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CURITIBA – PR – “L’Uomo dal Fiore in Bocca”, di Luigi Pirandello, e “Due Dozzine di Rose Scarlatte”, di Aldo De Benedetti, serão apresentados dias 5 e 6 de setembro, às 20 horas, no Teatro Cena Hum, pela Companhia de Teatro Dante Alighieri, de Curitiba, sob a direção de Silvana Cesari.

As duas apresentações – a primeira, um monologo, e a segunda, uma comédia – serão totalmente em língua italiana e obedecerão um intervalo de 15 minutos. Ingresso, no valor de R$ 10,00, a partir de uma hora antes das apresentações, podem ser adquiridos no próprio local, à rua Senador Xavier da Silva, 16 – São Francisco (próximo ao Shopping Müeller)

Silvana Cesar foi coordenadora e professora do Dante Alighieri nos anos ’90 e atualmente assumiu a direção dos trabalhos teatrais com os alunos da escola. No elenco estão os atores Inês Milossi, Lúcia Zaniolo, Maria da Graça Bicalho, Mauro Nicolini e Tiago Volpato. A iluminação é de Rafael Pedretti; a sonoplastia de Gustavo Hornemann e a cenografia, de Karina Pimentel

As informações a seguir são de Silvana Cesari:

“ALDO DE BENEDETTI

Nasceu em Roma em 1870 e faleceu na mesma cidade em 1970. Dramaturgo e roteirista, ele foi um dos principais expoentes do teatro cômico italiano de 1918 até 1938.

Por conta de sua origem judaica, sofreu as conseqüências das leis raciais do regime fascista e sua obra foi banida dos palcos de 1938 até o final da Segunda GuerraMundial. No âmbito do cinema italiano ele participou do movimento conhecido como cinema dos telefones brancos”, caracterizado por comédias que refletiam o cotidiano da classe média em ascensão. Algumas de suas peças de maior sucesso foram ”La Resa di Titi”, “L’Uomo che Sorride” e “Lo Sbaglio di Essere Vivo”, mas principalmente “Due Dozzine di Rose Scarlatte”. Escrita em 1936, foi traduzida em 27 línguas e apresentada e aplaudida em inúmeros países. Em 1940 foi escolhida por Vittorio De Sica para sua estréia na direção.

“DUE DOZZINE Dl ROSE SCARIATTE”
De cunho universal e atemporal, esta comédia sentimental e dos equívocos é um “clássico” que se manteve atual até o dia de hoje. Sem embarcar em questões sociais ou políticas, o texto se destaca por seus protagonistas extraordinariamente bem desenhados e por seus diálogos dinâmicos, leves e cheios de malícia. Não tem a pretensão de induzir o público à reflexão ou de faze-lo tomar partido a favor de um ou outro personagem e, sim, simplesmente, de contar uma história sobre homens e mulheres normais, com suas fraquezas, manias e desejos secretos.

O triângulo amoroso criado pelo autor é bastante peculiar e sustenta toda a ação, pois, citandoAlexandre Dumas, “as correntes do casamento são tão pesadas que, às vezes, é necessário um terceiro pera nos ajudar a carregá-las”

SINOPSE
Sentindo-se entediada e negligenciada pelo marido, Simona decide viajar sozinha. Paralelamente o marido, Checco, recebe a ligação de uma mulher (Patrícia) que, acreditando falar com o dono da floricultura, lhe encomenda duas dúzias de rosas vermelhas.

Ao invés de informá-la do engano, Checco resolve aproveitar da situação para seduzi-la durante a ausência da esposa, enviando-lhe todos os dias o mesmo buquê com um bilhete assinado Mistério.

As rosas, porém, acabam sendo entregues em sua casa e recebidas por Simona que, conseqüentemente, passa a acreditar que tem um.admirador secreto.

Devido a este equivoco e percebendo que a mulher está se apaixonando por seu alter-ego, Checco resolve levar adiante a farsa.

Os dois começam a trocar cartas, nas quais Simone confessa seu desejo de evadir da monotonia do casamento, e por conta disto Checco se vê forçado a reavaliar seus sentimentos e sua postura com relação à vida conjugal.

Colocando à prova a fidelidade de Simona, Mistério marca um encontro com ela e, quando Simona aceita, Checco a enfrenta, revelando que sabe da “traição” e tentando reconquistá-la.

Como Simona se recusa a fazer as pazes e a renunciar ao suposto amante, Checco resolve sair de casa e tudo parece encaminhar-se para a dissolução do casamento quando Franco (amigo do casal e cúmplice de Checco na tramóia) resolve dar uma segunda chance aos dois, assumindo o papel de Mistério.

Decepcionada ao descobrir que seu admirador secreto não era nada mais que sem amigo de longa data lhe pregando uma peça, Simona resolve voltar para o marido e os dois se despedem do público partindo juntos para uma viagem romântica de reconciliação.

A comicidade das situações mascara os temas da infelicidade e da insatisfação que muitas vezes caracterizam as relações e que fazem com que homens e mulheres se adaptem a uma vida claustrofóbica e estagnada na esperança que, mais dia menos dia, apareça algo de novo para reacender a velha chama.

Este tipo de final poderia nos induzir a considerações amargas sobre a natureza do amor, mas os personagens de De Benedetti são tão cativantes que acabamos nos identificando com eles e acolhendo este desfecho com alívio e leveza.

Accidenti a quelle rose!

Silvana Cesari”