Campanha do Comites/Consulado italiano de Belo Horizonte em comemoração ao Dia Nacional do Imigrante Italiano.
CURITIBA – PR – Pelo menos dois eventos marcarão, amanhã (21.02) o “Dia Nacional do Imigrante Italiano”: um em Belo Horizonte, de natureza cultural, e outro em Florianópolis, de caráter gastronômico e social. O primeiro é promovido pelo Comites – Comitato degli Italiani all’Estero e Consulado Geral da Itália em BH, e o segundo pela Associação “Trevisani nel Mondo” de Florianópolis-SC.
O Dia Nacional do Imigrante Italiano é data instituída através de Lei Federal e lembra a chegada da primeira leva (380 famílias) de imigrantes italianos no Brasil, ocorrida em 21 de fevereiro de 1874, a bordo do Vapor Sofia. Essas famílias estabeleceram-se, num primeiro momento, no Estado do Espírito Santo. A lei foi sancionada pelo vice-presidente José Alencar Gomes da Silva, no Exercício da Presidência, em 2 de junho de 2008, depois da aprovação, pelo Congresso Nacional, de projeto apresentado pelo então senador Gerson Camata.
O evento em Santa Catarina será realizado junto à Associação Cultural Morro das Pedras, na Prtaia do Morro das Pedras, sul da Ilha de Santa Cataina. Ali haverá degustação de vinhos italianos provenientes da Província de Treviso, seguindo-se jantar com pratos italianos a cargo do cuoco Felipe Barbisan, formado em gastronomia. Como atração cultural haverá a apresentação de um audiovisual sobre a “Imigração Italiana no Brasil”, segundo informa a professora Derlei Catarina De Luca.
Já em Belo Horizonte a promoção leva o nome “Porta un libro italiano in Consulato”. Segundo divulga a presidente do Comites de BH, Silvia Alciati, “Comemoraremos esta data em uma cerimônia na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, onde o Secretário de Estado da Cultura, Angelo Oswaldo, receberá a nossa doação de livros em italiano para a própria Biblioteca”. Os livros a serem doados à biblioteca foram entregues no Consulado por doadores particulares, convocados através de mobilização realizada pelo Comites em conjunto com o próprio Consulado. “O Livro Italiano na Biblioteca Pública”, é o apelo da promoção em comemoração do Dia Nacional do Imigrante Italiano.
Até o momento da publicação dessa matéria, não existiam informações a respeito de outros eventos comemorativos à data, nem mesmo no Espírito Santo, Estado com o maior percentual de descendentes de imigrantes italianos de todo o Brasil – país onde vive a maior comunidade itálica do mundo. Também não havia se manifestado nenhum dos representantes da comunidade italiana no Brasil perante o Parlamento ou perante o CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero.
Os imigrantes italianos – assim como imigrantes de outras nacionalidades – contribuíram para a formação e para o desenvolvimento do Brasil em todos os setores da sociedade. Aqui chegaram a partir da abolição da escravidão, primeiro para substituir a mão escrava principalmente nas plantações de café, nas regiões do Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais; depois, ao Sul, como elemento decisivo na tática de ocupação geográfica – uma característica que em tempos recentes e mesmo atuais ainda ocorre ao longo da face oeste do território brasileiro.
Hoje, uma das reivindicações mais debatidas no seio da comunidade ítalo-brasileira diz respeito à legislação que dá direito ao reconhecimento da nacionalidade italiana por direito de sangue, a chamada dupla cidadania. Uma enorme fila de ítalo-descendentes aguarda diante dos consulados italianos que operam no Brasil o lento atendimento de seus requerimentos. Nem mesmo a instituição de uma taxa de 300 euros sobre cada requerimento, que vem sendo cobrada desde o início de julho do ano passado, conseguiu alterar o panorama. O dinheiro é remetido a Roma, sem que os apelos para que ficasse como reforço de caixa para reaparelhar os Consulados tenha obtido algum resultado positivo.