Eleições italianas: Candidato ao Senado pelo Movimento Cinque Stelle, Pierluigi Guerini prega a necessidade de uma revolução da cultura e da mentalidade dos eleitores e dos políticos

“A RECUPERAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO ESTADO, DE RECURSOS DESVIADOS, DOS DESPERDÍCIOS E O DO ALTO CUSTO DA POLÍTICA É ESSENCIAL, A FIM DE MANTER AS PROMESSAS QUE TODOS OS PARTIDOS POLÍTICOS ESTÃO FAZENDO PARA CONQUISTAR OS VOTOS DE ITALIANOS NO EXTERIOR”.

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CURITIBA – PR –

Italiano nato há dez anos residente em Salvador, Bahia, onde é sócio gerente de duas empresas (um hotel e uma imobiliária) Pierluigi Guerini, 47 anos, resolveu candidatar-se ao Senado da República Italiana nas eleições que se avizinham, escolhendo um partido que até bem pouco tempo semeava o terror na classe política italiana fazendo o que chamavam de “anti-política”- o MS5 – Movimento Cinque Stelle do cômico Giuseppe Piero Grillo, ou Beppe Grillo. É Guerini um dos que batalharam para fazer nascer o MS5 no Brasil e quem o acompanha nas redes sociais conhece seus argumentos: em sua página no Facebook se auto-define como um “gruppo di Italiani residenti in Brasile, sostenitori del Movimento 5 Stelle, che ne hanno le palle piene dei politici che hanno rovinanato l’italia e distrutto la nostra reputazione all’estero. Mandiamo a casa i politici fancazzisti e in galera i politici condannati e farabutti”.

Ao editor da revista Insieme, Guerini fala também da comunidade ítalo-brasileira, aborda seus principais problemas e das promessas que muitos fazem, mas adverte que “nada disso será cumprido se não houver mudanças nas regras do política italiana e não mudarem as pessoas que estão no governo”.

“Só uma revolução da cultura e da mentalidade dos eleitores e dos políticos eleitos – assevera Guerini – poderá trazer recuperação de fundos e eficiência que irão permitir realizar política concreta dedicada a nós, italianos no exterior. Caso contrário eles permanecerão como promessas dos políticos habituais em busca de votos”. No Parlamento, diz ele que vai trabalhar como faz em suas empresas: “trabalhar 12-14 horas por dia e sem faltar ao trabalho na empresa Itália”. Confira a entrevista:

O candidato ao Senado pelo MS5, Pierluigi Guerini (Foto Divulgação)

1 – Pierluigi Guerini define Pierluigi Guerini:

Tenho 47 anos e me formei em Administração com 24 anos. Trabalhei como consultor fiscal na Itália e como consultor para o Tribunal de justiça. Tive uma experiência de um ano na Líbia como responsável financeiro de uma empresa de construção italiana. Há dez anos trabalho como empreendedor no setor hoteleiro-imobiliário em Salvador – Bahia.

2 – Que motivações o levaram candidatar-se?

Sou Italiano e orgulhoso de ser italiano. A nossa Itália está em grande crise econômica e social por causa dos partidos que governaram nos últimos 30 anos. A imagem dos italianos no exterior está completamente comprometida e isso me dá uma grande raiva. Cheguei ao ponto de me identificar com a famosa frase de Platão: “o preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior”

3 – Por qual razão escolheu o MS5?

Porque o Movimento Cinque Stelle é o único partido que não somente promete mas faz. Os outros partidos falam que vão reduzir os custos da política, que vão reduzir os salários dos parlamentares, que vão abolir as Províncias, mas participam das eleições nas Províncias. Falam que vão eliminar a corrupção na política, mas candidatam pessoas condenadas, falam que vão resolver os problemas dos italianos no exterior , ou seja falam, prometem e não cumprem.

Nós dos M5S fizemos: nós já devolvemos ao Estado mais de 2.000.000 euros de reembolso eleitoral que não queremos; nossos parlamentares só irão ganhar 2.500 euros e o resto vai ser devolvido para o Estado; nós queremos abolir as Províncias e não participamos das eleições nas Províncias (somos coerentes); todos os nossos candidatos têm fichas limpas. Fatos e não palavras.

4 – Como analisa o desempenho dos parlamentares eleitos pela Circunscrição Eleitoral do Exterior até aqui?

Não tem nada para analisar, porque não fizeram nada. Muitos tiveram o record de falta de presença, outros trocaram continuamente de partido em busca de quem oferecia mais. Tivemos também parlamentares com boa vontade e dedicados, mas que não puderam fazer nada por cauda do jeito corrupto de fazer política na Itália.

5 – Que problemas entende específicos da comunidade ítalo-brasileira?

A recuperação da eficiência do Estado, de recursos desviados, dos desperdícios e o do alto custo da política é essencial, a fim de manter as promessas que todos os partidos políticos estão fazendo para conquistar os votos de italianos no exterior. São os temas habituais, sobre os quais todos os partidos prometem soluções há anos: a concessão de cidadania rápida para quem tem direito, cobertura sanitária para os italianos no exterior, melhoramento da eficiência da rede consular e etc…

Claro que estamos de acordo, também porque são direitos garantidos pela Constituição e pela leis, e também os temos incluído em nosso programa, mas com o conhecimento de que nada disso será cumprido se não houver mudanças nas regras do política italiana e não mudarem as pessoas que estão no governo.

Só uma revolução da cultura e da mentalidade dos eleitores e dos políticos eleitos poderá trazer recuperação de fundos e eficiência que irão permitir realizar política concreta dedicada a nós, italianos no exterior. Caso contrário eles permanecerão como promessas dos políticos habituais em busca de votos.

6 – Como imagina sua atuação no Parlamento Italiano?

Sou acostumado a trabalhar 12-14 horas por dia e nunca faltar na minha empresa. Isso que irei fazer se eleito: trabalhar 12-14 horas por dia e sem faltar ao trabalho na empresa Itália.

7 – Que outras considerações que gostaria de fazer?

A mensagem é muito simples: queridos amigos italianos, abram os olhos! É fácil ver quem é o responsável pela destruição da Itália e sua imagem no exterior. São aqueles que têm governado mal nos últimos 30 anos, os mesmos de sempre, aqueles que nos tratam como servos e não como seus iguais, aqueles que pensam que eles são senatori e onorevoli privilegiados e nós somos cidadãos a ser explorados. Eles fizeram só promessas até hoje e não cumpriram nada, além disso destruíram a nossa Itália.