O conselheiro Walter Petruzzielo, durante a sessão em que foi eleito presidente do Comites PR/SC (Foto Desiderio Peron / Revista Insieme)

As eleições (indiretas) para a escolha dos novos membros do CGIE – Consiglio Generale degli Itaiani all’Estero nem têm ainda data e local para acontecer, mas começam a surgir as primeiras escaramuças: um aviso, difundido nesta manhã (10h38min de 08.05) através de e-mail aos novos conselheiros do Comites PR/SC pela secretária do Consulado Geral da Itália em Curitiba, Rita Bernardini, levantou a incompatibilidade do advogado Walter Petruzziello, recém-eleito presidente do Comites local por unanimidade, que é candidato declarado a uma das três vagas do Brasil no CGIE.

A secretária do Consulado de Curitiba dirige-se aos ”gentili membri del Comitato” reportando mensagem do ”Ministero” (não há especificação sobre qual ministério, mas se presume das Relações Exteriores) com protocolo número 988677, informa que “… la carica di presidente del Comitato è incompatibile con quella di componente del CGIE” (o cargo de presidente do Comites é incompatível com a de componente do CGIE). A incompatibilidade levantada está fundamentada no artigo 10, parágrafo 4, da Lei 286, de 2003. ”Pede-se – escreve Rita -, à luz do quanto acima dito, seja sanada a irregularidade”.

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Questionado a respeito, Petruzziello foi taquigráfico: ”eu sei que é incompativel, mas segundo o próprio CGIE nós não estamos mais na função, tanto que não foi convocado nenhuma AP (assembléia) para 2015. Estou em contato com o Secretário CGIE para que o mesmo esclareça isso.Depois tomarei as providências”. Petruzziello assegura que na prática o CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero não existe mais, tanto que na última assembléia, ”no final do ano passado, nos despedimos todos”. Pelo menos dois outros ”conselheiros” do CGIE acabam de assumir a presidência de Comites em outros países.

Logo a seguir, Petruzziello deu a conhecer o teor de correspondência enviada, por volta do meio dia, ao secretário geral do CGIE, Elio Carozza: ”Considerando que alguns conselheiros do atual CGIE foram eleitos presidentes nos Comites que acabam de tomar posse, e tendo em vista o artigo 10, parágrafo 4 da lei 286/2003 (…) pede-se que informe se o atual CGIE está ainda funcionando e se subsiste a possibilidade de uma Assembléia Plenária antes da eleição para a renovação do próprio CGIE”. Petruzziello termina pedindo a Carozza que esclareça a matéria para ”evitar conflitos que em nada ajudariam à nossa comunidade”. O e-mail disparado por Petruzziello foi com cópia para todos os conselheiros do Comites e do próprio atual CGIE que, devido a seus altos e baixos chegou a perder o domínio que tinha na Internet para abrigar sua página, tendo que mudar o endereço recentemente.

Como se sabe, os conselheiros do CGIE serão outra vez eleitos sem que o órgão tenha redesenhado a legislação que lhe regula funções, objetivos e ações – um problema que se arrasta desde antes de 2004 e em função do qual foram adiadas sucessivamente as eleições para a sua renovação e também aquela dos Comites. Na verdade, depois que foi criada a Circunscrição Eleitoral do Exterior, com a consequente eleição de deputados e senadores junto ao Parlamento Italiano, o CGIE ficou desnorteado e praticamente sem função. Tornar-se um conselheiro do CGIE, entretanto, continua sendo um objetivo para muitos e constitui pano de fundo de brigas e disputas nos próprios Comites. Embora a função seja dativa, possibilida, além do status, inúmeras viagens com tudo pago para Roma e outras capitais onde se realizam assembléias. Atualmente, pelo que se sabe, são candidatos ao futuro CGIE, além de Walter Petruzziello, que nunca escondeu sua pretensão, nomes momo a ex-presidente do Comites de SP, Rita Blasioli, a reeleita presidente do Comites de Belo Horizonte, Silvia Alciati, a Vice-presidente do atual Comites de Porto Alegre, Claudia Antonini, entre outros. Para pleitear o cargo, entretanto, pelo menos em relação ao novo CGIE, eles deverão renunciar à função de conselheiro presidente dos Comites.