u CURITIBA-PRA hegemonia americana não recebeu o atestado de óbito, reza o titulo na seção de ecônomia do Correio do Povo de Curitiba, onde aconteceu o Seminário “Crise, Rumos & e Verdades”, promovido pelo Governo do Estado do Paraná.  Para o sociólogo  Lorenzo Carrasco  do México as três principais fontes  do poderío norte americano, a financeira, a  militar  e a capacidade de inspirar confiança, estão em colapso.

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Intervenção estatal, reduzir juros, combater o capital especulativo, nova Bretton Woods e outros paliativos foram investigados e discutidos no Seminário.

 

Para o  economista Carlos Lessa ex presidente do BNDES, o panorama que se descortina para a economia mundial é muito preocupante. “Para mim como brasileiro – proseguiu –  nada foi mais angustiante que ver esta crise eclodir no mundo …. qual foi a nossa aflição ao verificar que a primeira reação do governo brasileiro foi a de dizer que a crise não chegava aqui, isto foi seguramente assustador e preocupante….  se deixou de entender os problemas localizados em empresa, em famílias, problemas sociais plurais”. Um bom exemplo para entender o que está acontecendo, por incrivél que pareça são   as estratégias dos catadores de latas, que é catar latas de aluminio  porque tem um certo valor agregado mesmo depois de usadas, nós somos o povo  que tem um dos mais altos níveis de reciclagem, poi bem, a crise bateu no catador de latas, o preço que ele obtinha pela latinha  caiu pela metade, quando um catador percebe que sua receita de miséria foi cortada pela metade é absurdo insistir que esta crise é un fenômeno menor…

Acorda Brasil! Desperta Brasil! – foi com tom  dramatico que o professor Lessa se dirigiu a plaléia de mais de 1,5 mil partecipantes  ao encontro – esta crise é mundial –  será longa e douradora, vai passar por muitos episódios que não estão neste momento  articulados, e vai modificar de maneira muito significativa   as dinámicas econômicas mundiais.

Gostaria de ilustrar – continuou –  o que aconteceu  com un profissíonal norte-americano médio, bem treinado, com bom emprego, casado, com uma família padrão. Esta pessoa quando jovem comprou provavélmente uma  residência, numa resolução absolutamente  intelígente de capitalizar os custos dos alugueis,  este mesmo cidadão acreditou que ia levar uma vida profissíonal normal …. ao longo do tempo o valor da casa começou a subir, un gerente de banco chegou perto dele e lhe disse: o sr. é um excelente cliente, está em dia com as prestações,  sua casa que pagou  100 agora vale 300, o sr. não quer um emprestimo, renovando uma segunda hipoteca da sua casa? Faça isso! poís isto lhe abre a possibilidade de fazer  excelentes aplicações financeiras! Veja o que nossos técnicos podem lhe mostrar, com a evolução dos valores imobiliários, mobiliários, titulos de Bolsa, aplicações….. sendo mais atevido o sr. pode  comprar ações de tecnologia de ponta! Veja o que aconteceu com todos os seus amigos que recorreram aos nossos emprestimos, veja como cresceu o valor dos seus investimentos. Alí ele assinou o contrato e durante três ou quatro anos o dinheiro que ele aplicou na Bolsa de Valores cresceu a cada dia, e o valor da casa dele  não parava de subir, até que ele fez uma terceira hipoteca, porque a casa agora valia hum milhão de dolares e agora ele disse, vou arriscar em um Fundo de uma Sociedade lá no Caribe, afinal de conta precisamos ter coragem! Este homem hoje está reduzido a pó, ele ainda tem sua casa que depreciou uns 40%, mas é dificilmente negociável e os papeís que ele tinha na Bolsa não valem quase nada.

Este fato é multiplicavél  por centenas de milhares, senão milhões de américanos  médios e o fato tem implicações antropológicas que nós neste momento podemos apenas  intuir.

Este Seminário faz apenas um primeiro arranhão sobre o tema, seria muito bom se ouvesse um Observatório permanente sobre a Crise, creio que aqui no Paraná, que tem excelentes escolas de Economia seria o caso que uma dessas escolas montasse um observatório de acompanhamento da crise. Está na hora de forçar as escolas de economia a produzir com responsabilidade informação  sobre a crise, sobre o que acontece de bom e de mau no mundodas finanças.

Prosseguindo Lessa afirma que a economia brasileira tem ido razoavélmente bem em 2006/7/8, o modêlo básico desta economia foi um rapido e impressionante individamento familiar, comprando automóveis, eletro-domesticos, mobiliários e tudo o mais, o fato é que o credito para as famílias deu um salto colossal neste últimos três anos, não tenho certeza do total dos emprestimos – afirma –  mas o das empresas e das famílias no Brasil é  equivalente ao 40% do PIB, vamos supor que as famílias sejam responsáveis do 10% deste total de crédito das economias mais variadas, da moda a prazo, até a cirurgia plástica, passando pelo cartão  para cobrir o resto do mês e o gasto imprevisto, teriamos 10% do PIB, você diría que isto é muito pouco, desculpem mas é uma barbaridade, pelo seguinte, todas as famílias que vivem do trabalho  e tudo o que os brasilieros ganham pelo trabalho é só o 37% do PIB.

O engenheiro Darc Costa – sublinhou – que o Homem tem que ser recolocado no centro  da discussão da existência. Com a queda do modêlo neoliberal surge a oportunidade – diz –  que a intervenção volte a comandar a discussão da economia, o que fazer, como fazer, com que meios fazer. O que fazer é a politica, trazer de novo para a politica a discussão sobre o que deve ser feito em termos de economia. Não é mais o mercado que comanda – afirma – o mercado acabou, ele se pulveriza todos os dias. O que é relevante é o fato que nós somos capazes de construir um mundo novo! A economia é meio e ela não deve ser um fim!