A “Bolha Tupiniquin”  vai estorar? Esta é uma das interrogações  presentes no Seminário “ Crise – Rumos & Verdades” que ocorreu na semana passada em Curitiba.

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u CURITIBA-PRCada um por si e o sistema contra todos, este o resultado da ”sbornia”  financeira que contaminou o mundo. Ter permitido a esplosão demográfica, a espansão das cidades em um tamanho descomunal para ter a famosa “escala de mercado”, tudo isso vai cobrar um preço altissimo. A ignorância, obtusidade, avidêz, rapina, despreparo das elites e dos governantes vai se manifestar em todas as suas conquências agora. Modelos obsoletos de transporte público, falta de estradas de ferro, metrôs compativeis como aumento da população, modelo de transporte rodoviário só para vender mais caminhões e carros, para cobrar mais impostos sobre combustível, peças e reparos vão mostrar o peso  desta politica tupiniquim.

 

A esplosão de vendas dos automóveis – afirmou o economista Carlos Lessa –  foi algo inacreditável, o que eu quero colocar  é que a nossa bolha foi construida nos últimos 3 ou 4 anos e foi feita basicamente pelo  endividamento familiar, com vendas independentes de consignado ou desconto em folha, por uma razão muito simples, todos sabem que não tem nada pior que ter o nome sujo no sistema de vigilância de credito, é uma especie de Carteira de Identidade negativa, e como para o homem do povo brasileiro ter crédito significa poder aumentar seu patrimônio, porque ele percebe seu patrimônio por eletro-domesticos.

Sabem que muitas favelas no Brasil  foram pesquisadas e descobriu-se que há geladeiras sem ligação  de energia, ou seja há energia eletrica mas a geladeira está desligada, porque ter uma geladeira é ter um bem hipotecário, é uma reserva financeira que se pode vender para superar um periodo de dificuldades. A visão popular do bem de consumo é patrimônio e não é bem domestico depreciavél, só que levou o povo brasileiro a um endividamento de massa, usando a Tabela Price que põe juros sensivélmente altos nos contratos e ao mesmo tempo se decretou uma crise mundial que repassa desemprego, diminuição das atividades produtivas, redução em toda a economia, assim se criou  a possibilidade de se  furar a Bolha Tupiniquim.

Um outro exemplo dessa possibilidade – continua Lessa –  são as operações sobre o credito consignado do aposentado, que se tornou o devedor ideal dos bancos, porque já recebe a pensão com o desconto da prestação, o único risco que o banco corre é que o cliente morra, mas esta possibilidade já é resguardada pelo  seguro incluido nos custos da operação, para os bancos  esta é uma operação maravilhosa. A estensão em que os bancos correm atrás desta operação é evidenciado pelo fato que eu sou um aposentado do sistema federal, já duas vezes meu  gerente do Banco do Brasil insinuou: mas professor porque o sr. não aproveita o credito consignado!

Outro aspecto da  componente associada  a esta possibilidade de esplosão, foi o esforço espetacular das montadoras de veículos de montar sistemas financeiros especiais para ampliar  o plano de vendas dos automóveis. Eu acho que vender um carro em 90 prestações sem entrada é algo quase ininteligível, porque o carro perde valor na hora que sai da concessionária, então o valor residual do carro vai sempre ser incidente em relação a dívida, a não ser que os carros brasileiros tenham uma engenharia suficientemente  sofisticada para permanecerem novos todo este tempo.

 

O engenhiro Darc Costa já  vice-presidente do BNDES – afirmou – que o lucro dos bancos nos últimos dois anos foi maior  que o lucro de todas as empresas produtivas e estes lucros devem-se atribuir ao fato  deles  terem-se tornado empresas bancarias que operavam no mercado de derivativos, tudo se tornou um grande cassino – disse – onde todos estavam lucrando.

Mas esta crise tem  um lado  bom – afirmou –  voltar a valorizar o trabalho, a atividade produtiva, porque até o início desta crise se ganhava dinheiro passando-se o dia inteiro na frente de um terminal, não costruindo nenhum bem físico, nenhuma riqueza duradora, nenhum patrimônio.

O que nós precisamos buscar é a garantia de emprego, porque esta é a questão central para o trabalhador, se olharmos no futuro temos que estruturar um processo que valorize o desenvolvimeno entendido como a construção da possibilidade das pessos serem felizes, não esclusivamente o desenvolvimento econômico, temos que pensar além da economia olhando o mundo dos nossos filhos onde terão a possibilidade de construir um mundo diferente.

 

O mundo ideal, está ainda para ser criado, como sempre uma minoria encontrará os caminhos da paz e da felicidade, para os outros será o inferno.