Abordando questões como as filas dos passaportes e da cidadania, serviços consulares e atendimento aos cidadãos, língua e cultura italiana e relacionamento com as diversas entidades e instituições sob sua jurisdição, o novo cônsul geral da Itália em Curitiba desde o último dia 30, Salvatore Di Venezia, gravou mensagem dirigida aos jurisdicionados na tarde de ontem (11/11). “Estamos aqui para servir os cidadãos, o consulado é a casa de vocês”, disse ele, ao falar sobre um consulado “aberto e amigável”.

Para mim – disse Di Venezia, que já ocupou as mesmas funções entre 2010 e 2013 – é um “agradável retorno” que lhe permitirá transcorrer os últimos anos de trabalho antes da aposentadoria num lugar que aprendeu a gostar e tem muitos amigos. Os problemas, segundo ele, são mais ou menos os mesmos, agora agravados pela pandemia do coronavirus que o impedem, pelo menos por enquanto, de fazer o que gosta: visitar as comunidades e contatar os cidadãos pessoalmente. “O entusiasmo não me falta”, disse ele. “Esperemos que a situação nos permita de nos encontrarmos pessoalmente em breve”

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Os serviços consulares presenciais foram retomados, incluindo a expedição de passaportes e atendimento aos requerentes da cidadania por direito de sangue, mas ainda não em sua plenitude. “Espero que a pandemia nos dê uma mão”, disse ele na entrevista concedida ao editor de Insieme.

Ele explicou que por ora serão desenvolvidos ao máximo os serviços à distância, para evitar, tanto quanto possível, a vinda dos cidadãos ao consulado. Isso vale também para os vice-consulados, principalmente na questão dos passaportes, que são entregues no ato, também para evitar uma segunda vinda ao consulado. A ordem de atendimento é a cronológica, de acordo com os pedidos.

Também na área da cidadania foi reiniciado o atendimento da fila e, segundo Di Venezia, os tempos de espera atuais seriam de aproximadamente quatro anos, segundo foi informado. “Procuraremos manter o ritmo e não diminuir esses tempos”, disse ele. Entretanto, o Consulado Geral da Itália em Curitiba acaba de perder mais alguns funcionários de carreira: o chefe do serviço de passaportes foi transferido para outro país, assim como também a responsável pelo setor de cidadania por matrimônio se aposenta a não será substituída. “O meu número dois deverá retornar a Roma” e, segundo o cônsul, em breve Curitiba ficará com apenas um funcionário de carreira.

Segundo Di Venezia, o serviço de digitalização de documentos está praticamente concluído e isso possibilitará mais agilidade em qualquer procedimento que envolva dados dos cidadãos inscritos no consulado. Ele falou também sobre os processos de reconhecimento da cidadania para os “trentinos”, isto é, descendentes de imigrantes de territórios antigamente pertencentes ao império Austro-Húngaro, na fila há mais de dez anos. E explicou que procurará dar mais agilidade, onde possível, aos processos “cuja lentidão burocrática” depende muito do Ministério do Interior italiano. Disse também que procurará evitar, onde possível, exigir que documentos sejam reapresentados. “Eu acho que esses documentos já recebidos por nós devem ser legalizados e enviados à Itália”, disse ele na entrevista.

Entre outros assuntos, Di Venezia falou também sobre o fenômeno da busca da cidadania na Itália, que se desenvolveu com o aumento das filas perante os consulados e discorreu sobre o ensino da língua e da cultura italiana, cujos programas foram paralisados com a pandemia e agora estão retornando de forma on line.

Antes de retornar a Curitiba, Di Venezia havia concedido entrevista exclusiva à Revista Insieme (publicada na edição 258 – novembro), onde, entre outros assuntos, falou também sobre a aspiração de uma agência consular em Florianópolis. As páginas da entrevista estão no flip acima.