u O Seminário “Crise – Rumos e Verdades” –  foi organizado pelos economistas Carlos Lessa e o engenheiro Darc Costa, ambos  ex componentes da diretoria do BNDES,  conhecidos pelas suas capacidades intelectuais e espirito público.

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Fatos como o que estão acontecendo hoje, no passado provocaram o empobrecimento de larga parte da população mundial, nenhum estudo ou estudos superficias foram realizados para investigar bem antes que acontecesse, a crise de 1929, o calote que a Russia de Lenin deu nos países que tinhan financiado sua industrialização, e como isto foi precursor  da crise  financeira de ‘29, depois  a exacerbação da crise desencadeada na Alemanha que pulverizou o poder da moeda alemã e  levou Hitler ao poder e suas consequências. 

Falando dias atrás com um economista, que anos atrás era do alto escalão da Bears Stearns, me relatou que seus amigos que tinhan ações no valor de 80 U$ da mesma firma,  num fim de semana, no início da semana seguinte acordaram com as mesmas valendo 2 U$, ou seja a pulverização dos valores dos antigos ativos  já aconteceu nos Estados Unidos e é galopante no resto do mundo

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O gov. Roberto Requião, no  encerramento, dirigiu-se a platéia que ocupava todos os recantos do auditório – disse – No inicio deste encontro, na abertura que me coube, propûs que este Seminário não fosse um  acontecimento gatopardiano, lampedusiano, que propusesse mudar alguma coisa para que tudo ficasse como está, mas que as questões fossem aprofundadas, a idéia foi que uma multiplicidade de perspectívas, com a observação do que aconteceu e o que se faz em outros países, nós poudessemos articular uma batéria de sugestões para o enfrentamento do problema brasileiro.

Registramos numa forma pratica, uma série de propostas, ideías e contribuições inovadoras para enfrentar a crise nacional. Quero destacar uma linha importante de propostas  por economistas e professores latinos, sul americanos, como a proposta de fortalecimento dos países da America Latina; ressalto o depoimento do ex ministro da economia da Argentina, Aldo Ferrer, que defende com clareza uma maior integração dos nossos países, o Aldo Ferrer é o Celso Furtado da Argentina – frisou Requião –  um economista que exerceu cargos  importantissimos como a presidência do Banco Nacional da Argentina, Ministro da Economia, sua palavra tem um peso extraordinário, a presença de Aldo abrilhantou de forma estraordinária nosso encontro, Ferrer afirma que temos um desafío que é de construir políticas nacionais  e sobre esta plataforma estabelecer mecanismos que nos permitam a ampliação das relações comercias e de investimentos.

 

O governador  José Serra se pronunciou como economista, já foi aluno do prof. Carlos Lessa, na sua esposição disse que um dos primeiros aspectos desta crise é a sua impresivibilidade; nós de fato não sabemos ainda qual é o volume  de perda de riqueza no mundo até agora – salientou.  Segundo, não sabemos quanto vai durar este processo de perda de riquieza e terceiro, não sabemos  ainda quais são os efeitos complexos desta perda de riqueza sobre o consumo e os investimentos, ou seja sobre a produção e portanto sobre o emprego. Não se domina o conhecimento do futuro, mesmo o futuro de curto prazo, inferior a 12 meses.

Um aspecto interessante é o papel do Estado, não do governo do estado, do ente Estado. Na verdade esta crise  é uma crise produzida dentro da interdependência da globalização, no entanto a tarefa de enfrentar este fato está cabendo aos Estados nacionais, e contraria a idéia que os estados  iriam perdendo progressivamente seu peso, sua importância, ou seja o Estado está novamente mostrando a sua importância, o peso decisivo da ação do Estado em todos os países e com o maior pragmatismo, hoje ninguêm duvida do ativismo estatal em marcha no mundo começando pela maior economia, a americana.

Um outro aspecto é a importância apesar de tudo, da economia  norte-americana, está em moda agora dizer que a economia daquele país passará para o segundo plano, não é fato, aliás o mundo inteiro hoje em materia de economia está procurando contribuir para que os Estados Unidos mantenham aquele seu modelo de elevadíssimo deficit de conta corrente que dinamiza o comércio mundial.

A crise empactou a economia brasileira no momento em que ela tinha duas vulnerabilidades sérias, primeiro  aquela esterna, porque conseguimos a proeza de gerar deficit em conta corrente apesar dos preços de commodities (minerio, soja, etc) altissimos, por causa da politica monetária, juros siderais os mais altos do mundo e câmbio mega-valorizado, o deficit  caminhou para o 2,5% do PIB num mundo com grande aperto de credito.

Outro problema é o  Fiscal, em  que os gastos de consumo do governo no Brasil cresceram nos últimos 5 anos o dobro do PIB na nossa economia e isso retira raio de manobra para politicas anticiclicas num contesto de problemas economicos e de queda da atividade.

 

O ex presidente do BNDES Carlos Lessa fez uma síntese do Congresso a convite do Gov. Requião.

“Certamente aceitei uma missão impossivél – afirmou –  porque resumir em alguns minutos o que foi o resultado do debate de 35 pessoas  em 8 seções, ocupando integralmente 4 dias, não será facil. Porém creio que não erraria em dizer que ouve clara percepção de que esta é uma crise de escala mundial com repercusões estremamente severas sobre todas as economias do mundo, e na perspectiva brasileira com repercussões já percebíveis bastante graves. O que foi absolutamnete claro é que esta é uma crise histórica e como tal ela é fazedora de história ou seja o mundo que se sucederá a ela funcionará de forma muito diferente do mundo atual. Isto estabelece um elemento claro para avaliar que medidas são tomadas, medidas voltadas a constituir a situação anterior corrigindo ou minimizando  os seus atuais problemas ou medidas apontando para o fututo, para novos tempos.

Os expositores se desdobraram com sugestões sobre variados campos, repercutiram na plateia não apenas para avaliar a variedade de procedimentos e respostas racionais, bem como pouderam aquilatar o sentimento de urgência con que o Brasil deve enfrentar esta crise até porque ficou claro que esistem sementes plantadas na crise dentro da economia brasileira cuja magnitude não é conhecida e cuja especificação pode produzir resultados terrivélmente desgastantes do ponto social brasiliro.

Creio que não erraria em dizer que impregnou o Seminário o sentimento de urgência que entra em pauta politica  para um debate  sobre a questão da crise, que cumpre à mídia o papel de  informar alternativas e não de  maturalizar o processo como mais uma catastrofe que pode ocorrer ou um furação num determinado lugar.

Esta é uma crise com implicações seríssimas, ela apresenta ao mundo uma esposição excessiva de todas as instituições financeiras  e regras financeiras e sugere a necéssidade de restaurar a ideia do Estado nacional, uma entidade capaz de  ordenar processos entregues hoje  ao livre jogo de interesses de agentes do mercado e que em última instância proponha que a distribuição do onus da crise venha a ser  um dos temas dos mais aferrados debates mundiais. Creio que para o conjunto dos participantes ficou claro que ouve uma carência na capacidade de gestão  financeira do monstro criado pela globalização”.

 

Se o Estado deve ser  redefinido seria bom que a miríade de   pessoas  que não produzem nada devam ser colocadas na produção, os sem qualificação tem  que ser endereçados aos trabalhos da infraestrutura, como estradas, ferrovias, pontes, túneis, agricultura, as favelas devem desaparecer.