Dez convidados compuseram a mesa de abertura solene do Congresso Brasileiro de Nanobusiness – Nanotec Business 2007, que está sendo realizado entre hoje (12) e amanhã (13), em São Paulo, no Hotel Gran Meliá Mofarrej.

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A tônica dos discursos de abertura foi focada especialmente na importância, no impacto e nos riscos que o empresário brasileiro poderá sofrer se não investir nessa nova vertente da tecnologia que é a nano, com grandes possibilidades de perder mercado nos âmbitos interno e externo.

 

Ronaldo Marchese, um dos organizadores do Congresso, deu um sinal de alerta aos  empresários brasileiros ao revelar os maciços investimentos em nanotecnologia no mundo que deverão chegar, em 2014, a US$ 2,4 trilhões, conforme resultado das pesquisas feitas pelo instituto americano Lux Research. Disse Marchese que “o governo brasileiro investe atualmente 1% do PIB em nanotecnologia, enquanto o setor privado dedica apenas 0,4%. Esses percentuais, mediante um PIB de US$ 700 bi, são irrelevantes. O mapa do Brasil está em branco quando se trata de produtos embarcados com a nanotecnologia. Então, senhores empresários, só vocês é que podem colorir este cenário”, desabafou Marchese, enfaticamente.                   

 

O presidente da Abinee, Humberto Barbato, reconhece que a utilização da nanotecnologia na produção do setor eletroeletrônico no Brasil está um pouco distante. Mas destaca uma importante iniciativa da entidade visando uma aproximação com a nano, que é a instalação do escritório da Abinee, no Parque Cientifico e Tecnológico da PUC, em Porto Alegre, onde algumas empresas já deram início ao intercâmbio tecnológico e científico para desenvolvimento de novos produtos.

 

O coordenador de Promoção de Investimentos da Secretaria do Desenvolvimento do Estado de São Paulo, Sérgio Robles Reis de Queiroz, falou do intenso trabalho da Fapesp em parceria com a secretária para o financiamento de pesquisas, e anunciou uma importante estratégia do governo para o desenvolvimento da área tecnológica, com a reativação do  Fundo Tecnológico (Funtec),  que promove o financiamento das atividades de inovação das empresas. “Mas o grande desafio ainda é sensibilizar as empresas a investirem em P&D”, afirmou Queiroz.

 

 O cientista e professor titular do Instituto de Química da Unicamp, Oswaldo Alves, destacou que a nanotecnologia terá um impacto altamente significativo sobre a vida econômica do país em razão da manutenção da competitividade e desenvolvimento  das  indústrias que estão estreitamente ligados à pesquisa científica. “A pesquisa é o  único instrumento capaz de garantir a geração e progresso de novos conhecimentos da matéria e de suas transformações”, destacou Alves, que encerrou a solenidade de abertura do Congresso.