Um vídeo intitulado “Vola Colomba” será lançado nos próximos dias pelo Coro Italiano da UnB – Universidade de Brasília, anuncia o idealizador e fundador do grupo, Max Lucich. O evento, além de repetir um sucesso alcançado no início das atividades do coro, em 2005, será uma homenagem à cidade de Trieste, com imagens que evocam a história de sua reanexação ao território italiano e aos 50 anos de fundação da Associazione Giuliani nel Mondo, guardiã da grande diáspora de milhares de emigrados de antigos territórios italianos.

O vídeo, além da execução coral da célebre canção que, sob a interpretação de Nilla Pizzi, ganhou o festival de Sanremo de 1952, constarão imagens e evocações históricas da elegante cidade portuária a noroeste da Itália, que durante alguns séculos foi referência comercial do Império Austro-Húngaro para o mundo inteiro.

PATROCINANDO SUA LEITURA

O Coro Italiano da UnB, dirigido pelo maestro Felipe Ayala, é formado por estudantes, professores, técnicos e comunidade externa à universidade. Nasceu com o objetivo de ajudar na divulgação da língua, da música e da cultura italianas e seu repertório, cantado a quatro vozes, é composto por uma seleção de músicas folclóricas, populares, renascentistas, eruditas e sacras.

O vídeo, segundo Max Lucich, segue o estilo criado durante a pandemia, com ensaios e gravações à distância, de forma online. “‘Vola Colomba’ foi a primeira canção que executamos com grande sucesso” e, já no 16º aniversário do grupo, ele poderá marcar também uma forma de renascimento da iniciativa em tempos de pandemia. Os arranjos são do pianista Rafael Pinheiro. “O nosso vídeo foi bolado muito bem com imagens de Trieste e simbolismos que as pessoas vão é curtir e apreciar muito (…) essa música é a alma de Trieste”, acrescenta Lucich.

Durante a tele entrevista exclusiva a Insieme, Max Lucich fala também das ações ítalo-culturais, do movimento “Panorama italiano de Brasília”, da Associazione Giuliani nel Mondo, de cuja diretoria ele faz parte, e de suas atividades como professor de italiano. Cita a definição de um seu aluno, para quem a motivação para o estudo da língua de Dante é importante “porque me faz mais brasileiro”.

Emocionado, Lucich narra, ainda, sua própria história familiar que, de certa forma, ilustra a epopeia vivida por milhares de famílias obrigadas a deixar seus territórios ao tempo da “limpeza étnica” promovida pelo então presidente da república socialista da Iugoslávia, marechal Tito, falecido em maio de 1980.

Já na terceira migração (morou por longo tempo nos Estados Unidos) ele diz que faz seu trabalho cultural “com muita paixão”, pois eles ajudam a “manter meus próprios laços fortíssimos com a minha amada cultura italiana”. E confessa, ao lado de sua mãe para quem “o importante é estar ‘insieme’ (juntos): “Eu acho que nunca me senti tão italiano como me sinto aqui no Brasil”