“A idealização desse evento é, realmente, muito positiva e deve ser perpetuada no tempo porque é algo muito importante para candidatos e para os eleitores”, disse ao final do debate, ainda dentro do estúdio da TV Câmara, em Brasília, a candidata ao senado Silvana Rizzioli (LeU).

Ela foi uma dos 11 candidatos que compareceram ao debate entre os radicados no Brasil ao Parlamento Italiano organizado pela Fundação Nacional Ítalo-Brasileira (em formação) e pela Revista Insieme e que, mesmo antes de a transmissão ser encerrada, na noite do dia 15, batia o recorde de audiência dentre todas as transmissões da TV Câmara em seu canal no Youtube.

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Embora a liberação do estúdio da emissora da Câmara Federal tenha ocorrido menos de duas horas antes do início previsto do debate, o evento, que teve o apoio do Intercomites Brasil e da revista “Comunità Italiana”,  além da Comissão de Relações Exteriores da própria Câmara e do Grupo Parlamentar Brasil-Itália, na opinião geral dos candidatos participantes, cumpriu plenamente sua finalidade.

“De alguma forma – disse ainda Rizzioli – sentimos a falta dos representantes parlamentares. Esperamos que da próxima vez eles sintam essa necessidade e se manifestem, manifestem suas opiniões e tenham a coragem de intervir em um evento desse porte”. Ela se referia aos ex-deputados Fabio Porta e Renata Bueno, e também ao ex-senador Fausto Longo – todos eles em busca da reeleição, mas que não estiveram presentes alegando compromissos anteriormente assumidos.

Aqui, uma versão integral do debate, sem a espera longa espera inicial nem o intervalo.

Na verdade, o debate deveria ter-se realizado na noite de 8, antes do carnaval, mas problemas de natureza burocrática obrigaram remarcar o evento para a última data possível, antes de se iniciar o recebimento, por parte dos eleitores, do material eleitoral distribuído pelos consulados através dos Correios.

“Eu queria dizer que essa é uma festa pela democracia e que eu fico muito feliz de estar aqui”, disse o candidato Pasquale Matafora (PD), logo no início do debate que se prolongou por cerca de duas horas e meia, sob a mediação do jornalista paranaense Carlos Marassi. Elogiou e agradeceu a oportunidade também o candidato Fabio Vicenzi (PD), enquanto Daniel Taddone (Unital) desejou grandes realizações à Fnib, em organização falando, sincero, sobre o estado de nervosismo “de quem não está acostumado com tv”. O Fernando Trezza, candidato ao Senado (“Civica Popolare”) observou o especial significado de o debate ter acontecido nas dependências da Câmara Federal, “a casa do povo”.

Para o candidato Cesare Villone (coligação Salvini Berlusconi Meloni), o evento serviu para dar visibilidade maior ao processo de escolha que os eleitores italianos no exterior do Brasil e da América do Sul estão agora fazendo. Já a candidata a deputado Silvia Alciati (Civica Popolare) considera útil e válida a iniciativa porque “foi uma oportunidade limpa de os candidatos falarem um pouco de si, se apresentarem e debaterem os reais problemas do dia-a-dia da comunidade”. Como as distâncias são enormes “e a dificuldade de falar com o eleitor é muito grande, esperamos que essa seja a primeira de muitas outras oportunidades”.

Andrea Dorini, candidato ao Senado (coligação Salvini Berlusconi Meloni), disse que o debate “foi muito bom” e que ele pretende “voltar aqui dentro de cinco anos como senador para poder me recandidatar”. Para ele, é necessário, entretanto, organizar algumas coisas “um pouco melhor”.

Alguns participantes tiveram que se ausentar imediatamente ao final da transmissão e não conseguiram ser ouvidos, mas Luis Molossi (Maie), candidato a deputado, foi generoso nos elogios à iniciativa; “Estamos fazendo história e espero que esse ato se repita nas próximas eleições”, pois deu para “expor nossas ideias, apresentar propostas, ver quem é quem, quem está em condições de ser parlamentar ou quem caiu de para-quedas numa eleição tão importante como esta”.

A disposição dos candidatos no estúdio da TV Câmara foi estabelecida por sorteio e se apresentaram, inicialmente, um a um: Fabio Vicenzi, Cesare Villone, Silvana Rizzioli, Fernando Mauro di Marzo Trezza, Pasquale Matafora, Thiago Vicente Roldi, Walter Fanganiello Maierovitch, Luis Molossi, Silvia Alciati, Daniel Taddone, Andrea Dorini – ao todo, 11 dos 24 candidatos radicados no Brasil.