Como se não existem problemas mais sérios a serem resolvidos, nós Conselheiros do CGIE nos reunimos em Roma e passamos quase todo o tempo discutindo o adiamento das eleições dos Comitês e do CGIE, para, provavelmente, em 2012, conforme Decreto Legislativo emitido pelo Conselho de Ministros.

Eu, como Conselheiro  CGIE e Conselheiro Comites, particularmente, não sou favorável ao adiamento, mas por coerência sempre disse que o adiamento era necessário para que nos fizessem votar com uma nova lei. Nova lei, porque entendo que a atual não representa mais nada para estes dois organismos importantes e representativos das Comunidades italianas no Exterior. O Governo havia prorrogado as eleições para 2010 e agora, prorroga mais uma vez até 31/12/2012. Na primeira vez fui  favorável ao adiamneto (de um ano) porque entendia que haveria tempo suficiente para que o Parlamento aprovasse  uma nova lei, pois repito, estas leis atuais nada significam para a comunidade italiana no exteior. Leis arcaicas que não dão nenhum poder aos organismos e que nos fazem reunir-se várias vezes ao ano para discutir as atitudes do Ministério e do Governo, como fechamento de Consulados, redução no orçamento, corte na assistência direta e indireta, dar pareceres que não são respeitados  e tantas outras coisas que poderiam beneficiar nossos “italianos” ao redor do mundo, mas que por falta de qualquer poder concedido pela lei o CGIE não consegue impedir.

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Nosso organismo é Consultivo, dizem alguns, teríamos  que ter mais poderes dizem outros. A verdade, porém, é que tínhamos que protestar e combater fortemente para que estes organismos fossem reformulados através de uma lei moderna, que entendesse o significado de suas existências. Os que discursam dizem que o adiamento das eleições é falta de democracia. Será que é democracia continuar indo a Roma e gastar o dinheiro do contribuinte italiano para discutir se temos ou não que votar urgente? Porque não exigimos novas leis, que contemplem   a realidade de nossas comunidades, que permitam aos Comitês e CGIE discutirem o orçamento direcionado aos italianos no mundo. Que impeçam os cortes no orçamento e os atos que tanto prejudicam nossos italianos no exterior.

Não estou aqui defendendo a nossa permanência no cargo “ad perpetuam” mas, entendo, que se abríssemos um canal de diálogo sério talvez conseguíssemos a aprovação de uma lei em tempo breve e assim faríamos novas eleições, quem sabe no inicio do próximo ano. O que não entendo é porque continuamos a fazer do CGIE um organismo político onde esquerda combate direita e direita combate esquerda.  E os interesses de nossas comunidades? Não deveriam ser superiores  aos interesses de cada partido italiano? Alguns de nosso parlamentares, eleitos no exterior, até que são combativos e trabalhadores (e posso citar sem medo o Fabio Porta), mas quantos projetos conseguiram aprovar até hoje? Nenhum. Isso mesmo nenhum. E sabem porque? Por politica. Esquerda não aprova projeto da direita e direita não aprova projeto da esquerda.

Voltemos ao tema desta matéria: conversei com alguns conselheiros do CGIE e de Comites, alem de alguns parlamentares sobre o assunto: alguns tiveram a coragem de dizer que preferiam esperar a nova lei, outros disseram que são favoráveis ao adiamento mas que por problemas políticos não podem se manifestar nesta direção. Diante de tudo isso faço um desafio sério: quem for, verdadeiramente, contra o adiamento que peça demissão de seu encargo e aguarde novas eleições para se candidatar novamente ou, simplesmente, peça demissão. Quero ver quantos conselheiros ao redor do mundo não querem este adiamento. É isso.

Walter Petruzziello é Conselheiro do CGIE e do Comites Curitiba.