CURITIBA –
PR – A Comissão de Sábios voltou a sugerir, por unanimidade,
ao Presidente Napolitano, o fim da Circunscrição Exterior. (veja
texto original no final do artigo). Deste modo, ainda sem saber qual
será o resultado final, posso garantir que a Circunscrição
Exterior esta correndo sério risco de ser abolida.
Esta mesma
proposta já havia sido feita pelo “Leghista” Calderoli e
os Sábios voltam agora ao ataque. No relatório elaborado pela
Comissão sobre as reformas, está escrito, muito claramente, que a
Circunscrição Exterior deve ser eliminada, ou abolida, se
preferirem.
A mesma
Comissão quer que seja preservado o voto para os italianos no
exterior, o que significa dizer que os residentes no exterior
poderiam continuar votando, o que seria muito justo, embora não
saibamos com qual mecanismo, já que o voto por correspondência se
mostrou frágil e sujeito a percalços que todos já
conhecemos. Quem sabe poderíamos votar nos Consulados ou usar o voto
eletrônico. Não sei.
O que sei
que é que grande culpa desta “sugestão” é dos próprios
parlamentares eleitos. Por quê? Porque eles já estão lá há 8
anos (a primeira eleição foi em 2006) e, em alguns casos, não
fizeram absolutamente nada. Não têm força para evitar a injustiça
do pagamento do IMU (nosso IPTU) sobre a casa de italianos residentes
no exterior, nem o fechamento dos Consulados ao redor do mundo. Teve
parlamentar que prometeu a abertura de Consulados em estados do
Brasil, que nem chegou a ser cogitado pela administração italiana.
Nenhum melhoramento foi feito nos Consulados italianos no Brasil e no
Mundo, nenhum funcionário foi acrescido ao orgânico de pessoal dos
Consulados, nenhuma redução nas filas de cidadania. E lá se vão
oito anos de mandato. Vocês acham que estes Parlamentares
terão força para evitar o fim da Circunscrição Exterior? Eu
duvido.
Importante
salientar que a Comissão não quer tirar o direito do voto para os
italianos no exterior, mas excluir os “eleitos” no exterior.
Se isso acontecer pode ocorrer que residentes no exterior possam se
candidatar por Partidos Italianos, fazendo parte da lista de
candidatos, ou mesmo fundar um partido e apresentar seus candidatos
normalmente, podendo obter os votos dos italianos residentes na
Itália e fora dela. Tinha quem duvidasse que a eleição de
parlamentares no exterior corresse risco e agora já não dúvida
mais, e começam a dizer por ai que talvez seja melhor assim. Esta
sugestão da Comissão deixou muito alegre os componentes da Lega e
do M5S, que sempre combateram os eleitos no exterior.
Qual será o
gran-finale? Não sou adivinho, mas quem sabe se o
fim da Circunscrição Exterior não possibilite aos italianos no
mundo de elegerem um número maior de parlamentares para nos
representar no Parlamento Italiano. Tanto os dezoito eleitos,
atualmente, pouco ou nada podem fazer em nosso beneficio.
Eis o texto
do parágrafo 14, dedicado ao voto no exterior : (em italiano)
“La
commissione all’unanimità ha espresso una valutazione negativa sul
funzionamento del voto degli italiani all’estero. Si propone quindi
la soppressione della circoscrizione estero, garantendo comunque
l’esercizio del diritto di voto dei cittadini italiani residenti
all’estero mediante strumenti idonei ad assicurare la libertà e la
segretezza del voto.
Qualora
il Senato fosse formato con elezione diretta, si potrebbe prevedere
in tale assemblea una rappresentanza delle comunità degli italiani
residenti all’estero”