Lages, 06 de julho 2008.

PATROCINANDO SUA LEITURA

 

Prezado Senhor Marco Marsilli – Cônsul Geral da Itália.

 

           u Escrevo para descrever alguns acontecimentos ocorridos no Consulado Geral da Itália em São Paulo, em minha estada nesta cidade em 24 de junho de 2008. Também em nome das dezenas, talvez centenas de pessoas as quais presenciei o desrespeito e humilhação a que são submetidas.

 

            Em viagem por São Paulo, descobri que o Consulado Italiano estava a apenas duas quadras do local onde estava hospedado, na Av. Paulista. Como precisava de uma pequena informação, pedi auxílio a um policial, que respondeu: “logo ali naquela filinha”, sendo sarcástico. Realmente era fácil de vislumbrar o local com uma enorme fila de pessoas de todas as idades, sentadas pelo chão, muros, ou em pé diante de uma corrente que cercava a casa.

 

            No inicio da fila me informaram que o consulado abriria à uma hora da tarde (eram onze horas), mas que algumas pessoas já haviam sido atendidas pelo interfone na porta da frente. Passando por cima da corrente fui à porta para tentar o interfone e ler os anúncios fixados por todo o vidro. Apesar do horário de funcionamento indicar atendimento no período da manhã em todos os dias com exceção da terça-feira e as pessoas estarem trabalhando, ninguém atendeu o interfone, apenas olhavam para ver quem tocava e ignoravam. Tentei contato telefônico, também sem sucesso.

 

            Retornei as 12:55h e esperei que fosse aberta a porta. A fila entrava em meio a uma confusão. Fui novamente ao interfone. Uma das duas pessoas de terno com rádio na mão, acredito serem seguranças, fez sinal para um espaço no vidro da porta e então perguntei:

 Eu precisava de uma informação…

O segurança: O final da fila e lá, não esta vendo?

Somente uma pergunta, sobre uma renovação do passaporte italiano, um minutinho, tentei…

Tem que entrar na fila como todo mundo, aqui são todos italianos, também sendo irônico.

Qual o seu nome, perguntei já irritado com a pouca educação.

Meu nome é Consulado, eu obedeço a ordens (gritando)!! E dirigiu-se para dentro, me deixando ali atônito, com seu colega a achar engraçado.

            Fui embora, tentando entender: ele deve estar com algum problema, deve ouvir desaforos todos os dias, etc. Talvez pelos inúmeros anos que nossa família tem contato com as agruras do reconhecimento da cidadania, aqui e na Itália.   

 

Analisei melhor e conclui:

 

            – A pessoa que prestou o atendimento não esta apta para a atividade, foi rude, grosseira e cruel, sempre usando de um ar de superioridade.

            – Não tentou em nenhum momento saber qual era o assunto ou resolver o problema.

            – O atendimento neste local fere: Estatuto do Idoso (EI: Lei 10.741/03), Código de Defesa do Consumidor (CDC: Lei 8078/90), e a declaração universal dos direitos humanos, Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III), da  Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.

            – Estes fatos geram a milhares de brasileiros que presenciam, escutam e lêem sobre tais acontecimentos uma imagem péssima da Itália e do governo Italiano e com toda a razão.

 

Sendo assim, gostaria de através desta, encarecidamente solicitar ao Consulado Geral da Itália em São Paulo:

 

– O nome deste senhor que se intitula “Consulado”, que não teve a dignidade de declará-lo na data citada, assim como de seu colega de atendimento, para representação formal.

– Declaração desta instituição, informando se este atendimento provem de ordem interna da instituição, como declarou seu funcionário.

– Em caso da resposta ser negativa, que providências serão tomadas para solucionar tal problema?

– Retratação e pedido público de desculpas a todos os cidadãos ítalo-brasileiros que são diariamente humilhados e mal-tratados por esta instituição, em sua própria casa.

 

OBS. A informação que necessitava já foi obtida no Consulado de Curitiba, por telefone, em menos de cinco minutos, de forma cordial e eficiente. Ressalto e faço aqui meus agradecimentos.

 

Sendo o que havia, desde já agradeço a atenção.

 

Alexandre Cardoso Rota

PS. Caro Alexandre, você cita Leis brasileiras, mas acontece que o pessoal do consulado pensa  que está na Itália, onde  estão acostumados a mandar e desmandar a seu bel prazer.

Quanto ao gorila  que deveria atender  a eterna fila do público, já barrou muita gente inclusive eu que penso ser bastante conhecido.(ndr)