Críticas ao atendimento dispensado à comunidade italiana da América Latina marcam conferência continental do CGIE

Aspecto da sessão de abertura da conferência da área da América Latina do CGIE, em Curitiba – Pr (Foto Desiderio Peron – Revista Insieme)

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CURITIBA – PR – Com severas críticas à forma como a Itália está atendendo às demandas da maior comunidade itálica do mundo fora da Bota, foi aberta na manhã de hoje, na sede da Società Giuseppe Garibaldi, de Curitiba, a Conferência da Área Latinoamericana do CGIE – Conselho Geral dos Italianos no Exterior. O evento foi aberto pelo secretário geral Francisco F. Nardelli, às 10 horas com a presença, além dos conselheiros dos diversos países que integram o Conselho, do cônsul geral da Itália em Curitiba, Enrico Mora; dos deputados ítalo-brasileiros Fabio Porta e Renata Bueno; do senador Fausto Longo; de representantes do governo Estadual e da Prefeitura Municipal de Curitiba, de alguns convidados locais e do representante do Ministério das Relações Exteriores, Marco Villani. Após as saudações de praxe por parte das autoridades locais (secretário de Cultura do Governo do Estado, Paulino Viapiana, e secretário do Governo Municipal Ricardo Mac Donald Ghisi), além do representante do Poder Legislativo municipal, vereador Pier Petruzziello e do conselheiro anfitrião (Walter Petruzziello), falaram os parlamentares ítalo-brasileiros presentes para, em seguida, serem iniciados os trabalhos. Enquanto a deputada Renata Bueno enfatizou a necessidade de a comunidade italiana fora da Bota prestar toda ajuda e colaboração possível para que a Itália possa superar a crise pela qual está atravessando, o deputado Fabio Porta centrou sua intervenção nas reformas que estão sendo operadas pelo atual governo italiano comandado pelo ex-prefeito de Firenze, Matteo Renzi. “Após as reformas em andamento, também a legislação sobre a cidadania será modificada”, disse Porta. O senador Fausto Longo, além de desejar bom trabalho no desenvolver do encontro, pediu um ato de generosa solidariedade à comunidade italiana que vive na Venezuela. O primeiro assunto foi a promoção da língua e da cultura italiana na área da América Latina – tema de antigas e nunca atendidas reivindicações por parte da Itália. Um relato do presidente do Comites de Porto Alegre, Adriano Bonaspetti, traçou com tintas dramáticas a situação da Acirs – Língua e Cultura Italiana, uma das entidades subsidiadas pelo governo italiano para o ensino da língua italiana no exterior e que estaria na iminência de encerrar suas portas caso os “injustificados cortes” não sejam revistos. Uma das propostas, apresentada pelo conselheiro Walter Petruzziello, pede que a Itália defina claramente qual é sua política a respeito do assunto, para que as inúmeras entidades formadas para o ensino da língua e cultura italiana tenham pelo menos a certeza de que não serão atendidas, evitando-se assim constrangimentos, desgaste e até ações judiciais na área trabalhista. Cada conselheiro apresentou um relato da situação em seu país, o mesmo acontecendo com os temas que se sucederam. O atendimento à comunidade italiana por parte das unidades diplomático-consulares foi muito criticado, assim como a política de cortes orçamentários, considerada um absurdo já que as entradas registradas nos consulados é que mantêm a estrutura do Ministério das Relações Exteriores. O encontro prossegue nessa sexta-feira, estando na pauta uma análise sobre a questão específica da atuação consular italiana no Brasil, e será encerrada no sábado, após ter discutido também questões ligadas às próximas (ainda não certas) eleições para a renovação dos Comites e do próprio CGIE. Opiniões emitidas já nesta quinta-feira são contrárias à adoção do voto eletrônico para essas eleições que já vêm sendo postergadas desde 2009. O documento final constituirá subsídio para a próxima assembléia geral do Conselho, que acontecerá em Roma, em maio próximo.