Logomarca dos Comites (Arte Revista Insieme)

As eleições para a renovação dos Comites – ‘Comitati degli Italiani all’Estero’ serão realizadas no dia 3 de dezembro próximo e os eleitores terão que declarar sua intenção de votar um mês antes, na chamada “opção inversa”. A informação foi confirmada pela vice-ministra Marina Sereni, da Farnesina (Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional), no bojo de resposta a questionamento feito pela deputada Laura Gravini (Italia Viva), eleita pela área da Europa, segundo informa a agência Inform.

A vice-ministra informou também que “assim que foi fixada a data das eleições”, o governo italiano iniciou uma campanha de informação “adequada e capilar” com o objetivo de melhorar o percentual de participação dos eleitores que, nas últimas eleições de 2015, mal atingiu a marca dos 4,5% dos italianos residentes no exterior com direito a voto. No mundo atualmente operam 101 Comites eleitos mais cinco de nomeação consular (47 na Europa, 42 nas Américas, 10 na Ásia e Oceania e 7 na África).

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Naquele ano também foi empregado um mecanismo semelhante ao que está sendo anunciado para as próximas eleições, fato que, segundo alguns analistas, contribuiu grandemente para o baixo índice de participação. Nas eleições de 2004, dois anos antes da primeira eleição para o Parlamento Italiano, o percentual da participação nas eleições dos Comites tinha sido, em todo o mundo, de 31,4%. Segundo dados constantes do site da Farnesina, os italianos no mundo atualmente somam mais de seis milhões de pessoas.

Apesar da “campanha capilar” aludida por Sereni, não se sabe ainda se o voto será exercido exclusivamente através de correspondência ou, como chegou a ser aventado anteriormente, de maneira também eletrônica ou, ainda, diretamente nas sedes consulares de forma presencial. Sobre isso a vice-ministra disse que o governo está estudando. Também não há informações ainda disponíveis sobre prazos para o registro de candidaturas.

Tais questões deverão fazer parte da reunião online, convocada para amanhã, a partir das17 horas (hora italiana), pelo secretário geral do CGIE – ‘Consiglio Generale degli Italiani all-Estero”, Michele Schiavone, da qual deverão fazer parte, além dos conselheiros do órgão, os presidentes de Comites e, também, o subsecretário Benedetto Dalla Vedova, que substituiu o senador Ricardo Merlo na função, e funcionários do Ministério. O tema do encontro é um só: “Rinnovo dei Comitati degli Italiani all’Estero (Comites). Preparativi, modalità di partecipazione e di voto. Con quale legge?” (Renovação dos Comites: preparação, forma de voto, com que lei?)

As eleições para os Comites deveriam ter sido realizadas ano passado, mas foram adiadas em função do referendo constitucional e, logo em seguida, pelo advento da pandemia do coronavirus. Embora a data de dezembro já estivesse mais ou menos prevista, não há – pelo menos no Brasil, onde funcionam sete Comites: Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte e Brasília – movimentação visível no campo da articulação de candidaturas.

Sabe-se que as diversas correntes políticas atualmente envolvidas no processo desenvolvem alguma articulação, mas isso ocorre de forma imperceptível à visão do público eleitor, embora ele deva ser consultado inclusive para avalizar candidaturas. O fenômeno decorre, principalmente, do fato que a maioria dos atuais conselheiros estão impedidos de participar do processo. Alguns deles atuam há mais de 20 anos. Há evidência de “conchavos” na área de pessoas ligadas a partidos políticos, como o Maie – ‘Movimento Associativo Italiani all’Estero’, Partido Democrático – PD e, entre outros, da imensa rede de “prestadores de serviço” no setor de cidadania italiana, onde o tráfico de influência, como curiosamente tem-se observado ao longo dos tempos, busca reforço no mandato obtido pelo voto nas urnas.