tiver relação direta com o governo eleito.

 

n Berlusconi enviou carta aos eleitores residentes no Exterior. Mas praticamente nada disse sobre a “Outra Itália”. Como interpreta isso?

 

ANDREA RUGGERISomos nós que precisamos falar da outra Itália e ele, uma vez no Governo, ajudar para que se resolvam os problemas. Não precisamos que alguém da Itália nos diga o que temos que fazer (como faz Veltroni).

O precedente Governo Berlusconi nós deu o voto. o ministro dos italianos no exterior, novas sedes de consulados como aquela de São Paulo, só para citar 3… E o Prodi, Presidente do Partido democrático de Veltroni, que nós deu?

 

n Quais, a seu ver, os principais problemas que a comunidade de ítalo-descendentes enfrenta na América do Sul e, em especial, no Brasil, país onde se concentra o maior número deles em todo o mundo?

 

ANDREA RUGGERIConsulados: Respeito aos funcionários dos consulados por parte do Estado, e respeito tanto aos cidadãos italianos quanto aos não italianos, por parte dos funcionários. Devemos reduzir a burocracia e equipar os funcionários com meios adequados para conduzir sua atividade, atualizar os serviços e a preparação dos funcionários para administrar situações de atendimento exaustivo ao público. Maiores controles na qualidade do serviço, especialmente naquilo que diz respeito à forma e à boa educação. Informar melhor e antecipadamente o cidadãos obre os procedimentos adequados, a fim de evitar estresse e longas horas em filas. Reavaliar e requalificar as importantes funções dos Vice-cônsules Honorários, dos Agentes Consulares e dos Correspondentes. Reduzir drasticamente a documentação e introduzir o ensino de Italiano (com a inclusão da matéria Educação Cívica) a cargo de uma associação italiana entre os requisitos necessários para a obtenção ou o reconhecimento da cidadania italiana. Solução urgente, principalmente no Brasil e na Argentina, para o destravamento dos processos de reconhecimento da cidadania que jazem há demasiado tempo nos nossos Consulados… basta de enrolação! Soluções!

O auxílio-saúde: Bolsas de estudo em mestrado ou especialização para médicos de origem italiana, com a obrigação de, ao retornarem a suas funções, dedicarem 25dias de serviço gratuito por ano à comunidade mais carente. Aumentar consideravelmente os recursos para os medicamentos, também fazendo acordo com as companhias italianas de remédios (que estão entre as melhores e maiores do mundo).

Jovens: Ouvir as reivindicações dos jovens (eles compreendem melhor que ninguém suas próprias necessidades). Organizar projetos conjuntos e não impositivos e incentivar o intercâmbio e os cursos preparatórios nas Universidades locais, priorizando intervenções diretas nessas universidades.

Se os jovens fossem mais ouvidos, e a eles fossem designadas funções realmente representativas e ágeis,seguramente participariam mais nas nossas associações e não deixariam aquele vazio que freqüentemente encontramos nos círculos e agremiações, mesmo nas que possuem grandes estruturas.

Trabalho e formação: Incentivar a intermediação e a possibilidade – a quem o solicitar e possuir os requisitos – de acesso com maior facilidade ao mercado de trabalho na Itália nas funções estratégicas como: área da saúde (enfermeiras e fisioterapeutas), área técnica (em suturas), peritos em informática (criadores e programadores de computador), área têxtil (alfaiates), etc., etc. E verificar a possibilidade de receber gratuitamente cursos de língua e cultura italiana,cursos profissionalizantes complementares e ter franqueadas as despesas de tradução, registro, equivalência e viagem até a Itália. A Itália precisa desses trabalhadores, e os jovens no exterior (principalmente na América do Sul) precisam de trabalho, sem ter que pagar para obtê-lo.

Criar uma comissão para coordenar, organizar e equiparar as escolas de italiano no exterior. Nossas escolas no exterior devem seguir os programas italianos, mas devem estar preparadas, organizadas e receberem ajuda tecnologicamente para fazer frente às exigências regionais, vejam-se os exemplos das escolas alemãs, francesas e inglesas. Tudo isto para poder competir no mercado da escola do país anfitrião,ou inevitavelmente eles não conseguirão sobreviver.

 

n A seu ver, como poderia ser enfrentado o problema das “filas da cidadania” formadas diante dos consulados italianos que operam no Brasil?

 

ANDREA RUGGERICom respeito aos funcionários dos consulados por parte do Estado, e respeito tanto aos cidadãos italianos quanto aos não italianos, por parte dos funcionários. Devemos reduzir a burocracia e equipar os funcionários com meios adequados para conduzir sua atividade, atualizar os serviços e a preparação dos funcionários para administrar situações de atendimento exaustivo ao público. Maiores controles na qualidade do serviço, especialmente naquilo que diz respeito à forma e à boa educação. Informar melhor e antecipadamente o cidadão sobre os procedimentos adequados, a fim de evitar estresse e longas horas em filas. Reavaliar e requalificar as importantes funções dos Vice-cônsules Honorários, dos Agentes Consulares e dos Correspondentes. Reduzir drasticamente a documentação e introduzir o ensino de Italiano (com a inclusão da matéria Educação Cívica) a cargo de uma associação italiana entre os requisitos necessários para a obtenção ou o reconhecimento da cidadania italiana. Solução urgente, principalmente no Brasil e na Argentina, para o destravamento dos processos de reconhecimento da cidadania que jazem há demasiado tempo nos nossos Consulados. basta de enrolação! … Soluções! 

 

n Defende a cidadania italiana por direito de sangue sem restrições ou, comoalguns, imagina que tal direito deva sofrer (e quais) restrições?

 

ANDREA RUGGERINão defendo a cidadania de forma total nem defendo restrições, mas diminuiria a burocracia e incluiria o cursos de italiano e educação cívica.

 

n Poderia enumerar as diferenças básicas entre as duas chapas

principais – PD e PDL?

 

ANDREA RUGGERIMeu trabalho não é este é representar minha gente sem impor programas que vem da Itália.

 

n Outras considerações que julgar oportunas?

 

ANDREA RUGGERIO voto útil, hoje na América Latina, é um voto para a força do futuro governo, para o PDL, que poderá garantir alcançar resultados concretos. Uma vez no governo, nós daremos respostas aos italianos no exterior, e o meu esforço será apoiado pela maioria. Interviremos para melhorar a qualidade da vida dos nossos compatriotas.  Meu programa é denso e ambicioso,e almejo realizá-lo integralmente com o apoio do meu partido e de todos aqueles que forem eleitos no exterior. O voto útil é o voto para o PDL, um voto que permite alcançar resultados.