Além de votar contra, Porta e outros parlamentares pedem reação dos órgãos representativos das comunidades italianas e das associações  

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u CURITIBA – PR – Cinco milhões de euros a menos para a assistência aos italianos residentes no exterior e outros dez milhões de euros a menos no orçamento do Ministério das Relações Exteriores, que já amargava a “triste situação de nossos consulados”. Os cortes estão contidos no bojo do Decreto Lei número 93, apresentado no Parlamento pela maioria do governo Silvio Berlusconi.

Contrário aos cortes, o grupo de deputados eleitos no exterior pelo PD – Partido Democrático – votou maciçamente contra a matéria na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, segundo anuncia em comunicado à imprensa o deputado Fabio Porta, eleito pela área da América do Sul.

Segundo Porta, “os cortes indicam que nas prioridades deste governo os italianos no exterior estão em último lugar”. Ainda mais grave, aduziu Porta, foi “o voto favorável de um deputado da América do Sul, como Angeli (PDL – Povo da Liberdade, Argentina), que deveria ser sensível aos cortes nos recursos previstos para a assistência e para a rede consular que atingem diretamente nossos concidadãos”. Segundo informa Porta, o deputado Ricardo Merlo não votou por estar ausente à sessão, onde a posição contrária do PD foi capitaneada pelo deputado Franco Narducci (Suíça), que é vice-presidente daquela Comissão.

O Partido Democrático, segundo Porta, resolveu fazer “dura oposição” aos cortes no Parlamento, através de emendas específicas na Câmara e no Senado. O comunicado traz a data de 17 de junho de 2008.

Em outro comunicado à imprensa – este em Português, Fabio Porta explica que os cortes no orçamento do Ministério das Relações Exteriores foram: De 2,3 milhões de euros para 2008; de 50 milhões de euros para 2009; e de 98,5 milhões de euros para 2010.

Ainda segundo Fábio, “na redução de despesas para o corrente ano, 17 milhões de euros sobre 32” foram tirados das previsões para os italianos no exterior que, dessa forma, “são chamados a pagar o custo maior da transição eleitoral assinada pelo Governo de direita”. “Da falsidade – continua – não se salva nenhum dos setores “sensíveis”: A assistência (bastante incrementada pelo governo de esquerda, que iniciou a experiência do “cheque social” em alguns países da América Latina) retrocede em 5 milhões, enquanto o fundo previsto para professores nas escolas italianas no exterior foi drasticamente reduzido.

Porta fala do dinheiro destinado a contratados e digitadores, “que devem dar um pouco de ar para o funcionamento dos consulados” e, sobretudo da “solução dos processos de cidadania” que “são colocados em discussão”, assim como “os recursos previstos para a conferência mundial dos jovens” que são redimensionadas (um milhão a menos); daqueles recursos para o museu da imigração, que sofrem a mesma sorte, diante de um definitivo abandono do projeto inteiro (um milhão e quatrocentos mil a menos); dos fundos para a promoção dos produtos italianos no exterior que são cancelados, o mesmo ocorrendo com as manifestações relacionadas ao 60º aniversário da Declaração dos Direitos do Homem, de direto interesse para os imigrantes.

Para os italianos no exterior, os prejuízos são evidentes, segundo Porta. “Com um golpe, tudo aquilo que o governo de esquerda fez, está sendo colocado em discussão” e, dessa forma, “abrem-se perspectivas inquietantes”.

O deputado explica que os parlamentares do Partido Democrático apresentaram na Câmara uma série de emendas procurando retomar os recursos já previstos no orçamento de 2008 e que “este Governo pretende eliminar”.

Além de Porta, o comunicado traz os nomes de Gino Bucchino, Gianni Farina, Marco Fedi, Laura Garavini, e Franco Narducci, que fazem um “convite” aos Comitês – Comitês dos Italianos no Exterior, ao CGIE – Conselho Geral dos Italianos no Exterior, Associações, órgãos de Informação, e aos cidadãos residentes no exterior: “Fazer sentir sua voz agora, e com energia”, para que “este passo atrás seja evitado e sejam evitados os risco de termos, outra vez, de recomeçar tudo do inicio”.