Para acompanhar as cerimônias de beatificação de Albino Luciani (o papa João Paulo I, também conhecido como ‘Papa Sorriso’) encontra-se a Itália um grupo de Jaraguá do Sul-SC ligado à ‘Chiesetta Aliina’ – o monumento religioso dedicado aos imigrantes brasileiros, consagrada ao prelado em vias de canonização.
O grupo é formado pelos casais Vicente Donini e a eposa Florilda, e Moacyr Sens e a esposa Cíntia, mais a responsável pelo complexo turístico e religioso inaugurado em dezembro de 2012, Iria Tancon, que é parente próximo do Sumo Pontífice que comandou a Igreja Católica por apenas 33 dias – há 44 anos, de 26 de agosto de 1978 até a data de sua morte, na madrugada de 28 de setembro do mesmo ano.
A comitiva de Jaraguá do Sul participará também das homenagens que serão prestadas ao ‘Papa Sorriso’ em sua terra natal – Canale d’Agordo, na província vêneta de Belluno.
Em entrevista concedida à revista Insieme antes da viagem, Iria Tancon explica seu parentesco com a família do papa Luciani e também fala sobre o processo já no segundo grau de canonização – o de beatificação – que ocorrerá no domingo dia 4 de setembro próximo, na Praça/Catedral de São Pedro, em Roma.
No dia seguinte, visitarão o museu e casa de Albino Luciano, no centro histórico da cidade, além da igreja monumental de San Simon (século XII) na Vallada Agordina, na parte da manhã. À tarde os convidados brasileiros participarão de missa solene de agradecimento pela beatificação do “Papa Sorriso” e, depois, de ceia oficial. No dia seguinte, haverá visita turística na região de Falcade e Passo San Pellegrino.
Albino Luciani também é conhecido como o “Papa breve”. Muitas versões cercam o episódio de sua morte prematura, escolhido que foi por 99 votos contra 11 e que recusou uma coroação oficial. Na enciclopédia online Wikipedia, está escrito: Reza uma lenda que João Paulo I teria feito uma premonição sobre sua morte, ao afirmar a conhecidos que “alguém mais forte que eu, e que merece estar neste lugar, estava sentado à minha frente durante o conclave”. Um cardeal presente na ocasião – que preferiu escudar-se no anonimato – confirmou que esse homem era, de fato, o polaco Karol Wojtyla. “Ele virá, porque eu me vou”, prosseguiu o “Papa Breve”. Wojtyla realmente votara em Luciani naquele conclave e logo depois tornou-se João Paulo II. João Paulo I teria falado ao Bispo John Magee a respeito da sua morte um dia antes dela ocorrer.
Nascido em 17 de outubro de 1912 no seio de família pobre de Canale d’Agordo, antes de ser Papa, Albino Luciani (ordenado sacerdote em 7 de julho de 1935) foi pároco em sua terra natal (lugarejo de Forno di Canale) e, depois de sua nomeação como bispo e cardeal, sucessivamente, era o Patriarca de Veneza quando foi eleito, aos 65 anos. Foi o Papa Francisco quem reconheceu, em 13 de outubro de 2021, um milagre atribuído à sua intercessão, condição básica para a sua beatificação conforme o rito da igreja católica.
Na vasta literatura sobre sua vida, consta que Albino Luciani, quando pequeno, era uma criança inquieta. “Em 1922, aos 10 anos, ficou pasmo quando um frade capuchinho veio a sua aldeia para pregar os sermões quaresmais. A partir desse momento decidiu que queria ser padre e foi até seu pai para pedir sua permissão. O pai concordou e disse-lhe: “Espero que, quando te tornares sacerdote, estejas do lado dos trabalhadores, porque o próprio Cristo estaria do lado deles”
Em sua página no Facebook, o governador do Vêneto, Luca Zaia, diz que “no próximo dia 4 de setembro, no Vaticano, o Papa Francesco finalmente o proclamará beato, mesmo que para nós, vênetos, ‘Dom Albino’ é santo já há muito tempo, especialmente para quem lembra de seu sorriso, sua brandura, sua humildade, sua proximidade com os últimos”.