Alessandro Cortese, embaixador da Republica Italiana no Brasil. (Foto: Ari Dias/AEN - detalhe)

Com “um feliz Natal e um próspero e tranquilo ano novo”, o embaixador da Itália no Brasil desde o início de outubro último, Alessandro Cortese, embarcou ontem para Roma onde acontece, a partir de amanhã, a ‘XVI Conferenza delle Ambasciatrici e degli Ambasciatori d’Italia nel mondo’ . O encontro vai até terça-feira e reúne mais de 130 titulares das sedes diplomáticas da Itália no mundo.

A mensagem natalina de Cortese encerra uma entrevista que lhe foi solicitada antes da visita oficial que fez à jurisdição consular de Curitiba, nos dias 4 e 5 de dezembro – a terceira de sua gestão, precedida pelo Rio de Janeiro e São Paulo. Nela o diplomata diz que já tomou consciência da “enorme pressão” que existe sobre a rede consular  e das “questões críticas” que devem ser enfrentadas e resolvidas.

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Segundo o embaixador, desde que chegou, tem assinalado como prioridade as comemorações relativas ao 150º aniversário da imigração italiana em terras brasileiras. Ele se diz “convencido de que há espaço para um maior crescimento” dos negócios entre a Itália e o Brasil, “não só nos setores tradicionais, mas também noutros mais inovadores, ligados por exemplo à sustentabilidade, às energias renováveis ​​e aos setores de alta tecnologia, também aplicados à agro-indústria”.

No que diz respeito às chamadas “filas da cidadania”, Cortese se refere ao “aumento notável dos pedidos de reconhecimento da cidadania diretamente nos Municípios de origem e nos Tribunais” italianos, antes feitos preponderantemente nos consulados, como um “fenômeno relativamente novo” e que acaba por demandar mais serviços consulares. Para ele, essa intensa procura seria “o resultado de uma legislação italiana generosa (se comparada com legislação semelhante em outros países do nosso calibre) que, ao não colocar limites geracionais, apresenta grandes oportunidades para muitas pessoas de origem que vivem no Brasil” e em outros países.

O embaixador, que na entrevista dá destaque também ao ensino da língua italiana, só deixou de responder a uma das perguntas por alegada “falta de elementos”. O questionamento indagava o que ele teria a dizer sobre a configuração de uma Itália diaspórica, baseada nas suas grandes comunidades de descendentes em todo o mundo, em contraposição à Itália meramente peninsular – “uma tese defendida inclusive por professores universitários italianos, como Raffaele Marchetti (vice reitor de internacionalização da conceituada Universidade Luiss, de Roma in Corriere della Sera 03/04/2023)”. Segundo a tese, em futuro próximo, a Itália limitada a seus confins geográficos poderia ver reduzida sua população  a 40 milhões de habitantes, enquanto sua população poderia se elevar a mais de 150 milhões de almas italianas se fossem considerados os cidadãos itálicos espalhados pelo mundo. Veja a seguir a íntegra da entrevista realizada por escrito:

Que impressões o Senhor teve e está tendo neste curto período em que se encontra desenvolvendo sua missão no Brasil?

Cheguei ao Brasil há apenas alguns meses e as impressões que obtive até agora são realmente excelentes. Em todos os contextos em que atuei, tanto em Brasília como nas minhas primeiras visitas às principais cidades do país, sempre encontrei um ambiente amigável, uma abertura geral ao diálogo e uma predisposição positiva em relação à Itália. Em suma, as perspectivas são muito animadoras na minha opinião.

No Brasil de históricas relações com a Itália, quais as metas prioritárias dessa sua missão nos diversos campos?

Como bem observou, os laços com o nosso país são sólidos e remontam ao longo do tempo. Considero-o um património a preservar e, ao mesmo tempo, um ponto de partida para um maior crescimento das relações bilaterais nos vários setores.

Na esfera política, em 2024, as presidências simultâneas do G7 e do G20, respectivamente da Itália e do Brasil, oferecerão a oportunidade de uma interação privilegiada e de aprofundar questões de relevância global e de interesse comum a partir de uma perspectiva compartilhada, não de referir que será a oportunidade para vários Ministros do nosso Governo e para o Primeiro-Ministro visitarem este país.

No setor econômico-comercial, a Itália já está muito presente no Brasil, também com nossas grandes empresas (cerca de mil empresas italianas em todo o território, enquanto de 2020 a 2023 foram registrados cerca de 30 bilhões de euros de investimentos italianos no Brasil), mas estou convencido de que há espaço para um maior crescimento, não só nos sectores tradicionais, mas também noutros mais inovadores, ligados por exemplo à sustentabilidade, às energias renováveis ​​e aos setores de alta tecnologia, também aplicados à agro-indústria.

No setor cultural, no próximo ano as comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Brasil darão a todo o “Sistema Italiano” a oportunidade de realizar iniciativas “ad hoc”, destinadas a reiterar a proximidade cultural entre os dois povos. Não devemos esquecer também a importância – uma prioridade para mim – de fortalecer o ensino da língua italiana, como veículo de difusão da cultura e sobretudo de redescoberta das próprias raízes para os muitos descendentes de italianos no país. Não é fácil, mas vou dar tudo de mim.

Finalmente, a comunidade: 32 milhões de italianos e cerca de 800 mil cidadãos espalhados por este enorme e magnífico país. Para aquela parte da comunidade que deseja ligar-se ou reconectar-se com a Itália, comprometer-me-ei a prosseguir os esforços – já envidados pelos meus antecessores e por toda a rede consular – para lhes oferecer, na medida do possível, serviços consulares cada vez mais eficientes.

O Sr. Representa um país governado pela tendência de centro-direita, num país (o Brasil) governado por uma tendência política exatamente oposta (a mesma que negou, no passado, por exemplo, a extradição de Cesare Battista). Isso representa algum problema para essas sas suas metas, projetos e negociações?

Como já disse no início, as relações entre a Itália e o Brasil são historicamente caracterizadas por relações extremamente sólidas, abertas e amistosas, independentemente dos governos de qualquer uma das partes. Acredito que as relações bilaterais só serão ainda mais consolidadas graças à situação favorável das Presidências Italianas do G7 e das Presidências Brasileiras do G20 que, juntamente com o 150º aniversário da grande migração italiana para o Brasil, produzirão – como eu estava dizendo – oportunidades de reuniões e visitas institucionais de alto nível entre as respectivas autoridades, algo que há muitos anos não se via por aqui.

Como bem sabe, em várias circunscrições existe uma enorme dificuldade em conseguir agendar serviços consulares básicos, como para o reconhecimento da cidadania ou para a emissão de um simples passaporte. Somos conscientes das dificuldades organizacionais que as sedes consulares enfrentam, todavia, levantamos a questão: parece-lhe justo que a emissão de passaporte em alguns consulados, como Curitiba ou São Paulo, dependa de uma espécie de loteria em que alguns são premiados enquanto outros amargam meses em tentativas sem êxito?

De fato, desde as primeiras visitas que realizei aos nossos Consulados Gerais no Rio, São Paulo e Curitiba, tomei consciência da enorme pressão que existe sobre a nossa rede consular e das questões críticas que esta deve enfrentar e resolver, em conjunto com a Embaixada. Mas também pude constatar o enorme comprometimento e intenso trabalho de todos os nossos Consulados no Brasil, que prestam serviços aos seus conterrâneos da melhor maneira possível. O mesmo Diretor Geral para Italianos no Exterior, Luigi Vignali, destacou recentemente para mim como os Consulados no Brasil têm uma das mais altas “produtividades” da rede consular italiana em nível global (muitas vezes é possível obter passaporte no Brasil em tempo mais curto que na Itália).

A presidente do Conselho de Ministros, Giorgia Meloni, afirmou recentemente que a Itália não sabe o quanto é amada no exterior. Mas outras vozes nos acusam de “instrumentalização” de passaportes e coisas semelhantes, chegando a casos de criminalização de certos tipos de busca pela chamada “dupla cidadania”. Qual sua visão sobre essa “vontade italiana” em confronto com o volume de pedidos de reconhecimento da cidadania iure sanguinis no Brasil?

Com efeito, no que diz respeito à questão da cidadania, assistimos na Itália a um fenômeno relativamente novo: um aumento notável dos pedidos de reconhecimento da cidadania diretamente nos Municípios de origem e nos Tribunais. Um fenômeno que até há algum tempo era bastante marginal, uma vez que a grande maioria destes pedidos eram dirigidos apenas aos Consulados no estrangeiro. Isto tem claramente efeitos imediatos na carga de trabalho dos próprios Municípios e Tribunais na Itália, mas – gostaria de sublinhar isto – provocam um efeito dominó ao aumentar enormemente a carga de trabalho dos Consulados, que também são chamados a prestar serviços consulares a favor daqueles que foram reconhecidos como cidadãos na Itália e residem no Brasil. É o resultado de uma legislação italiana generosa (se comparada com legislação semelhante em outros países do nosso calibre) que, ao não colocar limites geracionais, apresenta grandes oportunidades para muitas pessoas de origem que vivem no Brasil (mas o mesmo acontece na Argentina, na Alemanha, Austrália, etc.).

O Sr. tem se referido à comunidade ítalo-brasileira como a maior do mundo, embora apenas cerca de 3% dela esteja inscrita nos consulados. Mesmo assim, em seu entender, que novas perspectivas isso pode abrir para a Itália, principalmente no campo econômico, mas também em outros como o turístico e cultural?

É verdade, e todos sabem, que o número de brasileiros de origem italiana é muito grande e chega à impressionante cifra de 32 milhões de pessoas. Comparados a esta grande parcela da população residente no Brasil, os cerca de 800 mil cidadãos italianos presentes neste país são uma parcela pequena, mas, se considerados em valor absoluto, são muitos, e destinados a se tornarem, muito em breve, a segunda comunidade italiana no exterior, depois da Argentina.

A presença de uma comunidade tão grande de italianos e descendentes de italianos no Brasil representa um elemento fundamental e muito positivo, que também repercute favoravelmente no excelente nível das relações bilaterais entre os dois países em todos os setores. Olhando para o futuro, acredito que a bem recente iniciativa “Turismo das Raízes” que está sendo desenvolvida pelo Maeci (NT: Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional) representa um exemplo concreto para fortalecer ainda mais esta tendência com repercussões positivas em muitos setores.

O Brasil (e a Itália também) organiza-se para comemorar os 150 anos da “grande imigração” italiana, que corresponde também à grande diáspora italiana pelo mundo. Como pretende organizar institucionalmente esses dois eventos? Há sincronia, por exemplo, entre as embaixadas do Brasil na Itália e a da Itália no Brasil sobre essa data? O que se pretende fazer?

Preparar um programa de eventos válidos e de alto nível para as comemorações dos 150 anos da imigração italiana foi uma indicação prioritária que dei a toda a rede diplomático-consular desde a minha chegada. E todo mundo está trabalhando duro nisso, inclusive eu. Serão muitas iniciativas, estamos a pensar em exposições, eventos artísticos comemorativos, debates e espetáculos diversos. As inúmeras visitas de autoridades italianas previstas em todo o território brasileiro por ocasião do G20 darão, a meu ver, a oportunidade de valorizar ainda mais este importante aniversário.

Quero aproveitar esta oportunidade para dizer a todos os leitores que sigam sempre os nossos sites, bem como os nossos canais sociais Instagram, Facebook e Itália”.

Que reivindicações tem recebido durante suas visitas institucionais; Santa Catarina, por exemplo, há décadas, reivindica um consulado; quer um atendimento melhor; Idem Espírito Santo. São factíveis?

Durante minha visita institucional ao Paraná e Santa Catarina fui muito bem recebido e fiquei positivamente impressionado pela grande presença ítalo-brasileira em ambos os Estados, mas também pelo seu apego e amor ao nosso País e pela sua desenvoltura em levar adiante ideias e projetos absolutamente importante sem muitos setores,.

Apreciei também a boa predisposição das autoridades do Paraná e de Santa Catarina em relação à Itália e às suas expressões econômicas, culturais e linguísticas nesta parte do país. Em particular, no diálogo com as autoridades catarinenses surgiram sinais muito positivos e encorajadores relativamente à abertura de um escritório consular honorário em Florianópolis. Estou confiante, portanto, de que já no segundo semestre de 2024 poderemos oferecer à comunidade italiana em Santa Catarina novos e melhores serviços consulares mais perto de casa.

Outras considerações que pretenda fazer.

Aproveito a oportunidade para desejar a você e a todos os leitores da “Rivista Insieme” um feliz Natal e um próspero e tranquilo ano novo.

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Recepção do embaixador Alessandro Cortese em Curitiba (Palazzo Garibaldi)

 


 

Quali impressioni ha avuto e sta avendo in questo breve periodo in cui sta svolgendo la sua missione in Brasile?

Sono arrivato in Brasile da appena un paio di mesi e le impressioni che ho raccolto finora sono davvero eccellenti. In tutti i contesti in cui ho operato, sia a Brasilia che nel corso delle mie prime visite nelle principali Città del Paese, ho sempre trovato un ambiente cordiale, una generale apertura al dialogo e una predisposizione positiva nei confronti dell’Italia. Insomma, le prospettive sono a mio avviso molto incoraggianti.

In un Brasile che ha rapporti storici con l’Italia, quali sono gli obiettivi prioritari della sua missione nei vari campi?

Come giustamente da lei osservato, i legami con il nostro Paese sono solidi e risalenti nel tempo. Lo considero un patrimonio da preservare e, allo stesso tempo, un punto di partenza per una crescita ulteriore delle relazioni bilaterali nei diversi settori.

In ambito politico, nel 2024, le contemporanee Presidenze di G7 e G20, rispettivamente di Italia e Brasile, offriranno l’occasione per un’interazione privilegiata e per approfondire da una prospettiva condivisa tematiche di rilevanza globale di interesse comune, senza contare che sarà l’occasione per svariati Ministri del nostro Governo e per la Presidente del Consiglio per recarsi in visita in questo Paese.

Nel settore economico-commerciale, l’Italia è già molto presente in Brasile, anche con nostre grandi imprese (circa mille aziende italiane in tutto il territorio, mentre dal 2020 al 2023 si sono registrati circa 30 miliardi di euro di investimenti italiani in Brasile) ma sono convinto che vi siano margini per una ulteriore crescita, non solo nei settori tradizionali ma anche in altri, più innovativi, legati ad esempio alla sostenibilità, alle energie rinnovabili e ai settori ad alta tecnologia, anche applicata all’agro-industria.

Nel settore culturale, l’anno venturo le celebrazioni dei 150 anni dell’immigrazione italiana in Brasile daranno l´occasione all’intero “Sistema Italia” di realizzare iniziative “ad hoc”, atte a ribadire la vicinanza culturale tra i due popoli. Non va dimenticata altresì l’importanza – per me prioritaria – del rafforzamento dell’insegnamento della lingua italiana, come veicolo di diffusione della cultura e soprattutto di riscoperta delle proprie radici per i tanti discendenti italiani nel Paese. Non è facile, ma ce la metterò tutta.

Infine, la collettività: 32 milioni di oriundi italiani e circa 800 mila cittadini sparsi in questo enorme e magnifico Paese. Per quella parte di collettività desiderosa di connettersi o riconnettersi con l’Italia, mi impegnerò a continuare gli sforzi – già profusi dai miei predecessori e da tutta la Rete consolare – per offrire loro, nei limiti del possibile, servizi consolari sempre più efficienti.

Lei rappresenta un Paese governato da una tendenza di centro-destra, in un Paese (il Brasile) governato da una tendenza politica esattamente opposta (la stessa che ha negato, in passato, ad esempio, l’estradizione di Cesare Battisti). Questo rappresenta qualche problema per i suoi obiettivi, progetti e trattative?

Come ho già detto all’inizio, le relazioni tra Italia e Brasile sono storicamente caratterizzate da rapporti estremamente solidi, aperti e amichevoli, a prescindere dai Governi dell’una e dell’altra parte. Ritengo che i rapporti bilaterali non potranno che consolidarsi ulteriormente grazie alla favorevole congiuntura delle Presidenze italiana del G7 e brasiliana del G20 che, insieme con il 150° anniversario della grande migrazione italiana in Brasile produrranno – come dicevo – occasioni di incontro e di visite istituzionali di alto livello tra le rispettive Autorità, come da molti anni non si vedevano da queste parti.

Come lei ben sa, in varie circoscrizioni c’è una enorme difficoltà nel prenotare servizi consolari di base, come il riconoscimento della cittadinanza o il rilascio di un semplice passaporto. Siamo consapevoli delle difficoltà organizzative che le sedi consolari affrontano, tuttavia, solleviamo la questione: le sembra giusto che il rilascio di passaporti in alcuni consolati, come Curitiba o San Paolo, dipenda da una sorta di lotteria in cui alcuni vengono premiati mentre altri soffrono mesi di tentativi infruttuosi?

Effettivamente, fin dalle prime visite da me condotte ai nostri Consolati Generali a Rio, San Paolo e Curitiba, mi sono reso conto dell’enorme pressione che esiste nei confronti della nostra Rete consolare e delle criticità che essa deve affrontare e risolvere, insieme con l´Ambasciata. Ma ho potuto anche constatare il grandissimo impegno e l’intenso lavoro profuso da tutti i nostri Consolati in Brasile, i quali erogano servizi in favore dei connazionali residenti al meglio e al massimo delle proprie possibilità. Lo stesso Direttore Generale per gli Italiani all’Estero, Luigi Vignali, mi ha recentemente evidenziato come i Consolati in Brasile presentino una “produttività” tra le più elevate della Rete consolare italiana a livello globale (spesso si fa prima ad ottenere un passaporto in Brasile che presso molte Questure italiane).

Il Presidente del Consiglio dei Ministri, Giorgia Meloni, ha dichiarato di recente che l’Italia non sa quanto è amata all’estero. Ma altre voci ci accusano di “strumentalizzare” i passaporti e simili, arrivando a casi di criminalizzazione di certi tipi di ricerca della cosiddetta “doppia cittadinanza”. Qual è la sua visione su questa “volontà italiana” rispetto al il volume delle richieste di riconoscimento della cittadinanza iure sanguinis in Brasile?

Effettivamente sulla questione della cittadinanza, in Italia si assiste ad un fenomeno abbastanza nuovo: un notevole incremento delle richieste di riconoscimento della cittadinanza direttamente nei Comuni di origine e nei Tribunali. Un fenomeno che fino a qualche tempo fa era piuttosto marginale poiché tali richieste nella stragrande maggioranza venivano dirette verso i soli Consolati all’estero. Ciò, di tutta evidenza, ha degli effetti immediati sul carico di lavoro degli stessi Comuni e Tribunali in Italia ma – mi preme sottolinearlo – provocano un effetto domino accrescendo enormemente il carico di lavoro dei Consolati che sono chiamati anche ad erogare servizi consolari in favore di coloro che sono stati riconosciuti cittadini in Italia e risiedono in Brasile. È il frutto di una legislazione italiana generosa (se comparata con analoghe legislazioni di altri Paesi del nostro calibro) che, non ponendo limiti generazionali, presenta grandi opportunità per tantissimi oriundi che vivono in Brasile (ma lo stesso accade in Argentina, Germania, Australia, etc).

Lei si è riferito alla comunità italo-brasiliana come la più grande al mondo, anche se solo circa il 3% di essa è registrata nei consolati. Nonostante ciò, secondo lei, quali nuove prospettive si potrebbero aprire per l’Italia, soprattutto nel campo economico, ma anche in altri settori come il turistico e culturale?

È vero, ed è noto a tutti, che il numero di brasiliani con origini italiane sia copiosissimo e che raggiunga l’impressionante cifra di 32 milioni di persone. Rapportati a questa ampia fetta di popolazione residente in Brasile, i circa 800 mila cittadini italiani presenti in questo Paese sono una piccola parte ma, se considerati in valore assoluto, sono moltissimi, e destinati a divenire prestissimo la seconda collettività italiana all’estero dopo quella argentina.

La presenza di una così nutrita comunità di italiani e di italo-discendenti in Brasile rappresenta un elemento fondamentale e molto positivo, che ha ripercussioni favorevoli anche sull’eccellente livello dei rapporti bilaterali fra i due Paesi in tutti i settori. In prospettiva, credo che la recentissima iniziativa del “Turismo delle Radici” in corso di elaborazione da parte del MAECI rappresenti un esempio concreto per rafforzare ulteriormente questa tendenza con ricadute positive in molteplici settori.

Il Brasile (e anche l’Italia) si sta organizzando per celebrare i 150 anni della “grande immigrazione” italiana, che corrisponde anche alla grande diaspora italiana nel mondo. Come intende organizzare istituzionalmente questi due eventi? C’è sincronia, ad esempio, tra le ambasciate del Brasile in Italia e quella dell’Italia in Brasile su questa data? Cosa si prevede di fare?

Quella di preparare un cartellone di eventi validi e di alto livello per le celebrazioni del 150° anniversario dell’immigrazione italiana è stata un’indicazione prioritaria che ho dato a tutta la Rete diplomatico-consolare sin dal mio arrivo. E tutti ci stanno lavorando intensamente, me compreso. Le iniziative saranno molteplici, stiamo pensando a mostre, eventi artistici celebrativi, dibattiti e spettacoli vari. Le numerose visite di Autorità italiane previste in tutto il territorio del Brasile in occasione del G20 daranno a mio avviso l’opportunità di valorizzare ulteriormente questo importante anniversario.

Voglio cogliere proprio questa occasione per dire a tutti i lettori di seguire sempre i nostri siti web, nonché i nostri canali sociali Instagram, Facebook e X (ex Twitter), dove è possibile rimanere sempre aggiornati sulle ultime novità e sulle iniziative organizzate dal “Sistema Italia”.

Quali richieste ha ricevuto durante le sue visite istituzionali; Santa Catarina, ad esempio, da decenni reclama un consolato e un miglior servizio; lo stesso vale per l’Espírito Santo. Sono fattibili?

Nel corso della mia visita istituzionale in Paranà e Santa Catarina sono stato accolto molto calorosamente e sono rimasto positivamente impressionato dall’ampia presenza italo-brasiliana in entrambi gli Stati, ma anche dal loro attaccamento e amore per il nostro Paese e dall’intraprendenza nel portare avanti idee e progetti in tanti settori, assolutamente meritevoli.

Ho altresì apprezzato la buona predisposizione delle Autorità di Paranà e Santa Catarina verso l’Italia e le sue espressioni economiche, culturali e linguistiche in questa parte del Paese. In particolare, nel dialogo con le Autorità catarinensi sono emersi segnali molto positivi e molto incoraggianti in merito all’apertura di uno Sportello consolare onorario a Florianópolis. Sono fiducioso, quindi, che già nel secondo semestre 2024 potremo fornire alla collettività italiana in Santa Catarina nuovi servizi consolari migliori e più vicini a casa.

Altre considerazioni che desideri fare.

Vorrei approfittare di questa opportunità per augurare a lei e a tutte le lettrici e i lettori di “Rivista Insieme” un felice Natale e un prospero e sereno anno nuovo.