CURITIBA – PR – Se depender dos atuais conselheiros do CGIE – ‘Consiglio Generale degli Italiani all’Estero’ – o subsecretário do Ministério das Relações Exteriores da Itália, Alfredo Mantica, deve aprontar as malas e desembarcar do posto que ocupa no governo a que serve. Sua cabeça foi pedida através de moção por escrito em que são subscritores os próprios conselheiros do CGIE, que se encontram reunidos em Roma para debater, entre outras coisas, as propostas de reforma do Conselho.
A renúncia de Mantica foi pedida depois que ele falou à plenária do Conselho. Segundo os subscritores da moção, Mantiga quer a extinçao do CGIE e não pode, portanto, ser o responsável pelos Italianos no Mundo, conforme relata diretamente de Roma o conselheiro Walter Petruzziello, do Brasil.
Paralelamente às propostas de mudança na composição e objetivos do Conselho, a tese da extinção do CGIE passou a tomar força depois que foi introduzida, na legislação eleitoral italiana, a Circunscrição do Exterior, responsável pela eleição de 12 deputados e seis senadores pelo voto dos italianos que residem nos cinco continentes, fora dos limites territoriais da Península.
O tema está divindo as diversas correntes partidárias italianas, tanto que na mesma Assembléia Plenária, o senador Stefano Pedica (‘Italia dei Valori’, partido de oposição, aliado ao Partido Democrático) se pronunciou pela extinção do CGIE, enquanto outros deputados de esquerda, como Narducci, Farina e Porta se manifestaram pela sua manutenção e fortalecimento. A plenária do Conselho que termina hoje (15.05.2009) analisa também outros assuntos, como a reforma das leis dos Comites, reestruturação Consular, Assistência Sanitária, Eleições Européias e Referendum.
Sobre a reforma dos Comites também não há unanimidade. Há inclusive quem defenda a realização de eleições imediatas, dentro das normas existentes (as eleições que deviam já ter sido realizadas este ano foram adiadas justamente sob a alegação de necessária reforma legal). Algumas propostas que partem de setores governamentais pretendem reduzir drasticamente o número de Comites, que passariam a existir apenas em comunidades com mais de 20 ou 30 mil italianos inscritos nos consulados. Sobre esse item, vem sendo bem aceita a proposta realizada pelo conselheiro Walter Petruzziello, do Brasil, segundo a qual seriam reduzidos apenas o número de conselheiros, proporcionalmente ao número de cidadãos em cada comunidade (hoje existem apenas duas divisões).