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“Eu me comprometo pessoalmente a dar prioridade para refazer todos os documentos que as pessoas perderam” disse ontem o cônsul geral Valerio Caruso, ao dar início à “prioridade absoluta do momento”, que é “recuperar o consulado o mais rápido possível”. Em todo o Rio Grande do Sul, a questão documental será outro problema assim que a vida voltar ao normal.
Diversos cartórios também ficaram sob as águas, como o de Galópolis, um dos berços da imigração, que “foi arrastado pela terra”, segundo Cristina Mioranza, presidente do Comites – Comitato degli Italiani all’Estero, do RS. Isso terá sérios reflexos sobre a documentação necessária ao reconhecimento da cidadania italiana iure sanguinis.
Segundo ela, só foi possível iniciar a limpeza do consulado porque foram usadas as bombas de um hospital que se situa à frente para o bombeamento das águas que invadiram a sede consular. “O resto do bairro (Menino Deus) ainda está alagado”, disse Mioranza.
Para o cônsul Valerio Caruso, os estragos só não foram maiores porque ele conseguiu “salvar todo o material sensível no sábado pela manhã, pouco antes da água entrar”. Entretanto, “perdemos todos os bens móveis, sofás, cadeiras, mesas” que se encontravam nos dois primeiros andares.
Na tarde do último dia 6, Caruso chegou a gravar um vídeo diante do consulado em que ele aparece com água até praticamente a cintura. Ontem ele repetiu que fará o que puder “para ajudar a todos na medida do possível”. Entretanto, não tem ideia de quando o consulado poderá voltar a funcionar: “Depende de quando a energia elétrica voltar no bairro e dos danos causados nos sistemas elétricos e à internet”.
O drama de Caruso é igual ao de milhares. Abalado pela situação, ele preferiu não dar entrevistas nos últimos dias, mas confirmou que continua sem água potável em sua residência, localizada numa área central da cidade. “Agora, porém, a prioridade absoluta é recuperar o consulado o mais rápido possível”, explicou. No curto vídeo abaixo, a sede do consulado, já sem água.
Tanto o cônsul Caruso, quanto Mioranza e outros conselheiros do Comites-RS participarão de uma “4Chiacchiere Insieme” neste sábado (18/05), com início às 11 horas, para falar sobre a situação emergencial que paralisou todas as atividades programadas no âmbito das comunidades italianas do Rio Grande do Sul. Participará da Chiacchiera também a conselheira CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero, Stephania Puton, além da vice-presidente do Comites, Rosária Anele, e a conselheira Neiva Cantarelli, de Santa Maria, uma das cidades que ainda continuam ilhadas pelas águas.
Na sequência de fotos a seguir (repassadas pelo cônsul Valeri Caruso), uma ideia dos estragos na sede consular de Porto Alegre.
