CURITIBA – PR – A situação política italiana está, dramaticamente, precipitando no caos. Os parlamentares aliados de Berlusconi ameaçam se demitir em massa se no próximo dia 04 de outubro a Comissão do Senado decidir pela cassação do Senador. Se a ameaça de Berlusconi de demissão em massa foi fazer pressão junto ao Presidente Napolitano, não conseguiu. Napolitano se defende da acusação de “golpe” e assegura que não vai dissolver o parlamento e que as sentenças foram feitas para serem cumpridas e aplicadas, e que nem o Presidente nem o Premier podem intervir. E não intervirão.

O certo è que se a última esperança de Berlusconi fosse aquela da “graça” já encontrou a porta do Quirinale fechada e nem mesmo os embaixadores do centro-direita podem fazer algo. Os parlamentares de centro-direita estão recolhendo as cartas de demissão para colocar o Parlamento no caos mais total possível.

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O Premier Letta – que está nos Estados Unidos procurando convencer os investidores, e o mercado, que a Itália é um país confiável – está contra-atacando e desafia Berlusconi, prometendo ir ao Parlamento e colocar o “voto de confiança” para ver se ainda detém uma maioria que lhe permita governar. Berlusconi, cada vez mais desesperado, está usando seus parlamentares como kamikazes para destruir as instituições ou, quem sabe, salvar a si próprio dos problemas pessoais e judiciários que lhe assolam nos últimos anos.

A realidade é que o caos político na Itália está atingindo níveis jamais verificados no passado. Se não bastasse tudo isso, o governo não sabe onde encontrar, em poucos dias, 3 bilhões de Euros para cobrir o buraco no orçamento causado pela abolição do IMU (igual ao IPTU, no Brasil) e nem sabe como fazer para atingir o parâmetro da UE de 3% na relação déficit/PIB.

A Bolsa cai vertiginosamente e as empresas italianas estão indo para as mãos de grupos estrangeiros (a última é a Telecom Itália – detentora da TIM no Brasil – que vai para os Espanhois da Telefonica) a preço “de banana”.

E qual é a posição dos parlamentares eleitos no exterior? Com tantos e tantos problemas eles, com raras exceções, estão mais preocupados em viajar pelos continentes para garantir votos para a próxima eleição – se ainda existir a Circunscrição eleitoral do exterior – do que com os problemas que atingem a Itália.

Independente deles a pergunta que fica é: E AGORA ITÁLIA? Salvam Berlusconi ou salvam VOCÊ?