CONFIRA OS PRINCIPAIS MOMENTOS DO DIPLOMATA QUE FOI CÔNSUL GERAL DA ITÁLIA NOS ESTADOS DO PARANÁ E SANTA CATARINA

CURITIBA – PR – Duas homenagens ao diplomata Mario Trampetti, que morreu no início de setembro último, estão sendo preparadas em Curitiba para os próximos dias: uma, com a participação do embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca, no dia 17 de novembro, e outra na Sociedade Garibaldi, no dia 5 de novembro. Trampetti que foi Cônsul Geral da Itália em Curitiba na primeira metade da década (agosto de 2001 a setembro de 2005), ocupava o cargo de ministro primeiro conselheiro da Embaixada. Estava de férias em Nápolis, sua cidade natal, onde, na madrugada do dia nove de setembro, morreu em decorrência de problemas cardíacos, aos 51 anos de idade. Ambas as homenagens têm a participação direta do Consulado Geral da Itália em Curitiba e da comunidade local, segundo informa o cônsul Salvatore Di Venezia.

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Imagens colhidas entre  04/09/2001 e 03/04/2004 pelo jornalista Desiderio Peron / Revista Insieme
Imagens colhidas entre 16/05/2004 e 14/06/2005 pelo jornalista  Desiderio Peron / Revista Insieme
Imagens captadas entre 05/06/2005 a 15/05/2007 pelo jornalista Desiderio Peron / Revista Insieme

A homenagem que será prestada a Mario Trampetti na Sociedade Giuseppe Garibaldi já estava programada antes de sua morte, segundo informa o conselheiro do Brasil no CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero, Walter Petruzziello. “Agora o ato simbólico será prestado na pessoa do Cônsul Geral que o encaminhará aos familiares”, disse Walter. Trampetti era casado com a brasileira Lenora, que lhe deu o filho João Pedro.
Trampetti construiu amplos contatos com a comunidade ítalo-brasileira e com as autoridades dos dois Estados – Paraná e Santa Catarina – que formam a jurisdição consular. Depois de seu período em Curitiba, voltou a Roma para, em seguida, voltar ao Brasil, na condição de ministro primeiro conselheiro da Embaixada, em Brasília, onde servira anteriormente. Ocupou o cargo de Embaixador “pro tempore” entre a saída de Michele Valensise e a chegada de La Francesca. Sua admiração pelo Brasil ficou evidente na série de artigos intitulada “Il Brasile tra politica estera e politica interna”, que publicamos aqui no site e  que acabaram gerando um livro.
Muitos dos encontros de Trampetti em Curitiba, Florianópolis e em diversas cidades dos dois Estados foram documentados fotograficamente pela Revista Insieme. Selecionamos parte desse material que colocamos à disposição dos leitores nos três “filmetes” que apresentamos. O documento, que respeita a ordem cronológica dos fatos (as últimas imagens foram colhidas em Roma e em São Paulo, durante entrevista ao editor da Revista e durante encontro continental do CGIE), envolve centenas de pessoas que tiveram do diplomata a sua sempre afável atenção, acompanhada de largos sorrisos – sua marca registrada. Durante seu período como cônsul, Trampetti manteve, por mais de dois anos, bloqueados os novos pedidos de reconhecimento da cidadania italiana, diante das grandes filas que se formaram com o tempo. Terminou seus quatro anos sem resolver o problema que, à sua chegada, anunciava como sendo seu principal desafio. Em Roma, antes de voltar ao Brasil, Trampetti foi o autor do projeto posteriormente denominado “task force”, que tinha o objetivo de enfrentar – e resolver dentro de um prazo imaginado de dois anos, no maximo dois anos e meio – o problema das enormes “filas da cidadania”, assim entendido o grande contencioso de requerentes ítalo-brasileiros ao reconhecimento da cidadania italiana por direito de sangue. Em maio de 2008, Insieme anunciava: ” O projeto ‘task force’ está pronto. É o início do fim da ‘fila da cidadania’ diante dos consulados italianos no Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela. Mais de um milhão de pedidos de reconhecimento da cidadania italiana por direito de sangue que estão engavetados – muitos há mais de dez anos – deverão ser atendidos nos próximos dois anos ou dois anos e meio. Palavra do Ministério das Relações Exteriores”. A crise econômica que abalou a economia mundial nos últimos anos fez, entretanto, o governo italiano encolher seu orçamento, cortando verbas e frustrando em parte o projeto de Trampetti que, entretanto, serviu para resolver problemas semelhantes na Argentina, Uruguai e Venezuela.

Mario Trampetti e a esposa Leonora, em foto de 22/08/2005 (Foto de Desiderio Peron / Arquivo Insieme).