“MINHA ATUAÇÃO COMO PRIMEIRA DEPUTADA FEDERAL BRASILEIRA NO PARLAMENTO ITALIANO SERÁ FOCADA EXCLUSIVAMENTE EM POLÍTICAS PÚBLICAS ENTRE A ITÁLIA E O BRASIL”

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A candidata a deputado nas próximas eleições italianas, Renata Bueno (Foto Divulgação)

CURITIBA – PR – Ex-vereadora em Curitiba nascida em Brasília-DF, Renata Bueno surpreendeu muita gente ao anunciar, no início do ano, sua candidatura à Câmara dos Deputados nas próximas eleições italianas pela USEI – Unione Sudamericana degli Emigranti, liderada pelo ítalo-argentino Eugenio Sangregorio que, no Brasil, recepciona também as candidaturas de Edoardo Pollasti, ao Senado e Antonio Laspro, à Câmara. “Possuo ampla experiência parlamentar – justifica ela – o que me concede bagagem política para chegar no Parlamento Italiano com conhecimento de articulação e de desenvoltura do mandato.”

“Sempre fui dirigente do Partido Democrático Italiano”- explica ela – mas, “nesta oportunidade em especial, fui convidada a fazer parte desta lista independente e que abrange os interesses da comunidade italiana local”. Nos dados pessoais que encaminhou à revista Insieme, Renata descreve que é advogada especialista em Direitos Humanos pela Universidade de Pádova e Mestre pela Universidade de Roma Tor Vergata, onde faz Doutorado.

Militante política filiada ao PPS – Partido Popular Socialista, do qual seu pai, deputado federal Rubens Bueno, é o líder no Congresso Nacional brasileiro, Renata “foi eleita, em 2009, a vereadora mais jovem de Curitiba, a maior cidade do sul do Brasil, marcando seu mandato com projetos de incentivo à cultura, educação e direitos humanos”. A candidata faz constar também que “é dirigente partidária na Itália há dez anos e diretora da Fundação Astrojildo Pereira de estudos políticos, além de membro da Comissão de Gestão Pública da OAB-PR”. O site do diretório paranaense do PPS ostenta como matéria de abertura a sua candidatura.

Confira a entrevista que a candidata Renata Bueno concedeu ao editor da revista Insieme:

Que motivações a levaram candidatar-se?

Há dez anos fui para a Itália fazer uma especialização em Direitos Humanos e aproveitei a viagem para resgatar a história da minha família, minhas raízes, estreitar laços familiares e conhecer o processo da imigração italiana. Esse trabalho renovou em mim o grande amor pela Itália, renovado a cada dia.

Desde aquele momento, me envolvi ativamente na política italiana. Retornando ao Brasil, tive a oportunidade de, como vereadora, colocar diversos projetos em prática, como o intercâmbio entre as Universidades Federal do Paraná, de Curitiba, e a Tor Vergata de Roma, viabilizando diversos programas nas áreas de Medicina, Fisioterapia, Educação Física e Direito. Cito também a forte atuação em projetos da União Europeia para o Brasil, especialmente nas áreas de direitos humanos, cultura e esportes.

Sou idealizadora da Virada Cultural de Curitiba, inspirada na Notte Bianca, de Roma, bem como madrinha da festa Mia Cara Curitiba, em homenagem à cultura italiana no Brasil, além de criadora do Grupo Parlamentar Curitiba-Itália (na Câmara Municipal de Curitiba – NR).

Tudo isso com a proposta de representar localmente a comunidade italiana, que tem uma atuação muito forte. Cruzando essa veia política com o amor pela Itália, acabei naturalmente me envolvendo com a questão eleitoral, a partir do convite do senador Edoardo Pollastri pra integrar esta lista cívica.

Por qual razão escolheu a Usei?

Sempre fui dirigente do Partido Democrático Italiano. Nesta oportunidade em especial, fui convidada a fazer parte desta lista independente e que abrange os interesses da comunidade italiana local. Seguimos neste projeto a ideologia de centro esquerda, mas, como a antiga tradição comunista italiana, tive autonomia de optar por uma candidatura independente.

Como analisa o desempenho dos parlamentares eleitos pela circunscrição exterior até aqui?

A meu ver, até este momento a atuação está bastante aquém do esperado, justamente pela desvalorização dessa representatividade junto ao Parlamento Italiano e pela falta de interesse dos parlamentares italianos que lá estão em fomentar uma verdadeira atenção e valorização.

Acredito na importância de executar ações para fortalecer esse desempenho, usando essa oportunidade de representação para incentivar e promover mais as atividades com foco no Brasil, colocando nosso País como um atual protagonista da economia mundial e que pode e deve contribuir com a Itália neste momento de crise econômica.

Defendo a abertura de novas fronteiras para a juventude que quer estudar e também incentivar a experiência profissional, além de dar total atenção aos serviços prestados pelo Governo italiano aos seus descendentes espalhados pelo mundo.

Que problemas entende específicos da comunidade ítalo-brasileira?

Devemos começar obviamente pelo ponto da insuficiente estrutura diplomática, que faz com que a esfera consular não consiga atender a todas as demandas.

A isso soma-se a burocracia consular, a questão das pensões e aposentadorias, a diminuição de investimentos na difusão da cultura italiana, no que diz respeito ao idioma, a arte e a música, entre outros; e a desvalorização da comunidade descendente que vive fora da Itália.

Estes são problemas típicos, mas acredito que hoje é preciso abrir um olhar especial para a liberação das nossas fronteiras, focar em ideias novas que contemplem o cidadão jovem, fomentando o intercâmbio universitário, a experiência profissional. A Itália e o Brasil são países irmãos, temos que pensar e atuar fortemente com base nesses pilares que englobam a questão das universidades, da cultura, do turismo e da economia.

Como imagina sua atuação no Parlamento Italiano?

Meu ponto forte é que já possuo ampla experiência parlamentar, o que me concede bagagem política para chegar no Parlamento Italiano com conhecimento de articulação e de desenvoltura do mandato.

Minha atuação como primeira deputada federal brasileira no Parlamento Italiano será focada exclusivamente em políticas públicas entre a Itália e o Brasil, visando os interesses da comunidade italiana e do cidadão, beneficiando toda a sociedade brasileira e da América do Sul.